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Questões de Português - IME | Gabarito e resoluções

Questão 6
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando. Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Sobre o texto 2, incorreto afirmar que:

Questão 7
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Considere o excerto abaixo do texto 2: dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. (linhas 1 a 4) I. Nos versos acima, constata-se a utilizao recorrente da figura de linguagem do quiasmo, no intuito deenfatizar sentidos e de obter assonncias. II. No verso dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica... o poeta se refere aos procedimentos usados para elaborar seus versos. III. O vocbulo fera (linha 3) um substantivo que exprime a ideia de eficincia e excelncia no desempenho de uma atividade. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):

Questão 8
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Considere o excerto abaixo do texto 2: rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! luz da gramtica normativa, considere as seguintes afirmaes: I. No trecho rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!, so usadas a antonomsia e a onomatopeia, para sugerir a ideia de uma comunicaodo eu lrico com as mquinas. II. O vocabulo fora (linha 7) uma expresso modificadora que denota uma circunstncia de lugar. III. Os pontos de exclamao so empregados com a finalidade de exprimir o estado emocional de surpresa do poeta. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):

Questão 9
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Assinale a alternativa em que a substituioda palavra ciciante (texto 2, linha 40) acarretaria uma inverso de sentido:

Questão 10
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Em relao ao texto 2, considere as expresses em negrito e assinale a alternativa que evidencia a analogia entre as mquinas e os entes da natureza:

Questão 11
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvelultimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel!(texto 2, linhas 27 a 32) Quanto ao segmento do texto 2 apresentado, considere as seguintes afirmaes: I. No segmento em destaque, tomado por sensaes vertiginosas, o poeta modernista evidencia um sentimentode fascnio pelas mquinas, assim como o seu desejo de fuso e integrao. II. Em consonncia com uma esttica romntica tardia, o vocbulo flora foi empregado no intuito de postularuma possvel reconverso do mundo das mquinas a uma natureza pujante, ento vilipendiada. III. No verso Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel (linha 32), a palavra estupenda apresentauma relao de sinnimacom o vocbulo abundante. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):

Questão 12
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 1 ENGENHEIROS DA VITRIA Soluo de problemas na histria [...] Quando se fala na eficincia em conseguir equipamentos decombate e transferir combatentes de A paraB, os britnicos socampees; certamente isso no foi por causa de alguma inteligncia especial, mas pela ampla experincia em organizao e senso crtico depois de enfrentar chances adversas em 1940, juntamentecom a perspectiva de derrota. Aqui a necessidade foi a mae da inveno. Eles tinham que defender suas cidades, transportar tropas ato Egito, apoiar os gregos, proteger as fronteiras dandia, trazer os Estados Unidos paraguerra e depois levar aquele imenso potencial americano para a rea da Europa. Era mais um problema a serresolvido. Como foi possvel fazer com que 2 milhes de soldados americanos, depois de chegar s bases de Clyde, fossem para bases no sul da Inglaterra preparando-se para o ataque a Normandia, quando a maior parte das ferrovias9britnicas estava ocupada em transportar vages de carvopara as fbricas de ferro e ao queno podiam parar de produzir? Como se viu, uma organizao composta por pessoas que cresceram decorando os horrios da estrada de ferro de Bradshaw como passatempo pode fazer isso, enquanto os altos comandantes consideravam que tudo estava garantido porque confiavam na capacidade de seus administradores de nvel mdio. Churchill acreditava que o melhor era no se preocupar demais com os problemas, pois tudo se resolveria, isto , uma maneira haviade ser encontrada, passo a passo. Huma outra forma de pensar sobre essa histria de solues de problemas, e ela vem de um exemplobem contemporneo. Em novembro de 2011, enquanto o genial lder6da Apple, Steve Jobs, recebia inmeras homenagens pstumas, um artigo intrigante foi publicado na revistaNew Yorker. Nele o autor, Malcom Gladwell, argumentava que8Jobs nao era o inventor de uma mquina ou de uma ideia que mudou o mundo; poucos seres o so (exceto talvez Leonardo da Vinci e Thomas Edison). Na verdade, seu brilhantismo estava em adotar invenes alheias que no deram certo, a partir das quais construa, modificava e fazia aperfeioamentos constantes. Para usar uma linguagem atual, ele era umtweaker, e sua genialidade impulsionou como nunca o aumento de eficincia dos produtos de sua companhia. A histria do sucesso de Steve Jobs, contudo, no era nova. A chegada da Revoluo Industrial do sculoXVIII na Gr-Bretanha muito provavelmente a maior revoluopara explicar a ascenso do Ocidente ocorreu porque o pas possua uma imensa coleo detweakersem sua cultura que encorajaram o progresso [...] A histria da evoluo do tanque T-34 sovitico, de um grande pedaode metal mal projetado e fraco parauma arma de guerra mortfera, segura e de grande mobilidade, no foi uma histria contnua de tweaking? No foi esse tambm o caso do grande bombardeiro americano, o B-29, que no incio estava tomergulhado emdificuldades que chegou a se propor seu cancelamento atque as equipes da Boeing resolveram os problemas? Eas miraculosas histrias do P-51 Mustang, dos tanques de Percy Hobart e de um poderoso sistema de radar to pequeno que poderia ser inserido no nariz de um avio patrulha de longa distncia e virar a marna Batalha do Atlntico? Depois que se unem os diversos pedaos espalhados, tudo se encaixa. Mas todos esses projetos exigiram tempo e apoio. Na verdade1, os administradores de grandes companhias mundiais provavelmente se surpreendam diante, digamos2, do planejamento e orquestrao do almirante Ramsay nos cincos desembarques simultneos no Dia D e gostariam de poder realizar um dcimo do que ele fez. Em suma3, a vitria em grandes guerras sempre requer organizao superior, o que, por sua vez4, exige pessoas que possam dirigir essas organizaes, no com um interesse apenas moderado, mas5da maneira mais competente possvel e com estilo que permitirs pessoas de fora propor ideias novas na busca da vitria. Os chefes no podem fazer isso tudo sozinhos, por mais que sejam criativos e dotados de energia. necessrio haver um sistema de apoio, uma cultura de encorajamento, feedbacks eficientes, uma capacidade de aprender com os revezes, uma habilidade de fazer as coisas acontecerem. E tudo isto tem de ser feito de uma maneira que seja melhor do que aquela do inimigo. assim que as guerras so vencidas. [...] O mesmo reconhecimento merecem, por certo, os militares de nvel mdio que mudaram a Segunda Guerra Mundial, transformando as agressoes do Eixo em 1942 em avanos irreversveis dos Aliados em 1943-44, e finalmente destruindo a Alemanha e o Japo. verdade, alguns desses indivduos, armamentos e organizaes so reconhecidos, mas em geral de uma forma fragmentada e popularizada. raro que esses fios isolados sejam tecidos em conjunto para mostrar como os avanos afetaram as muitas campanhas, fazendo a balana pender para o lado dos Aliados durante o conflito global. Mais raro ainda e a compreenso de como o trabalho desses vrios solucionadores de problemas tambm precisa ser includo7numa importante cultura do encorajamento para garantir que simples declaraes e intenes estratgicas de grandes lderes se tornem realidade e no murchem nas tempestades da guerra. Se isso o que acontece, ento vivemos com uma grande lacuna em nossa compreenso de como a Segunda Guerra Mundial foi vencida em seus anos cruciais. KENNEDY, Paul.Engenheiros da Vitria:Os responsveis pela reviravolta na Segunda Guerra Mundial. 1 ed. So Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 407- 428 (texto adaptado). Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Leia atentamente o texto abaixo: [...] quando a maior parte das ferrovias britnicas estava ocupada em transportar vages de carvo para as fbricas de ferro e ao[...] (Texto 1, ref. 9). Dos comboios estrnuos, (Texto 2, linha 36) Nos excertos dos Textos 1 e 2, o par de palavras destacadas estabelece, respectivamente, as relaes semnticas de:

