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Questões de Português - UNESP | Gabarito e resoluções

Questão 16
2019Português

(UNESP - 2019 - 1 FASE) Leia o trecho do livro A dana do universo, do fsico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder questo: Algumas pessoas tornam-se heris contra sua prpria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionrias, muitas vezes no as reconhecem como tais, ou no acreditam no seu prprio potencial. Divididas entre enfrentar sua insegurana expondo suas ideias opinio dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opo. O mundo est cheio de poemas e teorias escondidos no poro. Coprnico , talvez, o mais famoso desses relutantes heris da histria da cincia. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias no fossem difundidas, possivelmente com medo de crticas ou perseguio religiosa. Foi quem colocou o Sol de volta no centro do Universo, motivado por razes erradas. Insatisfeito com a falha do modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platnico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Coprnico props que o equante fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse s ideias platnicas, ele retornou aos pitagricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que levou ao modelo heliocntrico de Aristarco dezoito sculos antes. Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmolgicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado; Coprnico era, sem dvida, um revolucionrio conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, ao olhar para o passado, estaria criando uma nova viso csmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Coprnico decerto teria odiado a revoluo que involuntariamente causou. Entre 1510 e 1514, comps um pequeno trabalho resumindo suas ideias, intitulado Commentariolus (Pequeno comentrio). Embora na poca fosse relativamente fcil publicar um manuscrito, Coprnico decidiu no publicar seu texto, enviando apenas algumas cpias para uma audincia seleta. Ele acreditava piamente no ideal pitagrico de discrio; apenas aqueles que eram iniciados nas complicaes da matemtica aplicada astronomia tinham permisso para compartilhar sua sabedoria. Certamente essa posio elitista era muito peculiar, vinda de algum que fora educado durante anos dentro da tradio humanista italiana. Ser que Coprnico estava tentando sentir o clima intelectual da poca, para ter uma ideia do quo perigosas eram suas ideias? Ser que ele no acreditava muito nas suas prprias ideias e, portanto, queria evitar qualquer tipo de crtica? Ou ser que ele estava to imerso nos ideais pitagricos que realmente no tinha o menor interesse em tornar populares suas ideias? As razes que possam justificar a atitude de Coprnico so, at hoje, um ponto de discusso entre os especialistas. (A dana do universo, 2006. Adaptado.) Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Coprnico decerto teria odiado a revoluo que involuntariamente causou. (3o pargrafo) Em relao ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de

Questão 17
2019Português

(UNESP - 2019 - 1 FASE) Leia o trecho do livro A dana do universo, do fsico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder questo. Algumas pessoas tornam-se heris contra sua prpria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionrias, muitas vezes no as reconhecem como tais, ou no acreditam no seu prprio potencial. Divididas entre enfrentar sua insegurana expondo suas ideias opinio dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opo. O mundo est cheio de poemas e teorias escondidos no poro. Coprnico , talvez, o mais famoso desses relutantes heris da histria da cincia. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias no fossem difundidas, possivelmente com medo de crticas ou perseguio religiosa. Foi quem colocou o Sol de volta no centro do Universo, motivado por razes erradas. Insatisfeito com a falha do modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platnico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Coprnico props que o equante fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse s ideias platnicas, ele retornou aos pitagricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que levou ao modelo heliocntrico de Aristarco dezoito sculos antes. Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmolgicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado; Coprnico era, sem dvida, um revolucionrio conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, ao olhar para o passado, estaria criando uma nova viso csmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Coprnico decerto teria odiado a revoluo que involuntariamente causou. Entre 1510 e 1514, comps um pequeno trabalho resumindo suas ideias, intitulado Commentariolus (Pequeno comentrio). Embora na poca fosse relativamente fcil publicar um manuscrito, Coprnico decidiu no publicar seu texto, enviando apenas algumas cpias para uma audincia seleta. Ele acreditava piamente no ideal pitagrico de discrio; apenas aqueles que eram iniciados nas complicaes da matemtica aplicada astronomia tinham permisso para compartilhar sua sabedoria. Certamente essa posio elitista era muito peculiar, vinda de algum que fora educado durante anos dentro da tradio humanista italiana. Ser que Coprnico estava tentando sentir o clima intelectual da poca, para ter uma ideia do quo perigosas eram suas ideias? Ser que ele no acreditava muito nas suas prprias ideias e, portanto, queria evitar qualquer tipo de crtica? Ou ser que ele estava to imerso nos ideais pitagricos que realmente no tinha o menor interesse em tornar populares suas ideias? As razes que possam justificar a atitude de Coprnico so, at hoje, um ponto de discusso entre os especialistas. (A dana do universo, 2006. Adaptado.) Expressam ideia de repetio e ideia de negao, respectivamente, os prefixos das palavras

