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Questões de Português - IME | Gabarito e resoluções

Questão 11
2010Português

(IME - 2010/2011 - 1 FASE) Texto I O ANO DA FRIA 1 Os primeiros meses de 2010 sero lembrados pela sucesso de catstrofes ambientais. Terremotos mataram milhares de pessoas em Haiti, Chile e China. Um vulco na Islndia gerou uma nuvem de cinza causadora de prejuzo histrico para a aviao. Tempestades e ondas de frio e calor castigaram vrias partes do planeta, inclusive o Brasil. A fria da natureza, segundo cientistas, continuar este ano, especialmente devido temporada de furaces no Caribe e na Amrica Central, regies pouco preparadas para enfrentar eventos extremos. Grandes seguradoras j apontam 2010 como o ano de maior prejuzo e desastres ambientais. Os especialistas alertam que os pases precisam aprender a se preparar para evitar perdas humanas e econmicas cada vez maiores num mundo superpovoado e merc de mudanas climticas. Os fenmenos naturais que marcaram a primeira metade de 2010 so o tema deste caderno especial que O Globo publica hoje, Dia do Meio Ambiente. Um comeo extremo 2 As seguradoras amargaram prejuzo histrico e a Amrica Latina foi uma das regies que mais sofreu. Porm, especialistas dizem que o Brasil est entre os pases que podem sair fortalecidos da crise ambiental. 3 O ano sequer chegou metade, mas os eventos extremos registrados por todo o planeta, provocando milhares de mortes, j fizeram de 2010 um perodo marcado pela fria da natureza. Tempestades de fora incomum, alagamentos, temperaturas muito acima ou abaixo da mdia, terremotos em reas densamente povoadas e atividade vulcnica causaram prejuzos em dezenas de pases. O clima produz ms notcias em velocidade indita. Uma combinao de fatores explica por que 2010 tem sido penoso. Entre eles, as mudanas climticas que provocam episdios extremos comtais frequncia e a infeliz coincidncia de os eventos geolgicos, como terremotos e vulces, ocorrerem em reas densamente povoadas. reas pobres e sem infraestrutura esto sujeitas a perdas maiores. 4 Do ponto de vista geolgico, no existe anormalidade registrada na atividade do planeta garante o vulcanlogo Thor Thordarson, da Universidadede Edimburgo, na Esccia. Mas o acaso fez com que erupes e sismos acontecessem nos primeiros meses do ano, e, alm disso, em locais muito habitados. uma coincidncia, mas nos faz pensar que algo est errado. () 5 Segundo a seguradora Willis, as empresas do setor atuantes no continente perderam US$ 16 bilhes nos ltimos trs meses. Entre os motivos esto os terremotos do Haiti e Chile e as chuvas que castigaram o Brasil. A empresa tambm prev que a nova temporada de furaces no Caribe, iniciada esta semana, ser mais intensa que o normal. 6 Os gastos com eventos extremos daro um salto nos prximos meses. Segundo a seguradora Swiss, os desastres naturais provocaro uma despesa de US$ 22 bilhes. 7 J estamos conferindo os eventos significativos de 2010. Nossa previso de que este ano ser de grandes prejuzos admite Thomas Hess, economista-chefe da Swiss. Alertamos a indstria que deve se preparar para sofrer perdas. 8 Se difcil pensar em cifras to altas, basta lembrar os reflexos que as mudanas climticas provocam no oramento de cada um. Secas e furaces fizeram com que produtores diminussem, em todo o planeta, a rea de cultivo de arroz. O movimento atingiu at o Rio Grande do Sul. Preparados para a estiagem, os Pampas foram surpreendidos, no incio do ano, com o alto ndice de chuvas. Resultado: safras ainda menores e preos mais altos no supermercado. 9 A mesa do brasileiro ficou mais cara alerta Emlia Queiroga Barros, diretora da Campanha Global de Liderana Climtica Brasil 2020. Asmudanas climticas tm um efeito imediato em nosso modelo de civilizao. E o que mais importante: elas no respeitam fronteiras geopolticas. So um problema de todos. Clima traz nova ordem mundial 10 A escalada dos eventos extremos ainda no produziu um verdadeiro acordo global, obrigando pases desenvolvidos e emergentes a cortarem na carne leia -se: em suas emisses de carbono. A China, maior poluidora do mundo, investe 3% do seu PIB em energia verde (os EUA destinam apenas 0,7% do PIB ao mesmo fim). Na Alemanha, a populao incentivada, com reembolsos governamentais, a comprar painis de energia solar. O projeto alou o pas liderana no uso desta fonte de energia. 11 O Brasil, que j reduziu o desmatamento da Amaznia, pode assumir um papel ainda maior. Dono de uma economia baseada em matriz energtica limpa (as hidreltricas), o pas considerado candidato liderana de uma nova ordem mundial, onde a economia pode ser mais harmoniosa com o meio ambiente. 