Questão 13
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Andam por estas correias de transmisso e por estesmbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia a alma. (Texto 2, linhas 23 a 25) luz da gramtica normativa, considere as seguintes afirmaes: I. Nas expresses destacadas Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, o poeta fez uso da anfora, como um recurso estilstico, atravs da repetio de termos. II. Em Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, o emprego das vrgulas se justifica pela enumeraode informaes na orao. III. Em Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia a alma, os termos em destaque decarcias e ao corpo exercem, respectivamente, as funes de: complemento nominal e adjunto adnominal. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):

Questão 14
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Leia atentamente o trecho abaixo do texto 2: Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! As palavras em destaque parte-agente e quase-silncio so neologismos criados pelo poeta, construdos a partir de:

Questão 15
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 3 Lima Barreto (1881-1922) viveu em um perodo de intensas transformaes sociais no Pas, marcado pela abolioda escravatura (1888), advento da ordem republicana (1889) e urbanizao crescente. Filho de pais negros (o pai era tipografo e a me,professora), Lima Barreto abordou principalmente os temas e os personagens tpicos dos subrbioscariocas, cruzando os limites da realidade e da fico. Nessa perspectiva, o conto A nova Califrnia, publicado em 1916, faz uma aluso Corrida do ouro, nos Estados Unidos, da primeira metade do sculo XIX, para condenar ironicamente a gannciae a busca do enriquecimento fcil. Sinopse do conto Raimundo Flamel, um qumico, chega a pequena cidade de Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Anos depois, ele encontra uma frmula secreta capaz de transformar ossos humanos em ouro, o que transformaria profundamente a cidade, ate ento, ordeira e tranquila. Depois de revelar a sua descoberta, Flamel some misteriosamente. A partir da, o cemitrio profanado, ocorrendo vrios roubos de cadveres. A NOVA CALIFRNIA Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia aonome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondncia que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro l ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse. O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chamin da sala de jantar a fumegar, no deixava de persignar-se e rezar um credo em voz baixa; e, no fora a interveno do farmacutico, o subdelegado teria ido dar um cerco casa daquele indivduo suspeito, que inquietava a imaginao de toda uma populao. Tomando em considerao as informaes de Fabrcio, o boticrio Bastos concluir que o desconhecido devia ser um sbio, um grande qumico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos cientficos. Homem formado e respeitado na cidade, vereador, mdico tambm, porque o doutor Jernimo no gostava de receitar e se fizera scio da farmcia para mais em paz viver, a opinio de Bastos levou tranqilidade a todas as conscincias e fez com que a populao cercasse de uma silenciosa admirao a pessoa do grande qumico, que viera habitar a cidade. De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as guas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepsculo, todos se descobriam e no era raro que s boas noites acrescentassem doutor. E tocava muito o corao daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianas, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer. Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pele baa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razo de ter Bernardin de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgnia e esquecer-se dos escravos que os cercavam... Em poucos dias a admirao pelo sbio era quase geral, e no o era unicamente porque havia algum que no tinha em grande conta os mritos do novo habitante. Capito Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, rgo local e filiado ao partido situacionista, embirrava com o sbio. Vocs ho de ver, dizia ele, quem esse tipo... Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladro fugido do Rio. A sua opinio em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sbio de que gozava. No que Pelino fosse qumico, longe disso; mas era sbio, era gramtico. Ningum escrevia em Tubiacanga que no levasse bordoada do Capito Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notvel l no Rio, ele no deixava de dizer: No h dvida! O homem tem talento, mas escreve:um outro, de resto... E contraa os lbios como se tivesse engolido alguma cousa amarga. Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glrias nacionais. Um sbio... Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero1, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saa vagarosamente de casa, muito abotoado no seu palet de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro2 de palavras, limitando-se to-somente a ouvir. Quando, porm, dos lbios de algum escapava a menor incorreo de linguagem, intervinha e emendava. Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que... Por a, o mestre-escola intervinha com mansuetude evanglica: No diga asseguro Senhor Bernardes; em portugus garanto. E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sbio veio distra-lo um pouco da sua misso. Todo o seu esforo voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia to inopinadamente. Foram vs as suas palavras e a sua eloqncia: no s Raimundo Flamel pagava em dia as suas contas, como era generoso pai da pobreza e o farmacutico vira numa revista de especficos seu nome citado como qumico de valor. BARRETO, Lima. A nova California e outros contos. SoPaulo: Unesp, 2012, p. 11-23 (texto adaptado). correto afirmar que o Texto 3:

Questão 16
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 3 Lima Barreto (1881-1922) viveu em um perodo de intensas transformaes sociais no Pas, marcado pela abolioda escravatura (1888), advento da ordem republicana (1889) e urbanizao crescente. Filho de pais negros (o pai era tipografo e a me,professora), Lima Barreto abordou principalmente os temas e os personagens tpicos dos subrbioscariocas, cruzando os limites da realidade e da fico. Nessa perspectiva, o conto A nova Califrnia, publicado em 1916, faz uma aluso Corrida do ouro, nos Estados Unidos, da primeira metade do sculo XIX, para condenar ironicamente a gannciae a busca do enriquecimento fcil. Sinopse do conto Raimundo Flamel, um qumico, chega a pequena cidade de Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Anos depois, ele encontra uma frmula secreta capaz de transformar ossos humanos em ouro, o que transformaria profundamente a cidade, ate ento, ordeira e tranquila. Depois de revelar a sua descoberta, Flamel some misteriosamente. A partir da, o cemitrio profanado, ocorrendo vrios roubos de cadveres. A NOVA CALIFRNIA Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia aonome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondncia que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro l ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse. O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chamin da sala de jantar a fumegar, no deixava de persignar-se e rezar um credo em voz baixa; e, no fora a interveno do farmacutico, o subdelegado teria ido dar um cerco casa daquele indivduo suspeito, que inquietava a imaginao de toda uma populao. Tomando em considerao as informaes de Fabrcio, o boticrio Bastos concluir que o desconhecido devia ser um sbio, um grande qumico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos cientficos. Homem formado e respeitado na cidade, vereador, mdico tambm, porque o doutor Jernimo no gostava de receitar e se fizera scio da farmcia para mais em paz viver, a opinio de Bastos levou tranqilidade a todas as conscincias e fez com que a populao cercasse de uma silenciosa admirao a pessoa do grande qumico, que viera habitar a cidade. De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as guas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepsculo, todos se descobriam e no era raro que s boas noites acrescentassem doutor. E tocava muito o corao daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianas, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer. Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pele baa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razo de ter Bernardin de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgnia e esquecer-se dos escravos que os cercavam... Em poucos dias a admirao pelo sbio era quase geral, e no o era unicamente porque havia algum que no tinha em grande conta os mritos do novo habitante. Capito Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, rgo local e filiado ao partido situacionista, embirrava com o sbio. Vocs ho de ver, dizia ele, quem esse tipo... Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladro fugido do Rio. A sua opinio em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sbio de que gozava. No que Pelino fosse qumico, longe disso; mas era sbio, era gramtico. Ningum escrevia em Tubiacanga que no levasse bordoada do Capito Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notvel l no Rio, ele no deixava de dizer: No h dvida! O homem tem talento, mas escreve:um outro, de resto... E contraa os lbios como se tivesse engolido alguma cousa amarga. Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glrias nacionais. Um sbio... Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero1, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saa vagarosamente de casa, muito abotoado no seu palet de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro2de palavras, limitando-se to-somente a ouvir. Quando, porm, dos lbios de algum escapava a menor incorreo de linguagem, intervinha e emendava. Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que... Por a, o mestre-escola intervinha com mansuetude evanglica: No diga asseguro Senhor Bernardes; em portugus garanto. E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sbio veio distra-lo um pouco da sua misso. Todo o seu esforo voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia to inopinadamente. Foram vs as suas palavras e a sua eloqncia: no s Raimundo Flamel pagava em dia as suas contas, como era generoso pai da pobreza e o farmacutico vira numa revista de especficos seu nome citado como qumico de valor. BARRETO, Lima.A nova California e outros contos. SoPaulo: Unesp, 2012, p. 11-23 (texto adaptado). Entre os recursos semnticos utilizados no texto 3 para a obteno de diferentes efeitos de sentidos, assinale a opo correta relacionada classificao da figura de linguagem encontrada no trecho abaixo: [...] Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero. (texto 3, ref. 1)

Questão 17
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 3 Lima Barreto (1881-1922) viveu em um perodo de intensas transformaes sociais no Pas, marcado pela abolioda escravatura (1888), advento da ordem republicana (1889) e urbanizao crescente. Filho de pais negros (o pai era tipografo e a me,professora), Lima Barreto abordou principalmente os temas e os personagens tpicos dos subrbioscariocas, cruzando os limites da realidade e da fico. Nessa perspectiva, o conto A nova Califrnia, publicado em 1916, faz uma aluso Corrida do ouro, nos Estados Unidos, da primeira metade do sculo XIX, para condenar ironicamente a gannciae a busca do enriquecimento fcil. Sinopse do conto Raimundo Flamel, um qumico, chega a pequena cidade de Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Anos depois, ele encontra uma frmula secreta capaz de transformar ossos humanos em ouro, o que transformaria profundamente a cidade, ate ento, ordeira e tranquila. Depois de revelar a sua descoberta, Flamel some misteriosamente. A partir da, o cemitrio profanado, ocorrendo vrios roubos de cadveres. A NOVA CALIFRNIA Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia aonome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondncia que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro l ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse. O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chamin da sala de jantar a fumegar, no deixava de persignar-se e rezar um credo em voz baixa; e, no fora a interveno do farmacutico, o subdelegado teria ido dar um cerco casa daquele indivduo suspeito, que inquietava a imaginao de toda uma populao. Tomando em considerao as informaes de Fabrcio, o boticrio Bastos concluir que o desconhecido devia ser um sbio, um grande qumico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos cientficos. Homem formado e respeitado na cidade, vereador, mdico tambm, porque o doutor Jernimo no gostava de receitar e se fizera scio da farmcia para mais em paz viver, a opinio de Bastos levou tranqilidade a todas as conscincias e fez com que a populao cercasse de uma silenciosa admirao a pessoa do grande qumico, que viera habitar a cidade. De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as guas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepsculo, todos se descobriam e no era raro que s boas noites acrescentassem doutor. E tocava muito o corao daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianas, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer. Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pele baa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razo de ter Bernardin de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgnia e esquecer-se dos escravos que os cercavam... Em poucos dias a admirao pelo sbio era quase geral, e no o era unicamente porque havia algum que no tinha em grande conta os mritos do novo habitante. Capito Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, rgo local e filiado ao partido situacionista, embirrava com o sbio. Vocs ho de ver, dizia ele, quem esse tipo... Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladro fugido do Rio. A sua opinio em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sbio de que gozava. No que Pelino fosse qumico, longe disso; mas era sbio, era gramtico. Ningum escrevia em Tubiacanga que no levasse bordoada do Capito Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notvel l no Rio, ele no deixava de dizer: No h dvida! O homem tem talento, mas escreve:um outro, de resto... E contraa os lbios como se tivesse engolido alguma cousa amarga. Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glrias nacionais. Um sbio... Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero1, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saa vagarosamente de casa, muito abotoado no seu palet de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro2de palavras, limitando-se to-somente a ouvir. Quando, porm, dos lbios de algum escapava a menor incorreo de linguagem, intervinha e emendava. Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que... Por a, o mestre-escola intervinha com mansuetude evanglica: No diga asseguro Senhor Bernardes; em portugus garanto. E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sbio veio distra-lo um pouco da sua misso. Todo o seu esforo voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia to inopinadamente. Foram vs as suas palavras e a sua eloqncia: no s Raimundo Flamel pagava em dia as suas contas, como era generoso pai da pobreza e o farmacutico vira numa revista de especficos seu nome citado como qumico de valor. BARRETO, Lima.A nova California e outros contos. SoPaulo: Unesp, 2012, p. 11-23 (texto adaptado). A palavra literria no um ponto, um sentido fixo, mas um cruzamento de superfcies textuais (KRISTEVA, Julia. Introduo Seminlise. So Paulo: Debates, 1969). A esse respeito, no texto 3, pode-se dizer que o procedimento intertextual empregado no uso da expresso de referncia religiosa bondade de Messias, relativa pessoa de Raimundo Flamel, serviu, do ponto de vista da construoda narrativa, para I. demonstrar a formao religiosa exemplar do forasteiro, que passou a ser reconhecida por todos, de acordo com o narrador. II. evidenciar o consenso favorvel construdo pelos habitantes de Tubiacanga sobre o sbio, depois de algum tempo, na perspectiva do narrador. III. marcar o confronto entre a mediocridade da cidade e a alta estatura moral de Raimundo Flamel, segundo o narrador. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):

Questão 18
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 3 Lima Barreto (1881-1922) viveu em um perodo de intensas transformaes sociais no Pas, marcado pela abolioda escravatura (1888), advento da ordem republicana (1889) e urbanizao crescente. Filho de pais negros (o pai era tipografo e a me,professora), Lima Barreto abordou principalmente os temas e os personagens tpicos dos subrbioscariocas, cruzando os limites da realidade e da fico. Nessa perspectiva, o conto A nova Califrnia, publicado em 1916, faz uma aluso Corrida do ouro, nos Estados Unidos, da primeira metade do sculo XIX, para condenar ironicamente a gannciae a busca do enriquecimento fcil. Sinopse do conto Raimundo Flamel, um qumico, chega a pequena cidade de Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Anos depois, ele encontra uma frmula secreta capaz de transformar ossos humanos em ouro, o que transformaria profundamente a cidade, ate ento, ordeira e tranquila. Depois de revelar a sua descoberta, Flamel some misteriosamente. A partir da, o cemitrio profanado, ocorrendo vrios roubos de cadveres. A NOVA CALIFRNIA Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia aonome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondncia que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro l ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse. O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chamin da sala de jantar a fumegar, no deixava de persignar-se e rezar um credo em voz baixa; e, no fora a interveno do farmacutico, o subdelegado teria ido dar um cerco casa daquele indivduo suspeito, que inquietava a imaginao de toda uma populao. Tomando em considerao as informaes de Fabrcio, o boticrio Bastos concluir que o desconhecido devia ser um sbio, um grande qumico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos cientficos. Homem formado e respeitado na cidade, vereador, mdico tambm, porque o doutor Jernimo no gostava de receitar e se fizera scio da farmcia para mais em paz viver, a opinio de Bastos levou tranqilidade a todas as conscincias e fez com que a populao cercasse de uma silenciosa admirao a pessoa do grande qumico, que viera habitar a cidade. De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as guas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepsculo, todos se descobriam e no era raro que s boas noites acrescentassem doutor. E tocava muito o corao daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianas, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer. Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pele baa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razo de ter Bernardin de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgnia e esquecer-se dos escravos que os cercavam... Em poucos dias a admirao pelo sbio era quase geral, e no o era unicamente porque havia algum que no tinha em grande conta os mritos do novo habitante. Capito Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, rgo local e filiado ao partido situacionista, embirrava com o sbio. Vocs ho de ver, dizia ele, quem esse tipo... Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladro fugido do Rio. A sua opinio em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sbio de que gozava. No que Pelino fosse qumico, longe disso; mas era sbio, era gramtico. Ningum escrevia em Tubiacanga que no levasse bordoada do Capito Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notvel l no Rio, ele no deixava de dizer: No h dvida! O homem tem talento, mas escreve:um outro, de resto... E contraa os lbios como se tivesse engolido alguma cousa amarga. Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glrias nacionais. Um sbio... Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero1, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saa vagarosamente de casa, muito abotoado no seu palet de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro2de palavras, limitando-se to-somente a ouvir. Quando, porm, dos lbios de algum escapava a menor incorreo de linguagem, intervinha e emendava. Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que... Por a, o mestre-escola intervinha com mansuetude evanglica: No diga asseguro Senhor Bernardes; em portugus garanto. E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sbio veio distra-lo um pouco da sua misso. Todo o seu esforo voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia to inopinadamente. Foram vs as suas palavras e a sua eloqncia: no s Raimundo Flamel pagava em dia as suas contas, como era generoso pai da pobreza e o farmacutico vira numa revista de especficos seu nome citado como qumico de valor. BARRETO, Lima.A nova California e outros contos. SoPaulo: Unesp, 2012, p. 11-23 (texto adaptado). Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro de palavras, limitando-se to somente a ouvir. (texto 3, ref. 2) Segundo os preceitos da gramtica normativa, a nica alternativa, dentre as citadas abaixo, em que todos os vocbulos possuem o acento prosdico diferente do encontrado na palavra em destaque avaro :

Questão 19
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 3 Lima Barreto (1881-1922) viveu em um perodo de intensas transformaes sociais no Pas, marcado pela abolioda escravatura (1888), advento da ordem republicana (1889) e urbanizao crescente. Filho de pais negros (o pai era tipografo e a me,professora), Lima Barreto abordou principalmente os temas e os personagens tpicos dos subrbioscariocas, cruzando os limites da realidade e da fico. Nessa perspectiva, o conto A nova Califrnia, publicado em 1916, faz uma aluso Corrida do ouro, nos Estados Unidos, da primeira metade do sculo XIX, para condenar ironicamente a gannciae a busca do enriquecimento fcil. Sinopse do conto Raimundo Flamel, um qumico, chega a pequena cidade de Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Anos depois, ele encontra uma frmula secreta capaz de transformar ossos humanos em ouro, o que transformaria profundamente a cidade, ate ento, ordeira e tranquila. Depois de revelar a sua descoberta, Flamel some misteriosamente. A partir da, o cemitrio profanado, ocorrendo vrios roubos de cadveres. A NOVA CALIFRNIA Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia aonome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondncia que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro l ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse. O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chamin da sala de jantar a fumegar, no deixava de persignar-se e rezar um credo em voz baixa; e, no fora a interveno do farmacutico, o subdelegado teria ido dar um cerco casa daquele indivduo suspeito, que inquietava a imaginao de toda uma populao. Tomando em considerao as informaes de Fabrcio, o boticrio Bastos concluir que o desconhecido devia ser um sbio, um grande qumico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos cientficos. Homem formado e respeitado na cidade, vereador, mdico tambm, porque o doutor Jernimo no gostava de receitar e se fizera scio da farmcia para mais em paz viver, a opinio de Bastos levou tranqilidade a todas as conscincias e fez com que a populao cercasse de uma silenciosa admirao a pessoa do grande qumico, que viera habitar a cidade. De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as guas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepsculo, todos se descobriam e no era raro que s boas noites acrescentassem doutor. E tocava muito o corao daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianas, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer. Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pele baa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razo de ter Bernardin de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgnia e esquecer-se dos escravos que os cercavam... Em poucos dias a admirao pelo sbio era quase geral, e no o era unicamente porque havia algum que no tinha em grande conta os mritos do novo habitante. Capito Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, rgo local e filiado ao partido situacionista, embirrava com o sbio. Vocs ho de ver, dizia ele, quem esse tipo... Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladro fugido do Rio. A sua opinio em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sbio de que gozava. No que Pelino fosse qumico, longe disso; mas era sbio, era gramtico. Ningum escrevia em Tubiacanga que no levasse bordoada do Capito Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notvel l no Rio, ele no deixava de dizer: No h dvida! O homem tem talento, mas escreve:um outro, de resto... E contraa os lbios como se tivesse engolido alguma cousa amarga. Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glrias nacionais. Um sbio... Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero1, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saa vagarosamente de casa, muito abotoado no seu palet de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro2de palavras, limitando-se to-somente a ouvir. Quando, porm, dos lbios de algum escapava a menor incorreo de linguagem, intervinha e emendava. Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que... Por a, o mestre-escola intervinha com mansuetude evanglica: No diga asseguro Senhor Bernardes; em portugus garanto. E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sbio veio distra-lo um pouco da sua misso. Todo o seu esforo voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia to inopinadamente. Foram vs as suas palavras e a sua eloqncia: no s Raimundo Flamel pagava em dia as suas contas, como era generoso pai da pobreza e o farmacutico vira numa revista de especficos seu nome citado como qumico de valor. BARRETO, Lima.A nova California e outros contos. SoPaulo: Unesp, 2012, p. 11-23 (texto adaptado). Leia atentamente o excerto do texto 3: Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pelebaa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. No texto, a expresso caquexia dos trpicos, tpica de uma viso determinista e evolucionista,