Questão 18
2019Português

(UNESP - 2019 - 1 FASE) Indo s consequncias finais da posio de Jos de Alencar no Romantismo, esse autor adotou como base da sua obra o esforo de escrever numa lngua inspirada pela fala corrente e os modismos populares, no hesitando em usar formas consideradas incorretas, desde que legitimadas pelo uso brasileiro. Com isso, foi o maior demolidor da pureza verncula e do culto da forma. (Antonio Candido. Iniciao literatura brasileira, 2010. Adaptado.) O texto refere-se a

Questão 19
2019PortuguêsInglês

(UNESP - 2019 - 1 FASE) Entre 11 de fevereiro e 03 de junho de 2018, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) abrigou a primeira exposio nos Estados Unidos dedicada pintora brasileira Tarsila do Amaral. Leia a apresentao de uma das pinturas expostas para responder a questo. The painting Sleep (1928) is a dreamlike representation of tropical landscape, with this major motif of her repetitive figure that disappears in the background. This painting is an example of Tarsilas venture into surrealism. Elements such as repetition, random association, and dreamlike figures are typical of surrealism that we can see as main elements of this composition. She was never a truly surrealist painter, but she was totally aware of surrealisms legacy. (www.moma.org. Adaptado.) A apresentao refere-se pintura:

Questão 20
2019Português

(UNESP - 2019 - 1 FASE/Adaptada) Entre 11 de fevereiro e 03 de junho de 2018, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) abrigou a primeira exposio nos Estados Unidos dedicada pintora brasileira Tarsila do Amaral. Leia a apresentao de uma das pinturas expostas para responder s questes 19 e 20. The painting Sleep (1928) is a dreamlike representation of tropical landscape, with this major motif of her repetitive figure that disappears in the background. This painting is an example of Tarsilas venture into surrealism. Elements such as repetition, random association, and dreamlike figures are typical of surrealism that we can see as main elements of this composition. She was never a truly surrealist painter, but she was totally aware of surrealisms legacy. (www.moma.org. Adaptado.) A apresentao sublinha a influncia de uma determinada vanguarda europeia sobre a pintura de Tarsila do Amaral. A influncia dessa vanguarda europeia tambm se encontra nos seguintes versos do poeta modernista Murilo Mendes:

Questão 25
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Examine a pintura do artista holands Pieter Claesz (1597-1661) e a traduo da expresso latina Memento mori. (Vanitas, 1625. www.franshalsmuseum.nl) Memento mori: Lembra-te de que morrers. (Renzo Tosi (org.).Dicionrio de sentenas latinas e gregas, 2010.) a) Alm da caveira, que outro elemento retratado na pintura de Pieter Claesz alude expresso Memento mori? Justifique sua resposta. b) Tendo em vista o contexto de sua produo, a temtica explorada pela pintura remete mais diretamente a qual escola literria? Justifique sua resposta.

Questão 26
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder a questo. Poema tirado de uma notcia de jornal Joo Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilnia num barraco sem nmero. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Danou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (Libertinagem Estrela da manh, 1993.) a) Cite uma caracterstica distintiva da poesia lrica que no se encontra nesse poema. b) Cite trs elementos que evidenciam o carter narrativo desse poema

Questão 27
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder a questo. Poema tirado de uma notcia de jornal Joo Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilnia num barraco sem nmero. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Danou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (Libertinagem Estrela da manh, 1993.) a) De que modo o fato de morar num barraco sem nmero contribui para a caracterizao de Joo Gostoso? b) Cite dois elementos da linguagem jornalstica presentes no poema

Questão 28
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder a questo. Poema tirado de uma notcia de jornal Joo Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilnia num barraco sem nmero. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Danou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (Libertinagem Estrela da manh, 1993.) a) Em que verso se verifica um desvio em relao norma-padro da lngua escrita (mas recorrente na lngua oral)? Reescreva o verso, corrigindo esse desvio. b) Cite duas caractersticas, uma de natureza temtica e outra de natureza formal, que afastam esse poema da tradio parnasiano-simbolista.