12 Somos um dos pases com maior potencial de liderana em desenvolvimento sustentvel ressalta Emlia. Temos a maior extenso de terra cultivada do mundo, a maior quantidade de recursos hdricos e a maior extenso da Amaznia. Novas formas de comrcio esto surgindo, com naes sem potencial agrcola comprando terras fora de seus domnios. As relaes de cooperao mudaram. Podemos estar frente desta nova era. GRANDELLE, Renato. O ANO DA FRIA. O Globo, Rio de Janeiro, 05 jun. 2010. Caderno Especial, p.1-2. (texto adaptado) Texto II ONDE ESTOU? (Cludio Manuel da Costa) Onde estou? Este stio desconheo: Quem fez to diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contempl-lo tmido esmoreo. Uma fonte aqui houve; eu no me esqueo De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte est mudado: Quanto pode dos anos o progresso! rvores aqui vi to florescentes, Que faziam perptua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a regio esta no era: Mas que venho a estranhar, se esto presentes Meus males, com que tudo degenera! SECCHIN , Antnio Carlos. ANTOLOGIA TEMTICA DA POESIA BRASILEIRA Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004. Texto III O ACAR (Ferreira Gullar) O branco acar que adoar meu caf nesta manh de Ipanema no foi produzido por mim nem surgiu dentro do aucareiro por milagre. Vejo-o puro e afvel ao paladar como beijo de moa, gua na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este acar no foi feito por mim. Este acar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este acar veio de uma usina de acar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este acar era cana e veio dos canaviais extensos que no nascem por acaso no regao do vale. Em lugares distantes, onde no h hospital nem escola, homens que no sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria acar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este acar branco e puro com que adoo meu caf esta manh em Ipanema. Disponvel em: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/valorizacaodaforma.htm. Acesso em: 07 jun. 2010. Texto IV JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE O poeta e engenheiro Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Alcntara, Maranho, em 1833. De famlia abonada, viajou muito desde jovem, percorrendo inmeros pases europeus. Formou-se em Engenharia de Minas e em Letras pela Sorbonne. Em 1884, lanou a verso definitiva de seu O Guesa, obra radical e renovadora. Morreu abandonado e com fama de louco. Considerado em sua poca um escritor extravagante, Sousndrade, como preferia ser identificado, acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de antecipao genial da livre expresso modernista. Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por oraes reduzidas e fuses vocabulares, foge do discurso derramado dos romnticos. Cosmopolita, o escritor deixou quadros curiosos como a descrio do Inferno de Wall Street, no qual v o capitalismo como doena. Sua obra mais perturbadora O Guesa, poema em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados. A base do poema a lenda indgena do Guesa Errante. O personagem Guesa uma criana roubada aos pais pelo deus do Sol e educado no templo da divindade at os 10 anos, sendo sacrificado aos 15 anos. Na condio de poeta maldito, Sousndrade identifica seu destino pessoal com o do jovem ndio. Porm, no plano histrico-social, o poeta v no drama de Guesa o mesmo dos povos aborgenes da Amrica, condenando as formas de opresso dos colonialistas e defendendo uma repblica utpica. O Guesa (fragmento) O sol ao pr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluos Desmaia o cu destrelas arenoso E o lago anila seus lenis despelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o cu, brando o ar pureza E as vias-lcteas sendas odorantes Alvas, to alvas!... Sonoros mares, a onda desmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar. GONZAGA, S. Literatura Brasileira. Disp. em: http://www.educaterra.terra.com.br (Texto adaptado). Acesso em: 14 jun. 2010. COM BASE NOS TEXTOS I E III, RESPONDA QUESTO DE NMERO 11 Sobre as assertivas a seguir, podemos afirmar que 1 - o texto I evidencia a situao climtica mundial e seu reflexo na mesa do brasileiro. 2 - os textos I e III partem de uma situao geral que se particulariza em situaes cotidianas. Enquanto o texto I parte do equilbrio climtico mundial para a influncia na mesa do brasileiro, o texto III parte da xcara adoada com acar para a diferena social do trabalho no pas. 3 - o texto III evidencia e ameniza o trabalho dos usineiros com os adjetivos escura e amarga. (6 estrofe) 4 - o Oliveira citado como exemplo do descaso dos brasileiros com as desigualdades sociais. (3 estrofe)

