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Questões - UNIFESP | Gabarito e resoluções

Questão
2017Inglês

(UNIFESP - 2017) Na fala da espiga de milho esquerda Icouldntreach the fridge..., o termo em destaque pode ser substitudo, sem alterao de sentido, por

Questão
2017Português

(UNIFESP - 2017) Predomina neste movimento uma tnica mais cosmopolita, intimamente ligada s modas literrias da Europa, desejando pertencer ao mesmo passado cultural e seguir os mesmos modelos, o que permitiu incorporar os produtos intelectuais da colnia inculta ao universo das formas superiores de expresso. Ao lado disso, tal movimento continuou os esboos particularistas que vinham do passado local, dando importncia relevante tanto ao ndio e ao contato de culturas, quanto descrio da natureza, mesmo que fosse em termos clssicos. (Antonio Candido. Iniciao literatura brasileira, 2010. Adaptado.) Tal comentrio refere-se ao seguinte movimento literrio brasileiro:

Questão
2017Redação

TexTo 1 Na história, o voto nulo já foi uma bandeira ideológica. Era uma ideia básica dos anarquistas, um dos movimentos utópicos que nasceram no século XIX e fizeram sucesso no começo do século XX. Para eles, votar nulo era uma condição para manter a própria liberdade, se recusando a entregá-la na mão de um líder. Não mais partidos, não mais autoridade, liberdade absoluta do homem e do cidadão, pregava o filósofo francês Pierre-Josef Proudhon. O sonho dos anarquistas era uma sociedade organizada pelas próprias pessoas, sem funcionários, sem autoridades e sem líderes. Hoje, esse discurso utópico parece estar empoeirado. Mas há quem se pergunte se um pouco da utopia da década de 1930 não serviria como uma opção coerente diante de tantos problemas da democracia. A favor ou contra o voto nulo, todos concordam que o atual sistema político do Brasil tem problemas muito mais profundos que a escolha de um ou outro candidato. Segundo o IBGE, mais de 30% dos brasileiros não sabem quem é o governador de seu estado. Dois em cada 10 brasileiros não conseguem dizer quem é o presidente da República, e só 18% praticaram alguma ação política, como fazer uma reclamação ou preencher um abaixo-assinado. Para Edson Passetti, pesquisador do Departamento de Política da PUC-SP, votar nulo não serve para eliminar corruptos da política, mas pode funcionar como uma crítica generalizada: Optar pelo voto nulo é saudável como protesto contra todo um sistema. Já para Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, o voto nulo não seria um ato responsável: Dar uma de avestruz, enfiando a cabeça na areia e deixar o vendaval passar, é a melhor forma de comprometer negativamente o futuro do país. (Liliana Pinheiro. Adianta votar nulo?. Superinteressante, setembro de 2006. Adaptado.) TexTo 2 Qual é, em comparação com outras estratégias de protesto, a eficácia do voto nulo? Em que medida e sob que circunstâncias ele produz realmente o efeito desejado? Afastemos, desde logo, a suposição de que um alto percentual de votos nulos acarreta a nulidade da própria eleição. Trata-se de uma crença totalmente desprovida de fundamento; a Constituição vigente nada estipula nesse sentido. A questão a considerar é, pois, o objetivo dos proponentes do voto nulo. Protestar contra o quê, exatamente? O atual estado de coisas é lastimável, mas a contribuição do voto nulo à correção dele é rigorosamente zero. Neste caso, nada há na anulação que se possa chamar de público ou seja, de político, no melhor sentido da palavra. Nas condições do momento, ele apenas exprime um mal-estar subjetivo, difuso, de caráter individual. Qualquer que seja seu peso nos números finais da eleição, ele será apenas uma soma desses mal-estares e da apatia que deles decorre. (Bolívar Lamounier. Voto nulo: como, quando, para quê?. Folha de S.Paulo, 12.07.2014. Adaptado.) TexTo 3 Não concordo com o sistema de representação política do Brasil. Minha alternativa de protesto é o voto nulo. Na hora de divulgar os resultados, reais ou de pesquisas, a imprensa costuma somar os votos nulos e brancos. O significado dos dois é diferente. O voto nulo é, em princípio, um protesto, inclusive contra o próprio processo eleitoral. Já o voto branco diz que o eleitor concorda com a decisão da maioria. Votar nulo não se trata de atacar o governo ou a oposição, mas o sistema político inteiro, dizendo não à promiscuidade partidária que confunde o eleitor com essa miscelânea de acordos nacionais e regionais que querem reduzir a cidadania a uma negociata por horários na TV. (Hugo Possolo. Protestar pelo voto nulo. Folha de S.Paulo, 14.07.2014. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: O voto nulo é um ato político eficaz?