Questão 29
2019FilosofiaPortuguês

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o trecho do ensaio A transitoriedade, de Sigmund Freud (1856-1939), para responder a questo. Algum tempo atrs, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia de vero, em companhia de um poeta jovem, mas j famoso. O poeta admirava a beleza do cenrio que nos rodeava, porm no se alegrava com ela. Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada extino, pois desapareceria no inverno, e assim tambm toda a beleza humana e tudo de belo e nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, de outro modo, ele teria amado e admirado, lhe parecia despojado de valor pela transitoriedade que era o destino de tudo. Sabemos que tal preocupao com a fragilidade do que belo e perfeito pode dar origem a duas diferentes tendncias na psique. Uma conduz ao doloroso cansao do mundo mostrado pelo jovem poeta; a outra, rebelio contra o fato constatado. No, no possvel que todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de sentimentos e do mundo l fora, venham realmente a se desfazer. Seria uma insensatez e uma blasfmia acreditar nisso. Essas coisas tm de poder subsistir de alguma forma, subtradas s influncias destruidoras. Ocorre que essa exigncia de imortalidade to claramente um produto de nossos desejos que no pode reivindicar valor de realidade. Tambm o que doloroso pode ser verdadeiro. Eu no pude me decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceo para o belo e o perfeito. Mas contestei a viso do poeta pessimista, de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorizao. Pelo contrrio, significa maior valorizao! Valor de transitoriedade valor de raridade no tempo. A limitao da possibilidade da fruio aumenta a sua preciosidade. incompreensvel, afirmei, que a ideia da transitoriedade do belo deva perturbar a alegria que ele nos proporciona. Quanto beleza da natureza, ela sempre volta depois que destruda pelo inverno, e esse retorno bem pode ser considerado eterno, em relao ao nosso tempo de vida. Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo humanos no curso de nossa vida, mas essa brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se existir uma flor que floresa apenas uma noite, ela no nos parecer menos formosa por isso. Tampouco posso compreender por que a beleza e a perfeio de uma obra de arte ou de uma realizao intelectual deveriam ser depreciadas por sua limitao no tempo. Talvez chegue o dia em que os quadros e esttuas que hoje admiramos se reduzam a p, ou que nos suceda uma raa de homens que no mais entenda as obras de nossos poetas e pensadores, ou que sobrevenha uma era geolgica em que os seres vivos deixem de existir sobre a Terra; mas se o valor de tudo quanto belo e perfeito determinado somente por seu significado para a nossa vida emocional, no precisa sobreviver a ela, e portanto independe da durao absoluta. (Introduo ao narcisismo, 2010. Adaptado.) a)Explique sucintamente a diferena entre a viso de Freud e a viso do jovem poeta sobre a transitoriedade do belo. b)Transcreva do segundo pargrafo uma orao em que a ocorrncia de vrgula indica a supresso de um verbo. Identifique o verbo suprimido nessa orao.

Questão 30
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o trecho do ensaio A transitoriedade, de Sigmund Freud (1856-1939), para responder a questo. Algum tempo atrs, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia de vero, em companhia de um poeta jovem, mas j famoso. O poeta admirava a beleza do cenrio que nos rodeava, porm no se alegrava com ela. Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada extino, pois desapareceria no inverno, e assim tambm toda a beleza humana e tudo de belo e nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, de outro modo, ele teria amado e admirado,lheparecia despojado de valor pela transitoriedade que era o destino de tudo. Sabemos que tal preocupao com a fragilidade do que belo e perfeito pode dar origem a duas diferentes tendncias na psique. Uma conduz ao doloroso cansao do mundo mostrado pelo jovem poeta; a outra, rebelio contra o fato constatado. No, no possvel que todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de sentimentos e do mundo l fora, venham realmente a se desfazer. Seria uma insensatez e uma blasfmia acreditar nisso. Essas coisas tm de poder subsistir de alguma forma, subtradas s influncias destruidoras. Ocorre que essa exigncia de imortalidade to claramente um produto de nossos desejos que no pode reivindicar valor de realidade. Tambm o que doloroso pode ser verdadeiro. Eu no pude me decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceo para o belo e o perfeito. Mas contestei a viso do poeta pessimista, de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorizao. Pelo contrrio, significa maior valorizao! Valor de transitoriedade valor de raridade no tempo. A limitao da possibilidade da fruio aumenta a sua preciosidade. incompreensvel, afirmei, que a ideia da transitoriedade do belo deva perturbar a alegria que ele nos proporciona. Quanto beleza da natureza, ela sempre volta depois que destruda pelo inverno, e esse retorno bem pode ser considerado eterno, em relao ao nosso tempo de vida. Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo humanos no curso de nossa vida, mas essa brevidadelhesacrescenta mais um encanto. Se existir uma flor que floresa apenas uma noite, ela no nos parecer menos formosa por isso. Tampouco posso compreender por que a beleza e a perfeio de uma obra de arte ou de uma realizao intelectual deveriam ser depreciadas por sua limitao no tempo. Talvez chegue o dia em que os quadros e esttuas que hoje admiramos se reduzam a p, ou que nos suceda uma raa de homens que no mais entenda as obras de nossos poetas e pensadores, ou que sobrevenha uma era geolgica em que os seres vivos deixem de existir sobre a Terra; mas se o valor de tudo quanto belo e perfeito determinado somente por seu significado para a nossa vida emocional, no precisa sobreviver a ela, e portanto independe da durao absoluta. (Introduo ao narcisismo, 2010. Adaptado.) a)Identifique os referentes dos pronomes sublinhados no primeiro e no quarto pargrafos. b)Reescreva o trecho Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada extino (1pargrafo) na voz ativa.