Questão 12
2010Português

(IME - 2010/2011 - 1 FASE) Texto I O ANO DA FRIA 1 Os primeiros meses de 2010 sero lembrados pela sucesso de catstrofes ambientais. Terremotos mataram milhares de pessoas em Haiti, Chile e China. Um vulco na Islndia gerou uma nuvem de cinza causadora de prejuzo histrico para a aviao. Tempestades e ondas de frio e calor castigaram vrias partes do planeta, inclusive o Brasil. A fria da natureza, segundo cientistas, continuar este ano, especialmente devido temporada de furaces no Caribe e na Amrica Central, regies pouco preparadas para enfrentar eventos extremos. Grandes seguradoras j apontam 2010 como o ano de maior prejuzo e desastres ambientais. Os especialistas alertam que os pases precisam aprender a se preparar para evitar perdas humanas e econmicas cada vez maiores num mundo superpovoado e merc de mudanas climticas. Os fenmenos naturais que marcaram a primeira metade de 2010 so o tema deste caderno especial que O Globo publica hoje, Dia do Meio Ambiente. Um comeo extremo 2 As seguradoras amargaram prejuzo histrico e a Amrica Latina foi uma das regies que mais sofreu. Porm, especialistas dizem que o Brasil est entre os pases que podem sair fortalecidos da crise ambiental. 3 O ano sequer chegou metade, mas os eventos extremos registrados por todo o planeta, provocando milhares de mortes, j fizeram de 2010 um perodo marcado pela fria da natureza. Tempestades de fora incomum, alagamentos, temperaturas muito acima ou abaixo da mdia, terremotos em reas densamente povoadas e atividade vulcnica causaram prejuzos em dezenas de pases. O clima produz ms notcias em velocidade indita. Uma combinao de fatores explica por que 2010 tem sido penoso. Entre eles, as mudanas climticas que provocam episdios extremos comtais frequncia e a infeliz coincidncia de os eventos geolgicos, como terremotos e vulces, ocorrerem em reas densamente povoadas. reas pobres e sem infraestrutura esto sujeitas a perdas maiores. 4 Do ponto de vista geolgico, no existe anormalidade registrada na atividade do planeta garante o vulcanlogo Thor Thordarson, da Universidadede Edimburgo, na Esccia. Mas o acaso fez com que erupes e sismos acontecessem nos primeiros meses do ano, e, alm disso, em locais muito habitados. uma coincidncia, mas nos faz pensar que algo est errado. () 5 Segundo a seguradora Willis, as empresas do setor atuantes no continente perderam US$ 16 bilhes nos ltimos trs meses. Entre os motivos esto os terremotos do Haiti e Chile e as chuvas que castigaram o Brasil. A empresa tambm prev que a nova temporada de furaces no Caribe, iniciada esta semana, ser mais intensa que o normal. 6 Os gastos com eventos extremos daro um salto nos prximos meses. Segundo a seguradora Swiss, os desastres naturais provocaro uma despesa de US$ 22 bilhes. 7 J estamos conferindo os eventos significativos de 2010. Nossa previso de que este ano ser de grandes prejuzos admite Thomas Hess, economista-chefe da Swiss. Alertamos a indstria que deve se preparar para sofrer perdas. 8 Se difcil pensar em cifras to altas, basta lembrar os reflexos que as mudanas climticas provocam no oramento de cada um. Secas e furaces fizeram com que produtores diminussem, em todo o planeta, a rea de cultivo de arroz. O movimento atingiu at o Rio Grande do Sul. Preparados para a estiagem, os Pampas foram surpreendidos, no incio do ano, com o alto ndice de chuvas. Resultado: safras ainda menores e preos mais altos no supermercado. 9 A mesa do brasileiro ficou mais cara alerta Emlia Queiroga Barros, diretora da Campanha Global de Liderana Climtica Brasil 2020. Asmudanas climticas tm um efeito imediato em nosso modelo de civilizao. E o que mais importante: elas no respeitam fronteiras geopolticas. So um problema de todos. Clima traz nova ordem mundial 10 A escalada dos eventos extremos ainda no produziu um verdadeiro acordo global, obrigando pases desenvolvidos e emergentes a cortarem na carne leia -se: em suas emisses de carbono. A China, maior poluidora do mundo, investe 3% do seu PIB em energia verde (os EUA destinam apenas 0,7% do PIB ao mesmo fim). Na Alemanha, a populao incentivada, com reembolsos governamentais, a comprar painis de energia solar. O projeto alou o pas liderana no uso desta fonte de energia. 11 O Brasil, que j reduziu o desmatamento da Amaznia, pode assumir um papel ainda maior. Dono de uma economia baseada em matriz energtica limpa (as hidreltricas), o pas considerado candidato liderana de uma nova ordem mundial, onde a economia pode ser mais harmoniosa com o meio ambiente. 12 Somos um dos pases com maior potencial de liderana em desenvolvimento sustentvel ressalta Emlia. Temos a maior extenso de terra cultivada do mundo, a maior quantidade de recursos hdricos e a maior extenso da Amaznia. Novas formas de comrcio esto surgindo, com naes sem potencial agrcola comprando terras fora de seus domnios. As relaes de cooperao mudaram. Podemos estar frente desta nova era. GRANDELLE, Renato. O ANO DA FRIA. O Globo, Rio de Janeiro, 05 jun. 2010. Caderno Especial, p.1-2. (texto adaptado) Texto II ONDE ESTOU? (Cludio Manuel da Costa) Onde estou? Este stio desconheo: Quem fez to diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contempl-lo tmido esmoreo. Uma fonte aqui houve; eu no me esqueo De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte est mudado: Quanto pode dos anos o progresso! rvores aqui vi to florescentes, Que faziam perptua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a regio esta no era: Mas que venho a estranhar, se esto presentes Meus males, com que tudo degenera! SECCHIN , Antnio Carlos. ANTOLOGIA TEMTICA DA POESIA BRASILEIRA Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004. Texto III O ACAR (Ferreira Gullar) O branco acar que adoar meu caf nesta manh de Ipanema no foi produzido por mim nem surgiu dentro do aucareiro por milagre. Vejo-o puro e afvel ao paladar como beijo de moa, gua na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este acar no foi feito por mim. Este acar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este acar veio de uma usina de acar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este acar era cana e veio dos canaviais extensos que no nascem por acaso no regao do vale. Em lugares distantes, onde no h hospital nem escola, homens que no sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria acar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este acar branco e puro com que adoo meu caf esta manh em Ipanema. Disponvel em: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/valorizacaodaforma.htm. Acesso em: 07 jun. 2010. Texto IV JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE O poeta e engenheiro Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Alcntara, Maranho, em 1833. De famlia abonada, viajou muito desde jovem, percorrendo inmeros pases europeus. Formou-se em Engenharia de Minas e em Letras pela Sorbonne. Em 1884, lanou a verso definitiva de seu O Guesa, obra radical e renovadora. Morreu abandonado e com fama de louco. Considerado em sua poca um escritor extravagante, Sousndrade, como preferia ser identificado, acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de antecipao genial da livre expresso modernista. Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por oraes reduzidas e fuses vocabulares, foge do discurso derramado dos romnticos. Cosmopolita, o escritor deixou quadros curiosos como a descrio do Inferno de Wall Street, no qual v o capitalismo como doena. Sua obra mais perturbadora O Guesa, poema em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados. A base do poema a lenda indgena do Guesa Errante. O personagem Guesa uma criana roubada aos pais pelo deus do Sol e educado no templo da divindade at os 10 anos, sendo sacrificado aos 15 anos. Na condio de poeta maldito, Sousndrade identifica seu destino pessoal com o do jovem ndio. Porm, no plano histrico-social, o poeta v no drama de Guesa o mesmo dos povos aborgenes da Amrica, condenando as formas de opresso dos colonialistas e defendendo uma repblica utpica. O Guesa (fragmento) O sol ao pr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluos Desmaia o cu destrelas arenoso E o lago anila seus lenis despelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o cu, brando o ar pureza E as vias-lcteas sendas odorantes Alvas, to alvas!... Sonoros mares, a onda desmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar. GONZAGA, S. Literatura Brasileira. Disp. em: http://www.educaterra.terra.com.br (Texto adaptado). Acesso em: 14 jun. 2010. COM BASE NO TEXTO IV, RESPONDA S QUESTES DE NMEROS 12 A 15 Dos versos de O Guesa correto afirmar que

Questão 13
2010Português

(IME - 2010/2011 - 1 FASE) Texto I O ANO DA FRIA 1 Os primeiros meses de 2010 sero lembrados pela sucesso de catstrofes ambientais. Terremotos mataram milhares de pessoas em Haiti, Chile e China. Um vulco na Islndia gerou uma nuvem de cinza causadora de prejuzo histrico para a aviao. Tempestades e ondas de frio e calor castigaram vrias partes do planeta, inclusive o Brasil. A fria da natureza, segundo cientistas, continuar este ano, especialmente devido temporada de furaces no Caribe e na Amrica Central, regies pouco preparadas para enfrentar eventos extremos. Grandes seguradoras j apontam 2010 como o ano de maior prejuzo e desastres ambientais. Os especialistas alertam que os pases precisam aprender a se preparar para evitar perdas humanas e econmicas cada vez maiores num mundo superpovoado e merc de mudanas climticas. Os fenmenos naturais que marcaram a primeira metade de 2010 so o tema deste caderno especial que O Globo publica hoje, Dia do Meio Ambiente. Um comeo extremo 2 As seguradoras amargaram prejuzo histrico e a Amrica Latina foi uma das regies que mais sofreu. Porm, especialistas dizem que o Brasil est entre os pases que podem sair fortalecidos da crise ambiental. 3 O ano sequer chegou metade, mas os eventos extremos registrados por todo o planeta, provocando milhares de mortes, j fizeram de 2010 um perodo marcado pela fria da natureza. Tempestades de fora incomum, alagamentos, temperaturas muito acima ou abaixo da mdia, terremotos em reas densamente povoadas e atividade vulcnica causaram prejuzos em dezenas de pases. O clima produz ms notcias em velocidade indita. Uma combinao de fatores explica por que 2010 tem sido penoso. Entre eles, as mudanas climticas que provocam episdios extremos comtais frequncia e a infeliz coincidncia de os eventos geolgicos, como terremotos e vulces, ocorrerem em reas densamente povoadas. reas pobres e sem infraestrutura esto sujeitas a perdas maiores. 4 Do ponto de vista geolgico, no existe anormalidade registrada na atividade do planeta garante o vulcanlogo Thor Thordarson, da Universidadede Edimburgo, na Esccia. Mas o acaso fez com que erupes e sismos acontecessem nos primeiros meses do ano, e, alm disso, em locais muito habitados. uma coincidncia, mas nos faz pensar que algo est errado. () 5 Segundo a seguradora Willis, as empresas do setor atuantes no continente perderam US$ 16 bilhes nos ltimos trs meses. Entre os motivos esto os terremotos do Haiti e Chile e as chuvas que castigaram o Brasil. A empresa tambm prev que a nova temporada de furaces no Caribe, iniciada esta semana, ser mais intensa que o normal. 6 Os gastos com eventos extremos daro um salto nos prximos meses. Segundo a seguradora Swiss, os desastres naturais provocaro uma despesa de US$ 22 bilhes. 7 J estamos conferindo os eventos significativos de 2010. Nossa previso de que este ano ser de grandes prejuzos admite Thomas Hess, economista-chefe da Swiss. Alertamos a indstria que deve se preparar para sofrer perdas. 8 Se difcil pensar em cifras to altas, basta lembrar os reflexos que as mudanas climticas provocam no oramento de cada um. Secas e furaces fizeram com que produtores diminussem, em todo o planeta, a rea de cultivo de arroz. O movimento atingiu at o Rio Grande do Sul. Preparados para a estiagem, os Pampas foram surpreendidos, no incio do ano, com o alto ndice de chuvas. Resultado: safras ainda menores e preos mais altos no supermercado. 9 A mesa do brasileiro ficou mais cara alerta Emlia Queiroga Barros, diretora da Campanha Global de Liderana Climtica Brasil 2020. Asmudanas climticas tm um efeito imediato em nosso modelo de civilizao. E o que mais importante: elas no respeitam fronteiras geopolticas. So um problema de todos. Clima traz nova ordem mundial 10 A escalada dos eventos extremos ainda no produziu um verdadeiro acordo global, obrigando pases desenvolvidos e emergentes a cortarem na carne leia -se: em suas emisses de carbono. A China, maior poluidora do mundo, investe 3% do seu PIB em energia verde (os EUA destinam apenas 0,7% do PIB ao mesmo fim). Na Alemanha, a populao incentivada, com reembolsos governamentais, a comprar painis de energia solar. O projeto alou o pas liderana no uso desta fonte de energia. 11 O Brasil, que j reduziu o desmatamento da Amaznia, pode assumir um papel ainda maior. Dono de uma economia baseada em matriz energtica limpa (as hidreltricas), o pas considerado candidato liderana de uma nova ordem mundial, onde a economia pode ser mais harmoniosa com o meio ambiente. 12 Somos um dos pases com maior potencial de liderana em desenvolvimento sustentvel ressalta Emlia. Temos a maior extenso de terra cultivada do mundo, a maior quantidade de recursos hdricos e a maior extenso da Amaznia. Novas formas de comrcio esto surgindo, com naes sem potencial agrcola comprando terras fora de seus domnios. As relaes de cooperao mudaram. Podemos estar frente desta nova era. GRANDELLE, Renato. O ANO DA FRIA. O Globo, Rio de Janeiro, 05 jun. 2010. Caderno Especial, p.1-2. (texto adaptado) Texto II ONDE ESTOU? (Cludio Manuel da Costa) Onde estou? Este stio desconheo: Quem fez to diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contempl-lo tmido esmoreo. Uma fonte aqui houve; eu no me esqueo De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte est mudado: Quanto pode dos anos o progresso! rvores aqui vi to florescentes, Que faziam perptua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a regio esta no era: Mas que venho a estranhar, se esto presentes Meus males, com que tudo degenera! SECCHIN , Antnio Carlos. ANTOLOGIA TEMTICA DA POESIA BRASILEIRA Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004. Texto III O ACAR (Ferreira Gullar) O branco acar que adoar meu caf nesta manh de Ipanema no foi produzido por mim nem surgiu dentro do aucareiro por milagre. Vejo-o puro e afvel ao paladar como beijo de moa, gua na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este acar no foi feito por mim. Este acar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este acar veio de uma usina de acar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este acar era cana e veio dos canaviais extensos que no nascem por acaso no regao do vale. Em lugares distantes, onde no h hospital nem escola, homens que no sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria acar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este acar branco e puro com que adoo meu caf esta manh em Ipanema. Disponvel em: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/valorizacaodaforma.htm. Acesso em: 07 jun. 2010. Texto IV JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE O poeta e engenheiro Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Alcntara, Maranho, em 1833. De famlia abonada, viajou muito desde jovem, percorrendo inmeros pases europeus. Formou-se em Engenharia de Minas e em Letras pela Sorbonne. Em 1884, lanou a verso definitiva de seu O Guesa, obra radical e renovadora. Morreu abandonado e com fama de louco. Considerado em sua poca um escritor extravagante, Sousndrade, como preferia ser identificado, acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de antecipao genial da livre expresso modernista. Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por oraes reduzidas e fuses vocabulares, foge do discurso derramado dos romnticos. Cosmopolita, o escritor deixou quadros curiosos como a descrio do Inferno de Wall Street, no qual v o capitalismo como doena. Sua obra mais perturbadora O Guesa, poema em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados. A base do poema a lenda indgena do Guesa Errante. O personagem Guesa uma criana roubada aos pais pelo deus do Sol e educado no templo da divindade at os 10 anos, sendo sacrificado aos 15 anos. Na condio de poeta maldito, Sousndrade identifica seu destino pessoal com o do jovem ndio. Porm, no plano histrico-social, o poeta v no drama de Guesa o mesmo dos povos aborgenes da Amrica, condenando as formas de opresso dos colonialistas e defendendo uma repblica utpica. O Guesa (fragmento) O sol ao pr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluos Desmaia o cu destrelas arenoso E o lago anila seus lenis despelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o cu, brando o ar pureza E as vias-lcteas sendas odorantes Alvas, to alvas!... Sonoros mares, a onda desmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar. GONZAGA, S. Literatura Brasileira. Disp. em: http://www.educaterra.terra.com.br (Texto adaptado). Acesso em: 14 jun. 2010. COM BASE NO TEXTO IV, RESPONDA S QUESTES DE NMEROS 12 A 15 Assinale a alternativa correta em relao aos versos transcritos de O Guesa.

Questão 14
2010Português

(IME - 2010/2011 - 1 FASE) Texto I O ANO DA FRIA 1 Os primeiros meses de 2010 sero lembrados pela sucesso de catstrofes ambientais. Terremotos mataram milhares de pessoas em Haiti, Chile e China. Um vulco na Islndia gerou uma nuvem de cinza causadora de prejuzo histrico para a aviao. Tempestades e ondas de frio e calor castigaram vrias partes do planeta, inclusive o Brasil. A fria da natureza, segundo cientistas, continuar este ano, especialmente devido temporada de furaces no Caribe e na Amrica Central, regies pouco preparadas para enfrentar eventos extremos. Grandes seguradoras j apontam 2010 como o ano de maior prejuzo e desastres ambientais. Os especialistas alertam que os pases precisam aprender a se preparar para evitar perdas humanas e econmicas cada vez maiores num mundo superpovoado e merc de mudanas climticas. Os fenmenos naturais que marcaram a primeira metade de 2010 so o tema deste caderno especial que O Globo publica hoje, Dia do Meio Ambiente. Um comeo extremo 2 As seguradoras amargaram prejuzo histrico e a Amrica Latina foi uma das regies que mais sofreu. Porm, especialistas dizem que o Brasil est entre os pases que podem sair fortalecidos da crise ambiental. 3 O ano sequer chegou metade, mas os eventos extremos registrados por todo o planeta, provocando milhares de mortes, j fizeram de 2010 um perodo marcado pela fria da natureza. Tempestades de fora incomum, alagamentos, temperaturas muito acima ou abaixo da mdia, terremotos em reas densamente povoadas e atividade vulcnica causaram prejuzos em dezenas de pases. O clima produz ms notcias em velocidade indita. Uma combinao de fatores explica por que 2010 tem sido penoso. Entre eles, as mudanas climticas que provocam episdios extremos comtais frequncia e a infeliz coincidncia de os eventos geolgicos, como terremotos e vulces, ocorrerem em reas densamente povoadas. reas pobres e sem infraestrutura esto sujeitas a perdas maiores. 4 Do ponto de vista geolgico, no existe anormalidade registrada na atividade do planeta garante o vulcanlogo Thor Thordarson, da Universidadede Edimburgo, na Esccia. Mas o acaso fez com que erupes e sismos acontecessem nos primeiros meses do ano, e, alm disso, em locais muito habitados. uma coincidncia, mas nos faz pensar que algo est errado. () 5 Segundo a seguradora Willis, as empresas do setor atuantes no continente perderam US$ 16 bilhes nos ltimos trs meses. Entre os motivos esto os terremotos do Haiti e Chile e as chuvas que castigaram o Brasil. A empresa tambm prev que a nova temporada de furaces no Caribe, iniciada esta semana, ser mais intensa que o normal. 6 Os gastos com eventos extremos daro um salto nos prximos meses. Segundo a seguradora Swiss, os desastres naturais provocaro uma despesa de US$ 22 bilhes. 7 J estamos conferindo os eventos significativos de 2010. Nossa previso de que este ano ser de grandes prejuzos admite Thomas Hess, economista-chefe da Swiss. Alertamos a indstria que deve se preparar para sofrer perdas. 8 Se difcil pensar em cifras to altas, basta lembrar os reflexos que as mudanas climticas provocam no oramento de cada um. Secas e furaces fizeram com que produtores diminussem, em todo o planeta, a rea de cultivo de arroz. O movimento atingiu at o Rio Grande do Sul. Preparados para a estiagem, os Pampas foram surpreendidos, no incio do ano, com o alto ndice de chuvas. Resultado: safras ainda menores e preos mais altos no supermercado. 9 A mesa do brasileiro ficou mais cara alerta Emlia Queiroga Barros, diretora da Campanha Global de Liderana Climtica Brasil 2020. Asmudanas climticas tm um efeito imediato em nosso modelo de civilizao. E o que mais importante: elas no respeitam fronteiras geopolticas. So um problema de todos. Clima traz nova ordem mundial 10 A escalada dos eventos extremos ainda no produziu um verdadeiro acordo global, obrigando pases desenvolvidos e emergentes a cortarem na carne leia -se: em suas emisses de carbono. A China, maior poluidora do mundo, investe 3% do seu PIB em energia verde (os EUA destinam apenas 0,7% do PIB ao mesmo fim). Na Alemanha, a populao incentivada, com reembolsos governamentais, a comprar painis de energia solar. O projeto alou o pas liderana no uso desta fonte de energia. 11 O Brasil, que j reduziu o desmatamento da Amaznia, pode assumir um papel ainda maior. Dono de uma economia baseada em matriz energtica limpa (as hidreltricas), o pas considerado candidato liderana de uma nova ordem mundial, onde a economia pode ser mais harmoniosa com o meio ambiente. 12 Somos um dos pases com maior potencial de liderana em desenvolvimento sustentvel ressalta Emlia. Temos a maior extenso de terra cultivada do mundo, a maior quantidade de recursos hdricos e a maior extenso da Amaznia. Novas formas de comrcio esto surgindo, com naes sem potencial agrcola comprando terras fora de seus domnios. As relaes de cooperao mudaram. Podemos estar frente desta nova era. GRANDELLE, Renato. O ANO DA FRIA. O Globo, Rio de Janeiro, 05 jun. 2010. Caderno Especial, p.1-2. (texto adaptado) Texto II ONDE ESTOU? (Cludio Manuel da Costa) Onde estou? Este stio desconheo: Quem fez to diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contempl-lo tmido esmoreo. Uma fonte aqui houve; eu no me esqueo De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte est mudado: Quanto pode dos anos o progresso! rvores aqui vi to florescentes, Que faziam perptua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a regio esta no era: Mas que venho a estranhar, se esto presentes Meus males, com que tudo degenera! SECCHIN , Antnio Carlos. ANTOLOGIA TEMTICA DA POESIA BRASILEIRA Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004. Texto III O ACAR (Ferreira Gullar) O branco acar que adoar meu caf nesta manh de Ipanema no foi produzido por mim nem surgiu dentro do aucareiro por milagre. Vejo-o puro e afvel ao paladar como beijo de moa, gua na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este acar no foi feito por mim. Este acar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este acar veio de uma usina de acar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este acar era cana e veio dos canaviais extensos que no nascem por acaso no regao do vale. Em lugares distantes, onde no h hospital nem escola, homens que no sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria acar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este acar branco e puro com que adoo meu caf esta manh em Ipanema. Disponvel em: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/valorizacaodaforma.htm. Acesso em: 07 jun. 2010. Texto IV JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE O poeta e engenheiro Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Alcntara, Maranho, em 1833. De famlia abonada, viajou muito desde jovem, percorrendo inmeros pases europeus. Formou-se em Engenharia de Minas e em Letras pela Sorbonne. Em 1884, lanou a verso definitiva de seu O Guesa, obra radical e renovadora. Morreu abandonado e com fama de louco. Considerado em sua poca um escritor extravagante, Sousndrade, como preferia ser identificado, acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de antecipao genial da livre expresso modernista. Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por oraes reduzidas e fuses vocabulares, foge do discurso derramado dos romnticos. Cosmopolita, o escritor deixou quadros curiosos como a descrio do Inferno de Wall Street, no qual v o capitalismo como doena. Sua obra mais perturbadora O Guesa, poema em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados. A base do poema a lenda indgena do Guesa Errante. O personagem Guesa uma criana roubada aos pais pelo deus do Sol e educado no templo da divindade at os 10 anos, sendo sacrificado aos 15 anos. Na condio de poeta maldito, Sousndrade identifica seu destino pessoal com o do jovem ndio. Porm, no plano histrico-social, o poeta v no drama de Guesa o mesmo dos povos aborgenes da Amrica, condenando as formas de opresso dos colonialistas e defendendo uma repblica utpica. O Guesa (fragmento) O sol ao pr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluos Desmaia o cu destrelas arenoso E o lago anila seus lenis despelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o cu, brando o ar pureza E as vias-lcteas sendas odorantes Alvas, to alvas!... Sonoros mares, a onda desmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar. GONZAGA, S. Literatura Brasileira. Disp. em: http://www.educaterra.terra.com.br (Texto adaptado). Acesso em: 14 jun. 2010. COM BASE NO TEXTO IV, RESPONDA S QUESTES DE NMEROS 12 A 15 Em qual das opes abaixo todas as palavras remetem ao mesmo campo semntico?

