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(UEFS 2015 - Meio do ano)O que faz O cortiço espec

(UEFS 2015 - Meio do ano)

O que faz O cortiço especial, do ponto de vista econômico, é justamente a demonstração daquilo que Marx chamou de “lenda” e de “pecado original” do capitalismo: ao descrever o surgimento de capitalistas 5 e de um proletariado explorado, o romance acaba revelando uma sucessão de “crimes” que Romão e, por extensão, o agente capitalista cometem, bem como a relação entre acumulação e extração de riquezas da natureza. Os suores de Romão e Bertoleza estão 10 presentes nos primeiros estágios de acumulação. Bertoleza continuará “suando” até o fim do romance, ao passo que Romão se livrara, progressivamente, do trabalho braçal. Não é o suor, portanto, conta-nos Aluísio, que faz o capitalista, mas os crimes que a riqueza 15 permitirá, por meio da ideologia, esconder.

É esse o processo que cria o capitalista Romão e, por consequência, seus assalariados. Romão não tem escravos, e não os compra com o que acumula — assim, mostra-se sensível ao futuro da sociedade brasileira, não 20 se amarrando a sinais de status do passado que não tivessem futuro. Quanto a Bertoleza, desde o começo, sabemos da grande fraude que significou sua alforria; ela, porém, a ignora. Para o leitor, é a prova viva do “pecado original” de Romão, que não precisa aparecer 25 muito ao longo do romance para que essa tensão permaneça.

SEREZA, Haroldo Ceravolo.  O Cortiço, romance econômico. p. 190-191. Disponível em: <http://novosestudos.uol.com.br//v1/files/ uploads/contents/content_1560/file_1560.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2015.

Embora o texto apresente uma linguagem predominantemente denotativa, há um exemplo de metonímia em

 

A

 “o romance acaba revelando uma sucessão de ‘crimes’ que Romão e, por extensão, o agente capitalista cometem” (l. 5-7). 

B

 “Os suores de Romão e Bertoleza estão presentes nos primeiros estágios de acumulação.” (l. 9-10). 

C

 “Romão não tem escravos, e não os compra com o que acumula” (l. 17-18). 

D

 “mostra-se sensível ao futuro da sociedade brasileira” (l. 19). 

E

“sabemos da grande fraude que significou sua alforria” (l. 22).