Questão 31
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o trecho inicial do romance O Ateneu, de Raul Pompeia (1863-1895), para responder a questo. Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, porta do Ateneu. Coragem para a luta. Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das iluses de criana educada exoticamente na estufa de carinho que o regime do amor domstico; diferente do que se encontra fora, to diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifcio sentimental, com a vantagem nica de fazer mais sensvel a criatura impresso rude do primeiro ensinamento, tmpera brusca da vitalidade na influncia de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipcrita dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, no nos houvesse perseguido outrora, e no viesse de longe a enfiada das decepes que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade a mesma em todas as datas. Feita a compensao dos desejos que variam, das aspiraes que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantstica de esperanas, a atualidade uma. Sob a colorao cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manh, um pouco mais de prpura ao crepsculo a paisagem a mesma de cada lado, beirando a estrada da vida. Eu tinha onze anos. Frequentara como externo, durante alguns meses, uma escola familiar do Caminho Novo, onde algumas senhoras inglesas, sob a direo do pai, distribuam educao infncia como melhor lhes parecia. Entrava s nove horas timidamente, ignorando as lies com a maior regularidade, e bocejava at s duas, torcendo-me de insipidez sobre os carcomidos bancos que o colgio comprara, de pinho e usados, lustrosos do contato da malandragem de no sei quantas geraes de pequenos. Ao meio-dia, davam-nos po com manteiga. Esta recordao gulosa o que mais pronunciadamente me ficou dos meses de externato; com a lembrana de alguns companheiros um que gostava de fazer rir aula, espcie interessante de mono louro, arrepiado, vivendo a morder, nas costas da mo esquerda, uma protuberncia calosa que tinha; outro adamado, elegante, sempre retirado, que vinha escola de branco, engomadinho e radioso, fechada a blusa em diagonal do ombro cinta por botes de madreprola. Mais ainda: a primeira vez que ouvi certa injria crespa, um palavro cercado de terror no estabelecimento, que os partistas denunciavam s mestras por duas iniciais como em monograma. Lecionou-me depois um professor em domiclio. Apesar deste ensaio da vida escolar a que me sujeitou a famlia, antes da verdadeira provao, eu estava perfeitamente virgem para as sensaes novas da nova fase. O internato! Destacada do conchego placentrio da dieta caseira, vinha prximo o momento de se definir a minha individualidade. (O Ateneu, 1999.) a)Que relao o narrador estabelece entre a vida familiar e a vida no internato? Justifique sua resposta. b)Por que razo o narrador chama de eufemismo os felizes tempos?