Questão 15
2010Português

(IME - 2010/2011 - 1 FASE) Texto I O ANO DA FRIA 1 Os primeiros meses de 2010 sero lembrados pela sucesso de catstrofes ambientais. Terremotos mataram milhares de pessoas em Haiti, Chile e China. Um vulco na Islndia gerou uma nuvem de cinza causadora de prejuzo histrico para a aviao. Tempestades e ondas de frio e calor castigaram vrias partes do planeta, inclusive o Brasil. A fria da natureza, segundo cientistas, continuar este ano, especialmente devido temporada de furaces no Caribe e na Amrica Central, regies pouco preparadas para enfrentar eventos extremos. Grandes seguradoras j apontam 2010 como o ano de maior prejuzo e desastres ambientais. Os especialistas alertam que os pases precisam aprender a se preparar para evitar perdas humanas e econmicas cada vez maiores num mundo superpovoado e merc de mudanas climticas. Os fenmenos naturais que marcaram a primeira metade de 2010 so o tema deste caderno especial que O Globo publica hoje, Dia do Meio Ambiente. Um comeo extremo 2 As seguradoras amargaram prejuzo histrico e a Amrica Latina foi uma das regies que mais sofreu. Porm, especialistas dizem que o Brasil est entre os pases que podem sair fortalecidos da crise ambiental. 3 O ano sequer chegou metade, mas os eventos extremos registrados por todo o planeta, provocando milhares de mortes, j fizeram de 2010 um perodo marcado pela fria da natureza. Tempestades de fora incomum, alagamentos, temperaturas muito acima ou abaixo da mdia, terremotos em reas densamente povoadas e atividade vulcnica causaram prejuzos em dezenas de pases. O clima produz ms notcias em velocidade indita. Uma combinao de fatores explica por que 2010 tem sido penoso. Entre eles, as mudanas climticas que provocam episdios extremos comtais frequncia e a infeliz coincidncia de os eventos geolgicos, como terremotos e vulces, ocorrerem em reas densamente povoadas. reas pobres e sem infraestrutura esto sujeitas a perdas maiores. 4 Do ponto de vista geolgico, no existe anormalidade registrada na atividade do planeta garante o vulcanlogo Thor Thordarson, da Universidadede Edimburgo, na Esccia. Mas o acaso fez com que erupes e sismos acontecessem nos primeiros meses do ano, e, alm disso, em locais muito habitados. uma coincidncia, mas nos faz pensar que algo est errado. () 5 Segundo a seguradora Willis, as empresas do setor atuantes no continente perderam US$ 16 bilhes nos ltimos trs meses. Entre os motivos esto os terremotos do Haiti e Chile e as chuvas que castigaram o Brasil. A empresa tambm prev que a nova temporada de furaces no Caribe, iniciada esta semana, ser mais intensa que o normal. 6 Os gastos com eventos extremos daro um salto nos prximos meses. Segundo a seguradora Swiss, os desastres naturais provocaro uma despesa de US$ 22 bilhes. 7 J estamos conferindo os eventos significativos de 2010. Nossa previso de que este ano ser de grandes prejuzos admite Thomas Hess, economista-chefe da Swiss. Alertamos a indstria que deve se preparar para sofrer perdas. 8 Se difcil pensar em cifras to altas, basta lembrar os reflexos que as mudanas climticas provocam no oramento de cada um. Secas e furaces fizeram com que produtores diminussem, em todo o planeta, a rea de cultivo de arroz. O movimento atingiu at o Rio Grande do Sul. Preparados para a estiagem, os Pampas foram surpreendidos, no incio do ano, com o alto ndice de chuvas. Resultado: safras ainda menores e preos mais altos no supermercado. 9 A mesa do brasileiro ficou mais cara alerta Emlia Queiroga Barros, diretora da Campanha Global de Liderana Climtica Brasil 2020. Asmudanas climticas tm um efeito imediato em nosso modelo de civilizao. E o que mais importante: elas no respeitam fronteiras geopolticas. So um problema de todos. Clima traz nova ordem mundial 10 A escalada dos eventos extremos ainda no produziu um verdadeiro acordo global, obrigando pases desenvolvidos e emergentes a cortarem na carne leia -se: em suas emisses de carbono. A China, maior poluidora do mundo, investe 3% do seu PIB em energia verde (os EUA destinam apenas 0,7% do PIB ao mesmo fim). Na Alemanha, a populao incentivada, com reembolsos governamentais, a comprar painis de energia solar. O projeto alou o pas liderana no uso desta fonte de energia. 11 O Brasil, que j reduziu o desmatamento da Amaznia, pode assumir um papel ainda maior. Dono de uma economia baseada em matriz energtica limpa (as hidreltricas), o pas considerado candidato liderana de uma nova ordem mundial, onde a economia pode ser mais harmoniosa com o meio ambiente. 12 Somos um dos pases com maior potencial de liderana em desenvolvimento sustentvel ressalta Emlia. Temos a maior extenso de terra cultivada do mundo, a maior quantidade de recursos hdricos e a maior extenso da Amaznia. Novas formas de comrcio esto surgindo, com naes sem potencial agrcola comprando terras fora de seus domnios. As relaes de cooperao mudaram. Podemos estar frente desta nova era. GRANDELLE, Renato. O ANO DA FRIA. O Globo, Rio de Janeiro, 05 jun. 2010. Caderno Especial, p.1-2. (texto adaptado) Texto II ONDE ESTOU? (Cludio Manuel da Costa) Onde estou? Este stio desconheo: Quem fez to diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contempl-lo tmido esmoreo. Uma fonte aqui houve; eu no me esqueo De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte est mudado: Quanto pode dos anos o progresso! rvores aqui vi to florescentes, Que faziam perptua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a regio esta no era: Mas que venho a estranhar, se esto presentes Meus males, com que tudo degenera! SECCHIN , Antnio Carlos. ANTOLOGIA TEMTICA DA POESIA BRASILEIRA Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004. Texto III O ACAR (Ferreira Gullar) O branco acar que adoar meu caf nesta manh de Ipanema no foi produzido por mim nem surgiu dentro do aucareiro por milagre. Vejo-o puro e afvel ao paladar como beijo de moa, gua na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este acar no foi feito por mim. Este acar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este acar veio de uma usina de acar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este acar era cana e veio dos canaviais extensos que no nascem por acaso no regao do vale. Em lugares distantes, onde no h hospital nem escola, homens que no sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria acar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este acar branco e puro com que adoo meu caf esta manh em Ipanema. Disponvel em: http://acd.ufrj.br/~pead/tema04/valorizacaodaforma.htm. Acesso em: 07 jun. 2010. Texto IV JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE O poeta e engenheiro Joaquim de Sousa Andrade nasceu em Alcntara, Maranho, em 1833. De famlia abonada, viajou muito desde jovem, percorrendo inmeros pases europeus. Formou-se em Engenharia de Minas e em Letras pela Sorbonne. Em 1884, lanou a verso definitiva de seu O Guesa, obra radical e renovadora. Morreu abandonado e com fama de louco. Considerado em sua poca um escritor extravagante, Sousndrade, como preferia ser identificado, acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de antecipao genial da livre expresso modernista. Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por oraes reduzidas e fuses vocabulares, foge do discurso derramado dos romnticos. Cosmopolita, o escritor deixou quadros curiosos como a descrio do Inferno de Wall Street, no qual v o capitalismo como doena. Sua obra mais perturbadora O Guesa, poema em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados. A base do poema a lenda indgena do Guesa Errante. O personagem Guesa uma criana roubada aos pais pelo deus do Sol e educado no templo da divindade at os 10 anos, sendo sacrificado aos 15 anos. Na condio de poeta maldito, Sousndrade identifica seu destino pessoal com o do jovem ndio. Porm, no plano histrico-social, o poeta v no drama de Guesa o mesmo dos povos aborgenes da Amrica, condenando as formas de opresso dos colonialistas e defendendo uma repblica utpica. O Guesa (fragmento) O sol ao pr-do-sol (triste soslaio!)...o arroio Em pedras estendido, em seus soluos Desmaia o cu destrelas arenoso E o lago anila seus lenis despelho... Era a Ilha do Sol, sempre florida Ferrete-azul, o cu, brando o ar pureza E as vias-lcteas sendas odorantes Alvas, to alvas!... Sonoros mares, a onda desmeralda Pelo areal rolando luminosa... As velas todas-chamas aclaram todo o ar. GONZAGA, S. Literatura Brasileira. Disp. em: http://www.educaterra.terra.com.br (Texto adaptado). Acesso em: 14 jun. 2010. COM BASE NO TEXTO IV, RESPONDA S QUESTES DE NMEROS 12 A 15 Qual dos versos abaixo destacado ilustra com propriedade a afirmao da crtica de que a linguagem do engenheiro e poeta Sousa Andrade dominada pela elipse e pelas fuses vocabulares?

