(UNIOESTE - 2009)
“Supondo que um homem, dotado das mais poderosas faculdades racionais, seja repentinamente transportado para este mundo; certamente, notaria de imediato a existência de uma contínua sucessão de objetos e um evento acompanhado por outro, mas seria incapaz de descobrir algo a mais. De início, não seria capaz, mediante nenhum raciocínio, de chegar à ideia de causa e efeito, visto que os poderes particulares que realizam todas as operações naturais jamais se revelam aos sentidos; nem é razoável concluir, apenas porque um evento em determinado caso precede outro, que um é a causa e o outro, o efeito. Esta conjunção pode ser arbitrária e acidental. Não há base racional para inferir a existência de um pelo aparecimento do outro. [...] Todos os eventos parecem inteiramente soltos e separados. Um evento segue outro, porém jamais podemos observar um laço entre eles. [...] Não sentimos escrúpulos de predizer um ao surgir o outro [...]. Denominamos, então, um dos objetos causa e outro efeito”.
(Hume).
Segundo a concepção de conhecimento de Hume, é incorreto afirmar que
a realidade, embora nos forneça a experiência de uma sucessão de fatos, não nos revela relações causais entre eles.
o princípio que fundamenta as relações causais é o costume ou o hábito.
o princípio de causalidade é um princípio lógico e inerente à própria razão.
do fato de o Sol ter nascido todos os dias até hoje não podemos inferir que ele necessariamente nascerá amanhã.
embora não haja conhecimentos absolutos sobre o mundo, não devemos abandonar a noção de conhecimento humano.