Questão 20
2021Português

(IME - 2021/2022 - 2 FASE) Texto 1 ENGENHEIROS DA VITRIA Soluo de problemas na histria [...] Quando se fala na eficincia em conseguir equipamentos decombate e transferir combatentes de A paraB, os britnicos socampees; certamente isso no foi por causa de alguma inteligncia especial, mas pela ampla experincia em organizao e senso crtico depois de enfrentar chances adversas em 1940, juntamentecom a perspectiva de derrota. Aqui a necessidade foi a mae da inveno. Eles tinham que defender suas cidades, transportar tropas ato Egito, apoiar os gregos, proteger as fronteiras dandia, trazer os Estados Unidos paraguerra e depois levar aquele imenso potencial americano para a rea da Europa. Era mais um problema a serresolvido. Como foi possvel fazer com que 2 milhes de soldados americanos, depois de chegar s bases de Clyde, fossem para bases no sul da Inglaterra preparando-se para o ataque a Normandia, quando a maior parte das ferrovias9britnicas estava ocupada em transportar vages de carvopara as fbricas de ferro e ao queno podiam parar de produzir? Como se viu, uma organizao composta por pessoas que cresceram decorando os horrios da estrada de ferro de Bradshaw como passatempo pode fazer isso, enquanto os altos comandantes consideravam que tudo estava garantido porque confiavam na capacidade de seus administradores de nvel mdio. Churchill acreditava que o melhor era no se preocupar demais com os problemas, pois tudo se resolveria, isto , uma maneira haviade ser encontrada, passo a passo. Huma outra forma de pensar sobre essa histria de solues de problemas, e ela vem de um exemplobem contemporneo. Em novembro de 2011, enquanto o genial lder6da Apple, Steve Jobs, recebia inmeras homenagens pstumas, um artigo intrigante foi publicado na revistaNew Yorker. Nele o autor, Malcom Gladwell, argumentava que8Jobs nao era o inventor de uma mquina ou de uma ideia que mudou o mundo; poucos seres o so (exceto talvez Leonardo da Vinci e Thomas Edison). Na verdade, seu brilhantismo estava em adotar invenes alheias que no deram certo, a partir das quais construa, modificava e fazia aperfeioamentos constantes. Para usar uma linguagem atual, ele era umtweaker, e sua genialidade impulsionou como nunca o aumento de eficincia dos produtos de sua companhia. A histria do sucesso de Steve Jobs, contudo, no era nova. A chegada da Revoluo Industrial do sculoXVIII na Gr-Bretanha muito provavelmente a maior revoluopara explicar a ascenso do Ocidente ocorreu porque o pas possua uma imensa coleo detweakersem sua cultura que encorajaram o progresso [...] A histria da evoluo do tanque T-34 sovitico, de um grande pedaode metal mal projetado e fraco parauma arma de guerra mortfera, segura e de grande mobilidade, no foi uma histria contnua de tweaking? No foi esse tambm o caso do grande bombardeiro americano, o B-29, que no incio estava tomergulhado emdificuldades que chegou a se propor seu cancelamento atque as equipes da Boeing resolveram os problemas? Eas miraculosas histrias do P-51 Mustang, dos tanques de Percy Hobart e de um poderoso sistema de radar to pequeno que poderia ser inserido no nariz de um avio patrulha de longa distncia e virar a marna Batalha do Atlntico? Depois que se unem os diversos pedaos espalhados, tudo se encaixa. Mas todos esses projetos exigiram tempo e apoio. Na verdade1, os administradores de grandes companhias mundiais provavelmente se surpreendam diante, digamos2, do planejamento e orquestrao do almirante Ramsay nos cincos desembarques simultneos no Dia D e gostariam de poder realizar um dcimo do que ele fez. Em suma3, a vitria em grandes guerras sempre requer organizao superior, o que, por sua vez4, exige pessoas que possam dirigir essas organizaes, no com um interesse apenas moderado, mas5da maneira mais competente possvel e com estilo que permitirs pessoas de fora propor ideias novas na busca da vitria. Os chefes no podem fazer isso tudo sozinhos, por mais que sejam criativos e dotados de energia. necessrio haver um sistema de apoio, uma cultura de encorajamento, feedbacks eficientes, uma capacidade de aprender com os revezes, uma habilidade de fazer as coisas acontecerem. E tudo isto tem de ser feito de uma maneira que seja melhor do que aquela do inimigo. assim que as guerras so vencidas. [...] O mesmo reconhecimento merecem, por certo, os militares de nvel mdio que mudaram a Segunda Guerra Mundial, transformando as agressoes do Eixo em 1942 em avanos irreversveis dos Aliados em 1943-44, e finalmente destruindo a Alemanha e o Japo. verdade, alguns desses indivduos, armamentos e organizaes so reconhecidos, mas em geral de uma forma fragmentada e popularizada. raro que esses fios isolados sejam tecidos em conjunto para mostrar como os avanos afetaram as muitas campanhas, fazendo a balana pender para o lado dos Aliados durante o conflito global. Mais raro ainda e a compreenso de como o trabalho desses vrios solucionadores de problemas tambm precisa ser includo7numa importante cultura do encorajamento para garantir que simples declaraes e intenes estratgicas de grandes lderes se tornem realidade e no murchem nas tempestades da guerra. Se isso o que acontece, ento vivemos com uma grande lacuna em nossa compreenso de como a Segunda Guerra Mundial foi vencida em seus anos cruciais. KENNEDY, Paul.Engenheiros da Vitria:Os responsveis pela reviravolta na Segunda Guerra Mundial. 1 ed. So Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 407- 428 (texto adaptado). Texto 2 Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma obra de natureza filosfica sobre a conscincia e as suas mais profundas inquietaes existenciais. Expressou uma personalidade esttica multifacetada por meio dos heternimos, os quais consistiam em vrias identidades que detinhambiografia e caractersticas psicolgicas distintas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e lvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve a Ode triunfal. Esse heternimo apresenta uma personalidade esttica marcada pelas concepes futuristas e pela inteno de assimilar ao eu lrico a realidade exterior, considerada em suas manifestaes mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se projeta no mundo. ODE TRIUNFAL 1 dolorosa luz das grandes lmpadas elctricas da fbrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. 5 rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fria! Em fria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! 10 Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeade vos querer cantar com um excesso De expresso de todas as minhas sensaes, Com um excesso contemporneo de vs, mquinas! 15 Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora Canto, e canto o presente, e tambm o passado e o futuro, Porque o presente todo o passado e todo o futuro haPlato o e Virglio dentro das mquinas e das luzes elctricas 20 Sporque houve outrora e foram humanosVirglio e Plato, Epedaos do Alexandre Magno do sculo talvez cinquenta, tomos que ho-de ir ter febre para o crebro do squilo do sculo cem, Andam por estas correias de transmisso e por estes mbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, 25 Fazendo-me um acesso de carcias ao corpo numa scarcia alma. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma mquina! Poder ir na vida triunfante como um automvel ltimo-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, 30 Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de leos e calores e carves Desta flora estupenda, negra, artificial e insacivel! Fraternidade com todas as dinmicas! Promscua fria de ser parte-agente 35 Do rodar frreo e cosmopolita Dos comboios estrnuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fbricas, 40 E do quase-silncio ciciante e montono das correias de transmisso! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres teis! Grandes cidades paradas nos cafs, Nos cafs osis de inutilidades ruidosas 45 Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do til E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! PESSOA, Fernando.Poesias de lvaro de Campos. Lisboa: Atica, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). Texto 3 Lima Barreto (1881-1922) viveu em um perodo de intensas transformaes sociais no Pas, marcado pela abolioda escravatura (1888), advento da ordem republicana (1889) e urbanizao crescente. Filho de pais negros (o pai era tipografo e a me,professora), Lima Barreto abordou principalmente os temas e os personagens tpicos dos subrbioscariocas, cruzando os limites da realidade e da fico. Nessa perspectiva, o conto A nova Califrnia, publicado em 1916, faz uma aluso Corrida do ouro, nos Estados Unidos, da primeira metade do sculo XIX, para condenar ironicamente a gannciae a busca do enriquecimento fcil. Sinopse do conto Raimundo Flamel, um qumico, chega a pequena cidade de Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Anos depois, ele encontra uma frmula secreta capaz de transformar ossos humanos em ouro, o que transformaria profundamente a cidade, ate ento, ordeira e tranquila. Depois de revelar a sua descoberta, Flamel some misteriosamente. A partir da, o cemitrio profanado, ocorrendo vrios roubos de cadveres. A NOVA CALIFRNIA Ningum sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia aonome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondncia que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro l ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um mao alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em lnguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrcio, o pedreiro, voltou de um servio em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado. Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar. Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de to extravagante construo: um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrcio pde contar que vira bales de vidros, facas sem corte, copos como os da farmcia um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utenslios de uma bateria de cozinha em que o prprio diabo cozinhasse. O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chamin da sala de jantar a fumegar, no deixava de persignar-se e rezar um credo em voz baixa; e, no fora a interveno do farmacutico, o subdelegado teria ido dar um cerco casa daquele indivduo suspeito, que inquietava a imaginao de toda uma populao. Tomando em considerao as informaes de Fabrcio, o boticrio Bastos concluir que o desconhecido devia ser um sbio, um grande qumico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos cientficos. Homem formado e respeitado na cidade, vereador, mdico tambm, porque o doutor Jernimo no gostava de receitar e se fizera scio da farmcia para mais em paz viver, a opinio de Bastos levou tranqilidade a todas as conscincias e fez com que a populao cercasse de uma silenciosa admirao a pessoa do grande qumico, que viera habitar a cidade. De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as guas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepsculo, todos se descobriam e no era raro que s boas noites acrescentassem doutor. E tocava muito o corao daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianas, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer. Na verdade, era de ver-se, sob a doura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianas pretas, to lisas de pele e to tristes de modos, mergulhadas no seu cativeiro moral, e tambm as brancas, de pele baa, gretada e spera, vivendo amparadas na necessria caquexia dos trpicos. Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razo de ter Bernardin de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgnia e esquecer-se dos escravos que os cercavam... Em poucos dias a admirao pelo sbio era quase geral, e no o era unicamente porque havia algum que no tinha em grande conta os mritos do novo habitante. Capito Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, rgo local e filiado ao partido situacionista, embirrava com o sbio. Vocs ho de ver, dizia ele, quem esse tipo... Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladro fugido do Rio. A sua opinio em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sbio de que gozava. No que Pelino fosse qumico, longe disso; mas era sbio, era gramtico. Ningum escrevia em Tubiacanga que no levasse bordoada do Capito Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notvel l no Rio, ele no deixava de dizer: No h dvida! O homem tem talento, mas escreve:um outro, de resto... E contraa os lbios como se tivesse engolido alguma cousa amarga. Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glrias nacionais. Um sbio... Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero1, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saa vagarosamente de casa, muito abotoado no seu palet de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar um modo de dizer, porque era Pelino avaro2de palavras, limitando-se to-somente a ouvir. Quando, porm, dos lbios de algum escapava a menor incorreo de linguagem, intervinha e emendava. Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que... Por a, o mestre-escola intervinha com mansuetude evanglica: No diga asseguro Senhor Bernardes; em portugus garanto. E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sbio veio distra-lo um pouco da sua misso. Todo o seu esforo voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia to inopinadamente. Foram vs as suas palavras e a sua eloqncia: no s Raimundo Flamel pagava em dia as suas contas, como era generoso pai da pobreza e o farmacutico vira numa revista de especficos seu nome citado como qumico de valor. BARRETO, Lima.A nova California e outros contos. SoPaulo: Unesp, 2012, p. 11-23 (texto adaptado). Quanto aos textos 1, 2 e 3, considere as seguintes afirmaes: I. O texto 1 e o texto 3 abordam, de forma direta ou indireta, o tema da cincia e da tecnologia como um sistema de cultura e pensamento. II. O texto 2 e o texto 3 realizam um trabalho similar no campo da linguagem, caracterizado pelo uso de formas lingusticas inspiradas na oralidade e pela derrubada das regras e sistemas da gramtica normativa. III. Uma interpretaopertinente do texto 2 reaa a expresso de um arrebatamento esttico em face do industrialismo enquanto o texto 1 realiza uma abordagem comparativa que relaciona a guerra ao empreendedorismo. Est(o) correta(s) a(s) assertiva(s):