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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

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(UNIOESTE - 2010)

“Há já algum tempo dei-me conta de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei sobre princípios tão mal assegurados devia ser apenas muito duvidoso e incerto; de modo que era preciso tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões que recebera até então em minha crença e começar tudo novamente desde os fundamentos, se eu quisesse estabelecer alguma coisa de firme e de constante nas ciências. […] Agora, pois, que meu espírito está livre de todas as preocupações e que obtive um repouso seguro numa solidão tranquila, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade a destruir em geral todas as minhas antigas opiniões. Ora, não será necessário, para atingir esse propósito, provar que elas todas são falsas, o que talvez jamais realizasse até o fim; mas, visto que a razão já me persuade de que não devo menos cuidadosamente impedir-me de acreditar nas coisas que não são inteiramente certas e indubitáveis do que nas que nos parecem ser manifestamente falsas, a menor razão de duvidar que eu nelas encontrar será suficiente para me fazer rejeitá-las todas.”

(Descartes)

A partir da filosofia cartesiana, seguem as seguintes afirmações:

I. A dúvida cartesiana é uma dúvida sobre os fundamentos do conhecimento, e seu objetivo é avaliar a possibilidade da conquista de algo evidente e verdadeiro.
II. A primeira certeza que conquistamos é a de que, embora nossos sentidos nos enganam às vezes, não é possível duvidar da existência das coisas que nos rodeiam.
III. A dúvida, quando generalizada ao máximo, será autodestrutiva, uma vez que ela é um ato de pensar e, portanto, requer como certa a existência de uma entidade que é sujeito desse ato
IV. Generalizar ao máximo a dúvida é uma atitude irracional e meramente negativa.
V. A dúvida cartesiana traz como resultado um fato determinante para toda a filosofia moderna: só temos acesso imediato às nossas percepções mentais, ao passo que o conhecimento de tudo o mais (o mundo, Deus, etc.) deve ser provado como possível, dada a distância que há entre nossos pensamentos e as demais coisas.

Das afirmações feitas acima

A

apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

B

apenas as afirmativas I e III estão corretas.

C

apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.

D

apenas a afirmativa IV está incorreta.

E

todas as afirmativas estão corretas.