Questão 1
2009Português

(IME - 2009) Texto 1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Considere o ttulo do texto 1 destacado abaixo e as afirmativas a seguir. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. I. De acordo com o texto, relatos orais no podem ser considerados registros de viagem. II. A expresso Entre a lembrana e a realidade pode ser considerada como preocupao com a memria enquanto dado histrico de uma nao. Esta afirmativa pode ser comprovada com a seguinte afirmao da autora: O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas nos sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. III. O objetivo primeiro das viagens, segundo a autora, foi: serem realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Pode-se dizer que est(o) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

Questão 4
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. Identifique a orao em que a palavra se possui a mesma funo morfolgica de: ... e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa (Texto 2, linha 7).

Questão 5
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. Sentia a vocao religiosa (...) (Texto 2, linha 2). A opo em que o verbo sentir tem o mesmo significado do perodo acima :

Questão 6
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. O processo de coeso pode ser realizado atravs de vocbulos anafricos aqueles que se referem a um outro anteriormente expresso. A orao do texto 2, que NO apresenta vocbulo anafrico :

Questão 7
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. A relao que se estabelece no quarto pargrafo do texto 2, entre Ensinou, aprendeu e seguindo, sugere PRINCIPALMENTE

Questão 8
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. No primeiro pargrafo do texto 4, as formas verbais cruzou, superando e fazer referem-se

Questão 9
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. Acerca do perodo: Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. (Texto 4, linhas7-8). Podemos afirmar que:

Questão 10
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. Ainda acerca do trecho: Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. (Texto 4, linhas 7-8). Econsiderando que os termos de um texto entrelaam-se por meio de mecanismos coesivos, os quais permitem ao leitor identificar relaes entre as palavras, podemos afirmar que o termo insegurana sugere ao leitor que os estudantes

Questão 11
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. Considere os seguintes trechos. Trecho I - Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador. (Texto 3, linha 3). Trecho II - Robria Gomes, de 36, viajou grvida. (Texto 4, linha 1). Trecho III - pois o curso de mestrado de dois anos. (Texto 4, linha 17) . correto afirmar que