Questão 32
2019Português

(UNESP - 2019 - 2 FASE) Leia o trecho inicial do romance O Ateneu, de Raul Pompeia (1863-1895), para responder a questo. Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, porta do Ateneu. Coragem para a luta. Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das iluses de criana educada exoticamente na estufa de carinho que o regime do amor domstico; diferente do que se encontra fora, to diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifcio sentimental, com a vantagem nica de fazer mais sensvel a criatura impresso rude do primeiro ensinamento, tmpera brusca da vitalidade na influncia de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipcrita dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, no noshouvesseperseguido outrora, e noviessede longe a enfiada das decepes que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade a mesma em todas as datas. Feita a compensao dos desejos que variam, das aspiraes que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantstica de esperanas, a atualidade uma. Sob a colorao cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manh, um pouco mais de prpura ao crepsculo a paisagem a mesma de cada lado, beirando a estrada da vida. Eu tinha onze anos. Frequentara como externo, durante alguns meses, uma escola familiar do Caminho Novo, onde algumas senhoras inglesas, sob a direo do pai, distribuam educao infncia como melhor lhes parecia. Entrava s nove horas timidamente, ignorando as lies com a maior regularidade, e bocejava at s duas, torcendo-me de insipidez sobre os carcomidos bancos que o colgio comprara, de pinho e usados, lustrosos do contato da malandragem de no sei quantas geraes de pequenos. Ao meio-dia, davam-nos po com manteiga. Esta recordao gulosa o que mais pronunciadamente me ficou dos meses de externato; com a lembrana de alguns companheiros um que gostava de fazer rir aula, espcie interessante de mono louro, arrepiado, vivendo a morder, nas costas da mo esquerda, uma protuberncia calosa que tinha; outro adamado, elegante, sempre retirado, que vinha escola de branco, engomadinho e radioso, fechada a blusa em diagonal do ombro cinta por botes de madreprola. Mais ainda: a primeira vez que ouvi certa injria crespa, um palavro cercado de terror no estabelecimento, que os partistas denunciavam s mestras por duas iniciais como em monograma. Lecionou-me depois um professor em domiclio. Apesar deste ensaio da vida escolar a que me sujeitou a famlia, antes da verdadeira provao, eu estava perfeitamente virgem para as sensaes novas da nova fase. O internato! Destacada do conchego placentrio da dieta caseira, vinha prximo o momento de se definir a minha individualidade. (O Ateneu, 1999.) a)Identifique os sujeitos dos verbos houvesse e viesse, sublinhados no segundo pargrafo. b)Transcreva o trecho Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, porta do Ateneu. (1pargrafo) para o discurso indireto.

Questão 1
2018Português

(UNESP - 2018/2 -1 FASE) Examine a tira do cartunista Andr Dahmer. O conselho presente na primeira fala sugere falta de

Questão 2
2018Português

(UNESP - 2018 - 1 FASE) Leia o excerto do Sermo do bom ladro, de Antnio Vieira (1608-1697), para responder (s) questo(es) a seguir. Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a ndia; e como fosse trazido sua presena um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em to mau ofcio; porm ele, que no era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladro, e vs, porque roubais em uma armada, sois imperador?. Assim . O roubar pouco culpa, o roubar muito grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sneca, que sabia bem distinguir as qualidades, e interpretar as significaes, a uns e outros, definiu com o mesmo nome: [...] Se o rei de Macednia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladro e o pirata; o ladro, o pirata e o rei, todos tm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome. Quando li isto em Sneca, no me admirei tanto de que um filsofo estoico se atrevesse a escrever uma tal sentena em Roma, reinando nela Nero; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que os nossos oradores evanglicos em tempo de prncipes catlicos, ou para a emenda, ou para a cautela, no preguem a mesma doutrina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que calam que com o que disserem; porque a confiana com que isto se diz sinal que lhes no toca, e que se no podem ofender; e a cautela com que se cala argumento de que se ofendero, porque lhes pode tocar. [...] Suponho, finalmente, que os ladres de que falo no so aqueles miserveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gnero de vida, porque a mesma sua misria ou escusa ou alivia o seu pecado [...]. O ladro que furta para comer no vai nem leva ao Inferno: os que no s vo, mas levam, de que eu trato, so os ladres de maior calibre e de mais alta esfera [...]. No so s ladres, diz o santo [So Baslio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vo banhar, para lhes colher a roupa; os ladres que mais prpria e dignamente merecem este ttulo so aqueles a quem os reis encomendam os exrcitos e legies, ou o governo das provncias, ou a administrao das cidades, os quais j com manha, j com fora, roubam e despojam os povos. Os outros ladres roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, so enforcados: estes furtam e enforcam. (Essencial, 2011.) Verifica-se o emprego de vrgula para indicar a elipse (supresso) do verbo em: