Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
MEDICINAITA - IMEENEMENTRAR
Logo do Facebook   Logo do Instagram   Logo do Youtube

Conquiste sua aprovação na metade do tempo!

No Kuadro, você aprende a estudar com eficiência e conquista sua aprovação muito mais rápido. Aqui você aprende pelo menos 2x mais rápido e conquista sua aprovação na metade do tempo que você demoraria estudando de forma convencional.

Questões de Português - UNESP | Gabarito e resoluções

Questão 7
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 06 a 08, leia o soneto de Lus de Cames. Enquanto quis Fortuna1que tivesse Esperana de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento2 Me fez que seus efeitos escrevesse. Porm, temendo Amor3que aviso desse Minha escritura a algum juzo isento4, Escureceu-me o engenho5com tormento, Para que seus enganos no dissesse. vs que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades, quando lerdes Num breve livro casos to diversos, Verdades puras so, e no defeitos6 E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos (Lus de Cames. 20 sonetos, 2018.) 1 Fortuna: entidade mtica que presidia a sorte dos homens. 2 suave pensamento: sentimento amoroso. 3 Amor: entidade mtica que personifica o amor. 4 juzo isento: os inocentes do amor, aqueles que nunca se apaixonaram. 5 engenho: talento potico, inspirao. 6 defeitos: inverdades, fantasia. Segundo o eu lrico, Amor torna os amantes

Questão 7
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de02a08, leia o trecho do dramaMacrio, de lvares de Azevedo. MACRIO (chega janela): mulher da casa! ol! de casa! UMA VOZ (de fora): Senhor! MACRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui... A VOZ: O burro? MACRIO: A mala, burro! A VOZ: A mala com o burro? MACRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca. A VOZ: O senhor o moo que chegou primeiro? MACRIO: Sim. Mas vai ver o burro. A VOZ: Um moo que parece estudante? MACRIO: Sim. Mas anda com a mala. A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que v a p? MACRIO: Esse diabo doido! Vai a p, ou monta numa vassoura como tua me! A VOZ: Descanse, moo. O burro h de aparecer. Quando madrugar iremos procurar. OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nh Quito. Eu conheo o burro... MACRIO: E minha mala? A VOZ: No v? Est chovendo a potes!... MACRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no cho) O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro? MACRIO: No vedes? O burro fugiu... O DESCONHECIDO: No ser quebrando cadeiras que o chamareis... MACRIO: Porm a raiva... [...] O DESCONHECIDO: A mala no pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho? MACRIO: No! no! mil vezes no! No concebeis, uma perda imensa, irreparvel... era o meu cachimbo... O DESCONHECIDO: Fumais? MACRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher no me pergunteis se fumo! O DESCONHECIDO (d-lhe um cachimbo): Eis a um cachimbo primoroso. [...] MACRIO: E vs? O DESCONHECIDO: No vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma) MACRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome? O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso? MACRIO: O caso que preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estpido, pouco importa. Duas palavras s: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo. O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mo) MACRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, s noites lmpidas, acho isso sumamente inspido. Os passarinhos sabem s uma cantiga. O luar sempre o mesmo. Esse mundo montono a fazer morrer de sono. O DESCONHECIDO: E a poesia? MACRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria s pela mo do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; no h mendigo, nem caixeiro de taverna que no tenha esse vintm azinhavrado. Entendeis-me? O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo f-la... para ningum... (lvares de Azevedo.Macrio/Noite na taverna, 2002.) 1azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfcie dos objetos de cobre ou lato, resultante da corroso destes quando expostos ao ar mido). Retoma um termo mencionado anteriormente no texto a palavra sublinhada em:

Questão 8
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) O tpico clssico do locus amoenus est bem exemplificado nos seguintes versos do poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage:

Questão 8
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de02a08, leia o trecho do dramaMacrio, de lvares de Azevedo. MACRIO (chega janela): mulher da casa! ol! de casa! UMA VOZ (de fora): Senhor! MACRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui... A VOZ: O burro? MACRIO: A mala, burro! A VOZ: A mala com o burro? MACRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca. A VOZ: O senhor o moo que chegou primeiro? MACRIO: Sim. Mas vai ver o burro. A VOZ: Um moo que parece estudante? MACRIO: Sim. Mas anda com a mala. A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que v a p? MACRIO: Esse diabo doido! Vai a p, ou monta numa vassoura como tua me! A VOZ: Descanse, moo. O burro h de aparecer. Quando madrugar iremos procurar. OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nh Quito. Eu conheo o burro... MACRIO: E minha mala? A VOZ: No v? Est chovendo a potes!... MACRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no cho) O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro? MACRIO: No vedes? O burro fugiu... O DESCONHECIDO: No ser quebrando cadeiras que o chamareis... MACRIO: Porm a raiva... [...] O DESCONHECIDO: A mala no pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho? MACRIO: No! no! mil vezes no! No concebeis, uma perda imensa, irreparvel... era o meu cachimbo... O DESCONHECIDO: Fumais? MACRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher no me pergunteis se fumo! O DESCONHECIDO (d-lhe um cachimbo): Eis a um cachimbo primoroso. [...] MACRIO: E vs? O DESCONHECIDO: No vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma) MACRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome? O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso? MACRIO: O caso que preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estpido, pouco importa. Duas palavras s: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo. O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mo) MACRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, s noites lmpidas, acho isso sumamente inspido. Os passarinhos sabem s uma cantiga. O luar sempre o mesmo. Esse mundo montono a fazer morrer de sono. O DESCONHECIDO: E a poesia? MACRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria s pela mo do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; no h mendigo, nem caixeiro de taverna que no tenha esse vintm azinhavrado. Entendeis-me? O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo f-la... para ningum... (lvares de Azevedo.Macrio/Noite na taverna, 2002.) 1azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfcie dos objetos de cobre ou lato, resultante da corroso destes quando expostos ao ar mido). MACRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui... Na orao em que est inserido, o termo sublinhado um verbo que pede

Questão 8
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 06 a 08, leia o soneto de Lus de Cames. Enquanto quis Fortuna1que tivesse Esperana de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento2 Me fez que seus efeitos escrevesse. Porm, temendo Amor3que aviso desse Minha escritura a algum juzo isento4, Escureceu-me o engenho5com tormento, Para que seus enganos no dissesse. vs que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades, quando lerdes Num breve livro casos to diversos, Verdades puras so, e no defeitos6 E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos (Lus de Cames. 20 sonetos, 2018.) 1 Fortuna: entidade mtica que presidia a sorte dos homens. 2 suave pensamento: sentimento amoroso. 3 Amor: entidade mtica que personifica o amor. 4 juzo isento: os inocentes do amor, aqueles que nunca se apaixonaram. 5 engenho: talento potico, inspirao. 6 defeitos: inverdades, fantasia. No soneto, o eu lrico dirige-se, mediante vocativo,

Questão 9
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Carpe diem. um lema latino que significa, lato sensu, aproveita bem o dia ou aproveita o momento fugaz. Esta expresso tem paralelo em lnguas modernas, como no ingls: Take time while time is, for time will away. (Carlos Alberto de Macedo Rocha. Dicionrio de locues e expresses da lngua portuguesa, 2011. Adaptado.) Tal lema manifesta-se mais explicitamente nos seguintes versos de Fernando Pessoa:

Questão 9
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 09 a 11, leia a crnica Elegia do Guandu, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 2 de novembro de 1974. E se reverencissemos neste 2 de novembro os mortos do Guandu, que descem a correnteza, a caminho do mar o mar que eles no alcanam, pois encalham na areia das margens, e os urubus os devoram? Perdoai se apresento matria to feia, em dia de flores consagradas aos mortos queridos. Estes no so amados de ningum, ou o so de mnima gente. Seus corpos, no h quem os reclame, de medo ou seja l pelo que for. Se algum deles tem sorte de derivar pela restinga da Marambaia e ali recolhido por pescadores ah, peixe menos desejado ganha sepultura annima, que a piedade dos humildes providencia. Mas no prudente pescar mortos do Guandu: h sempre a perspectiva de interrogatrios que fazem perder o dia de trabalho, s vezes mais do que isso: a liberdade, que se confisca aos suspeitos e aos que explicam mal suas pescarias macabras. So marginais caados pela polcia ou por outros marginais, so suicidas, so acidentados? Difcil classific-los, se no trazem a marca registrada dos trucidadores ou estes sinais: mos amarradas, amarrado de vrios corpos, pesos amarrados aos ps. Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua, mas os que vm boiando e fluindo, fluindo e boiando, em sonho aqutico deslizante, estes desesperaram da vida, ou a vida lhes faltou de surpresa? Os mortos vo passando, procisso falhada. Eis desce o rio um lote de seis, uns aos outros ligados pela corda fraternizante. espetculo para se ver da janela de moradores de Itagua, assistentes ribeirinhos de novela de espaados captulos. Ver e no contar. Ver e guardar para conversas ntimas: Ontem, na tintura da madrugada, passaram trs garrafinhas. Eu vi, chamei a Teresa pra espiar tambm... Garrafinhas chamam-se eles, os trucidados com chumbo aos ps, e no mais como ficou escrito em livros de cartrio. O garrafinha no 1 no diferente do garrafinha no 2 ou 3. Foram todos nivelados pelo Guandu. Como frascos vazios, de pequeno porte e nenhuma importncia, l vo rio abaixo, Nova Iguau abaixo, rumo do esquecimento das garrafas e dos crimes que cometeram ou no cometeram, ou dos crimes que neles foram cometidos. [...] O Guandu no responde a inquritos nem a reprteres. No distingue, carrega. No comenta, no julga, no reclama se lhe corrompem as guas; transporta. Em sua impessoalidade serve a desgnios vrios, favorece a vida que quer se desembaraar da morte, facilita a morte que quer se libertar da vida. Pela justia sumria, pelo absurdo, pelo desespero. Mas no ao Guandu que cabe dedicar uma elegia, aos mortos do Guandu, nos quais ningum pensa no dia de pensar os e nos mortos. Os criminosos, os no criminosos, os que se destruram, os que resvalaram. Mortos sem sepultura e sem lembrana. Trgicos e apagados deslizantes na correnteza. Passageiros do Guandu, apenas e afinal. (Carlos Drummond de Andrade. Os dias lindos, 2013.) Pode-se apontar na crnica um teor, sobretudo

Questão 10
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Examine a tirinha de Andr Dahmer Na tirinha, o personagem que fala ao microfone

Questão 10
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Leia a cena inicial da comdia O novio, de Martins Pena. AMBRSIO: No mundo a fortuna para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego aquele que no tem inteligncia para v-la e a alcanar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverana e pertincia so poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, no consegue enriquecer-se? Em mim se v o exemplo. H oito anos, era eu pobre e miservel, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como no importa; no bom resultado est o mrito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me- e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Martins Pena. Comdias (1844-1845), 2007.) A fala de Ambrsio contm um elogio