Questão 12
2009Português

(IME - 2009) Texto1 Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem As viagens tm um profundo significado na histria da humanidade. Inicialmente, no perodo da coleta, as migraes se faziam pela necessidade de buscar alimentos, posteriormente elas foram realizadas para conquistar espaos mais apropriados para o bem estar da comunidade. Outros objetivos tambm suscitaram o deslocamento do homem: a posse de espaos territoriais, a explorao de riquezas, o conhecimento de novas terras, o estudo de locais especficos, ou simplesmente a viagem como forma de lazer. (...) No plano ficcional, vrios autores no Ocidente, a partir do Homero, com a Odissia, se dedicaram a usar as viagens como tema. Na literatura de lngua portuguesa, os registros iniciais so oriundos dos relatos orais de marinheiros, apontamentos nuticos, dirios de bordo, escritos de pilotos que, presumidamente, serviram de fonte para Gomes Eanes de Zurara, primeiro cronista conhecido das viagens ocenicas portuguesas. Na histria literria na Amrica e do Brasil, os primeiros registros advm dos escritos de viajantes: o Dirio de Critvo Colombo e a Carta de Pero Vaz de Caminha. A revelao de novos espaos, paisagens, floras, faunas, costumes e religies, as aventuras e peripcias de viagens mais fabulosas que dos romances de cavalaria e as dos poemas da Antiguidade, inspiraram [...] uma vasta literatura descritiva e narrativa, que assumiu vrias formas desde os grandes tratados histricos ou geogrficos em grossos volumes at s curtas reportagens em folhetos de cordel. (Saraiva Lopes, 1982, p. 294). Em cada poca, as jornadas se realizaram de formas e condies variadas, seus viajantes apresentam objetivos diversos como conquista, explorao, reconhecimento, administrao, catequese, aventura ou lazer. Durante o iluminismo, com a mudana de mentalidade de muitos dirigentes, as relaes entre os governos da Europa e suas colnias da Amrica assumem novos significados, assim, as viagens passaram a ter o carter cientfico. O empreendedor dessas jornadas tem a preocupao com a observao, a descrio e a classificao de tudo que h nas terras conquistadas no sculo XVI para que os governos possam inventariar a fortuna natural de suas colnias e obter controle sobre elas. NEVES, Auricla Oliveira das. Entre a lembrana e a realidade: registros de viagem. Amazonas: Universidade do Estado do Amazonas, 2008. Texto2 Jos de Anchieta, jesuta hispano-brasileiro. Jos de Anchieta nasceu em famlia rica, numa das sete ilhas Canrias, de onde avistava os navios que se abasteciam no ponto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a me, uma judia conversa. Aos 14 anos foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocao religiosa e, em 1551, foi admitido como novio no colgio jesuta da Universidade de Coimbra. Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionrio acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a So Vicente, a primeira vila fundada no Brasil. L teve o primeiro contato com os ndios. No mesmo ano, junto com o jesuta portugus Manuel de Nbrega, subiu a serra do Mar at o planalto que os ndios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tiet. Os dois missionrios estabeleceram um pequeno colgio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta comeou o trabalho de converso, batismo e catequese. Para os ndios, foi mdico sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos ndios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradio missionria, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a Arte da Gramtica da Lngua Mais Falada na Costa do Brasil, publicada em Coimbra em 1595. O colgio de So Paulo da Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu ncleo. Mas, ao longo do litoral de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo, as tribos formaram uma aliana (conhecida como Confederao dos Tamoios) que atacou So Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564. Anchieta e Nbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociaes de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupiguarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiana dos ndios, e, aps muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambs e portugueses. Nessa poca, Anchieta escreveu o Poema em Louvor Virgem Maria, com 5.732 versos, alguns dos quais traados nas areias das praias. Em 1565, entrou com Estcio de S na baa de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. UOL Educao. Jos de Anchieta, Jesuta hispano-brasileiro. Disponvel em: http://educao.uol.com.br/biografias/ult1789u421.jhtmcapturado em 18.05.09. Texto 3 Padre Ferno Cardim certo que o Padre Ferno Cardim, nos seus Tratados, est sempre a falar da fartura de carne, de aves e at de frutas com que foi recebido por toda parte no Brasil do sc. XVI, entre os homens ricos e os colgios de padres. Mas de Cardim deve-se tomar em considerao o seu carter de padre visitador, recebido nos engenhos e colgios com festas e jantares excepcionais. Era um personagem a quem todo agrado que fizessem os colonos era pouco: a boa impresso que lhe causassem a mesa farta e os leitos macios dos grandes senhores de escravos talvez atenuasse a pssima, a vida dissoluta que todos eles levavam nos engenhos de acar: os peccados que se cometem nelles (nos engenhos) no tem conta: quase todos andam amancebados por causa das muitas occasioes; bem cheio de peccados via esse doce por que tanto fazem; grande a peciencia de Deus que tanto soffre. FREYRE, Gilberto. Casa Grande Senzala Introduo histria da sociedade colonial no Brasil Formao da Famlia Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio. Ed. 1993, 20 ed. Texto 4 Retirantes da educao Irinilda da Silva, de 31 anos, deixou de amamentar a filha, de quatro meses, que ficou em casa com o pai. Robria Gomes, de 36, viajou grvida e seu beb, Joo Vitor, nasceu na quinta-feira passada, no Hospital Central do Exrcito, em Benfica. As duas so retirantes da educao: integram um grupo de 12 professores do Acre que cruzou 4521 quilmetros de Brasil, superando uma srie de dificuldades, para fazer uma ps-graduao. Um exemplo das barreiras de qualificao profissional no pas. Hoje, 53% dos cursos de mestrado e doutorado esto no Sudeste; s 3,8% na Regio Norte, a de menor cobertura. Eles esto aproveitando um convnio firmado entre a Universidade Federal do Acre (UFAC) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niteri. Onze fazem mestrado e uma, doutorado. Todos em educao mesmo as faculdades particulares do Acre no tm curso de ps-graduao nessa rea. Nove deles dividem a mesma casa em So Domingos, Niteri, como num Big Brother, s que sem conforto algum. Para se ter uma ideia, a TV foi emprestada por uma colega de curso, e quase todos dormem em colchonetes. Apesar da proximidade Faculdade de Educao da UFF, s andam em grupos: por insegurana, sensao que ainda no tinham experimentado. O priplo deles comeou antes mesmo de a parceria com a UFF ser fechada, j que eles j tinham tentado convnios com outras instituies, mas que no possuam cursos com nota cinco em avaliao, uma determinao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), da qual so bolsistas. Foram oferecidas 15 vagas no mestrado, porm dos 19 inscritos, s 11 foram aprovados. No doutorado, apenas trs se inscreveram, mas s uma passou na seleo. A dificuldade seguinte foi encontrar uma casa para alugar em Niteri. A professora de letras Smia El-Hassani, de 46 anos, veio 15 dias antes para tentar resolver o problema. O marido dela, Dalbi Dvila, tambm de letras e faz o mestrado. Trouxeram os filhos, que foram matriculados numa escola. Niteri no aluga imvel por temporada, pelo menos na rea do Centro e da Zona Sul observa Smia, que tambm achou os preos altssimos. Com muito custo e tambm por falta de opo , eles conseguiram uma casa que estava venda, mas que sequer tinha torneiras. O dono aceitou fazer um contrato de trs meses com pagamento antecipado de R$ 6.800,00 enquanto no acha um comprador. Mas eles vo precisar renovar mais um ms, j que estaro na cidade at 17 de julho no segundo semestre, os professores da UFF vo ao Acre dar as aulas, sendo que ano que vem, o vaivm se repete, pois o curso de mestrado de dois anos. MARCH, Rodrigo. Retirantes da educao. Caderno Boa Chance: O GLOBO, 10 de maio de 2009. O campo semntico relacionado palavra priplo (Texto 4, linha 9)