Questão 10
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 09 a 11, leia a crnica Elegia do Guandu, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 2 de novembro de 1974. E se reverencissemos neste 2 de novembro os mortos do Guandu, que descem a correnteza, a caminho do mar o mar que eles no alcanam, pois encalham na areia das margens, e os urubus os devoram? Perdoai se apresento matria to feia, em dia de flores consagradas aos mortos queridos. Estes no so amados de ningum, ou o so de mnima gente. Seus corpos, no h quem os reclame, de medo ou seja l pelo que for. Se algum deles tem sorte de derivar pela restinga da Marambaia e ali recolhido por pescadores ah, peixe menos desejado ganha sepultura annima, que a piedade dos humildes providencia. Mas no prudente pescar mortos do Guandu: h sempre a perspectiva de interrogatrios que fazem perder o dia de trabalho, s vezes mais do que isso: a liberdade, que se confisca aos suspeitos e aos que explicam mal suas pescarias macabras. So marginais caados pela polcia ou por outros marginais, so suicidas, so acidentados? Difcil classific-los, se no trazem a marca registrada dos trucidadores ou estes sinais: mos amarradas, amarrado de vrios corpos, pesos amarrados aos ps. Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua, mas os que vm boiando e fluindo, fluindo e boiando, em sonho aqutico deslizante, estes desesperaram da vida, ou a vida lhes faltou de surpresa? Os mortos vo passando, procisso falhada. Eis desce o rio um lote de seis, uns aos outros ligados pela corda fraternizante. espetculo para se ver da janela de moradores de Itagua, assistentes ribeirinhos de novela de espaados captulos. Ver e no contar. Ver e guardar para conversas ntimas: Ontem, na tintura da madrugada, passaram trs garrafinhas. Eu vi, chamei a Teresa pra espiar tambm... Garrafinhas chamam-se eles, os trucidados com chumbo aos ps, e no mais como ficou escrito em livros de cartrio. O garrafinha no 1 no diferente do garrafinha no 2 ou 3. Foram todos nivelados pelo Guandu. Como frascos vazios, de pequeno porte e nenhuma importncia, l vo rio abaixo, Nova Iguau abaixo, rumo do esquecimento das garrafas e dos crimes que cometeram ou no cometeram, ou dos crimes que neles foram cometidos. [...] O Guandu no responde a inquritos nem a reprteres. No distingue, carrega. No comenta, no julga, no reclama se lhe corrompem as guas; transporta. Em sua impessoalidade serve a desgnios vrios, favorece a vida que quer se desembaraar da morte, facilita a morte que quer se libertar da vida. Pela justia sumria, pelo absurdo, pelo desespero. Mas no ao Guandu que cabe dedicar uma elegia, aos mortos do Guandu, nos quais ningum pensa no dia de pensar os e nos mortos. Os criminosos, os no criminosos, os que se destruram, os que resvalaram. Mortos sem sepultura e sem lembrana. Trgicos e apagados deslizantes na correnteza. Passageiros do Guandu, apenas e afinal. (Carlos Drummond de Andrade. Os dias lindos, 2013.) O cronista dirige-se explicitamente a seu leitor no trecho:

Questão 11
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Leia a cena inicial da comdia O novio, de Martins Pena. AMBRSIO: No mundo a fortuna para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego aquele que no tem inteligncia para v-la e a alcanar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverana e pertincia so poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, no consegue enriquecer-se? Em mim se v o exemplo. H oito anos, era eu pobre e miservel, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como no importa; no bom resultado est o mrito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me- e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Martins Pena. Comdias (1844-1845), 2007.) O como no importa; no bom resultado est o mrito... O teor dessa fala aproxima-se do contedo da seguinte citao:

Questão 11
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 09 a 11, leia a crnica Elegia do Guandu, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 2 de novembro de 1974. E se reverencissemos neste 2 de novembro os mortos do Guandu, que descem a correnteza, a caminho do mar o mar que eles no alcanam, pois encalham na areia das margens, e os urubus os devoram? Perdoai se apresento matria to feia, em dia de flores consagradas aos mortos queridos. Estes no so amados de ningum, ou o so de mnima gente. Seus corpos, no h quem os reclame, de medo ou seja l pelo que for. Se algum deles tem sorte de derivar pela restinga da Marambaia e ali recolhido por pescadores ah, peixe menos desejado ganha sepultura annima, que a piedade dos humildes providencia. Mas no prudente pescar mortos do Guandu: h sempre a perspectiva de interrogatrios que fazem perder o dia de trabalho, s vezes mais do que isso: a liberdade, que se confisca aos suspeitos e aos que explicam mal suas pescarias macabras. So marginais caados pela polcia ou por outros marginais, so suicidas, so acidentados? Difcil classific-los, se no trazem a marca registrada dos trucidadores ou estes sinais: mos amarradas, amarrado de vrios corpos, pesos amarrados aos ps. Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua, mas os que vm boiando e fluindo, fluindo e boiando, em sonho aqutico deslizante, estes desesperaram da vida, ou a vida lhes faltou de surpresa? Os mortos vo passando, procisso falhada. Eis desce o rio um lote de seis, uns aos outros ligados pela corda fraternizante. espetculo para se ver da janela de moradores de Itagua, assistentes ribeirinhos de novela de espaados captulos. Ver e no contar. Ver e guardar para conversas ntimas: Ontem, na tintura da madrugada, passaram trs garrafinhas. Eu vi, chamei a Teresa pra espiar tambm... Garrafinhas chamam-se eles, os trucidados com chumbo aos ps, e no mais como ficou escrito em livros de cartrio. O garrafinha no 1 no diferente do garrafinha no 2 ou 3. Foram todos nivelados pelo Guandu. Como frascos vazios, de pequeno porte e nenhuma importncia, l vo rio abaixo, Nova Iguau abaixo, rumo do esquecimento das garrafas e dos crimes que cometeram ou no cometeram, ou dos crimes que neles foram cometidos. [...] O Guandu no responde a inquritos nem a reprteres. No distingue, carrega. No comenta, no julga, no reclama se lhe corrompem as guas; transporta. Em sua impessoalidade serve a desgnios vrios, favorece a vida que quer se desembaraar da morte, facilita a morte que quer se libertar da vida. Pela justia sumria, pelo absurdo, pelo desespero. Mas no ao Guandu que cabe dedicar uma elegia, aos mortos do Guandu, nos quais ningum pensa no dia de pensar os e nos mortos. Os criminosos, os no criminosos, os que se destruram, os que resvalaram. Mortos sem sepultura e sem lembrana. Trgicos e apagados deslizantes na correnteza. Passageiros do Guandu, apenas e afinal. (Carlos Drummond de Andrade. Os dias lindos, 2013.) O termo sublinhado em Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua (4o pargrafo) pertence mesma classe gramatical do termo sublinhado em:

Questão 11
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 11 a 14, leia o trecho do livro A solido dos moribundos, do socilogo alemo Norbert Elias. No mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplcios na roda. Assistimos ao futebol, e no aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificao com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e lees famintos devorando pessoas vivas pedao a pedao, ou a gladiadores, por astcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diverso para a qual nos prepararamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores queles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras Morituri te salutant (Os que vo morrer te sadam). Alguns dos imperadores sem dvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer). Porm, numa sociedade em que tivesse sido possvel dizer isso, provavelmente no haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores alguns dos quais mesmo hoje tm poder de vida e morte sobre um sem-nmero de seus semelhantes requer uma desmitologizao da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma conscincia muito mais clara de que a espcie humana uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas s podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte especialmente difcil de resolver porque os vivos acham difcil identificar-se com os moribundos. A morte um problema dos vivos. Os mortos no tm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema s para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero; apenas eles podem prever seu prprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precaues especiais como indivduos e como grupos para proteger-se contra a ameaa da aniquilao. (A solido dos moribundos, 2001.) De acordo com o autor,

Questão 12
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 11 a 14, leia o trecho do livroA solido dos moribundos, do socilogo alemo Norbert Elias. No mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplcios na roda. Assistimos ao futebol, e no aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificao com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e lees famintos devorando pessoas vivas pedao a pedao, ou a gladiadores, por astcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diverso para a qual nos prepararamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores queles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras Morituri te salutant (Os que vo morrer te sadam). Alguns dos imperadores sem dvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer). Porm, numa sociedade em que tivesse sido possvel dizer isso, provavelmente no haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores alguns dos quais mesmo hoje tm poder de vida e morte sobre um sem-nmero de seus semelhantes requer uma desmitologizao da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma conscincia muito mais clara de que a espcie humana uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas s podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte especialmente difcil de resolver porque os vivos acham difcil identificar-se com os moribundos. A morte um problema dos vivos. Os mortos no tm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema s para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero; apenas eles podem prever seu prprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precaues especiais como indivduos e como grupos para proteger-se contra a ameaa da aniquilao. (A solido dos moribundos, 2001.) No primeiro pargrafo, a impessoalidade da linguagem est bem exemplificada no trecho:

Questão 12
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Leia a cena inicial da comdia O novio, de Martins Pena. AMBRSIO: No mundo a fortuna para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego aquele que no tem inteligncia para v-la e a alcanar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverana e pertincia so poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, no consegue enriquecer-se? Em mim se v o exemplo. H oito anos, era eu pobre e miservel, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como no importa; no bom resultado est o mrito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me- e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Martins Pena. Comdias (1844-1845), 2007.) Um vocbulo tambm pode ser formado quando passa de uma classe gramatical a outra, sem a modificao de sua forma. o que se denomina derivao imprpria. Na fala de Ambrsio, constitui exemplo de derivao imprpria o vocbulo sublinhado em