Questão
2017Português

(Unifesp 2017) Nesta obra, o observador é atraído por uma ideia poética: a de um objeto que assume a substância do material em que se sente à vontade. (Marcel Paquet. René Magritte: o pensamento tornado visível, 2000. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra do pintor belga René Magritte (1898-1967):

Questão
2017Português

(Unifesp 2017) Nesta obra, o autor optou por uma situação narrativa que se define pelo movimento de aproximação e distanciamento da substância sensível da realidade retratada, como forma de solidarizar-se com seus personagens e, ao mesmo tempo, sustentar uma posição crítica rigorosa ante a desgraça irremediável que os açoita. Relativiza, assim, a onisciência da terceira pessoa e reconstitui, pela via literária, o hiato entre seu saber de intelectual e a indigência dos retirantes alteridade que buscou compreender pelo exercício artístico da palavra enxuta e medida. Com a cautela de quem não se permite explicitar significados ou avançar conclusões, o narrador condiciona a narração à expectativa dos personagens, através do uso intensivo do discurso indireto livre, que dá forma à sondagem interior pretendida e singulariza os destinos representados. (Wander Melo Miranda. Texto introdutório. In: Silviano Santiago (org). Intérpretes do Brasil, vol. 2, 2000. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à obra

Questão
2017Inglês

(UNIFESP -2017) No trecho who reject foodbecause ofexacting aesthetic standards, os termos em destaque podem ser substitudos, sem alterao de sentido, por

Questão
2017Inglês

(UNIFESP -2017) In developing countries there are high levels of what is known as food loss, which is unintentional wastage, often due to poor equipment, transportation and infrastructure. In wealthy countries, there are low levels of unintentional losses but high levels of food waste, which involves food being thrown away by consumers because they have purchased too much, or by retailers who reject food because of exacting aesthetic standards. (www.theguardian.com) No trecho which involves food being thrown away by consumers, o termo em destaque se refere a

Questão
2017Química

A figura mostra o esquema bsico da primeira etapa do refino do petrleo, realizada presso atmosfrica, processo pelo qual ele separado em misturas com menor nmero de componentes (fracionamento do petrleo). a) D o nome do processo de separao de misturas pelo qual so obtidas as fraes do petrleo e o nome da propriedade especfica das substncias na qual se baseia esse processo. b) Considere as seguintes fraes do refino do petrleo e as respectivas faixas de tomos de carbono: gs liquefeito de petrleo (C3 a C4); gasolina (C5 a C12); leo combustvel ( C20); leo diesel (C12 a C20); querosene (C12 a C16). Identifique em qual posio (1, 2, 3, 4 ou 5) da torre de fracionamento obtida cada uma dessas fraes.

Questão
2017Português

(UNIFESP -2017) Caracterizou-o sempre um sincero amor pelas coisas de sua terra, pela sua gente, e se existe obra que possa ser chamada de brasileira, a dele. Se seus assuntos eram o homem e a terra do Brasil, apanhados no Norte, no Sul, no Centro, a forma por que os explorava era tambm brasileira, pela sintaxe que empregava e pelos modismos que introduzia. O Brasil do campo e o das cidades est presente em sua obra, assim como o homem da sociedade, o homem da rua e o trabalhador rural. Abarcou os aspectos mais variados da nossa sensibilidade e da nossa formao, constituindo sua obra um painel a que nada falta, inclusive o ndio, que nela tem participao considervel. (Jos Paulo Paes e Massaud Moiss (orgs). Pequeno dicionrio de literatura brasileira, 1980. Adaptado.) Tal comentrio refere-se ao escritor

Questão
2017Português

(Unifesp 2017) Leia um trecho do Manifesto do Futurismo publicado por Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) no ano de 1909. Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros sob suas luas elétricas; as estações glutonas comedoras de serpentes que fumam; as usinas suspensas nas nuvens pelos barbantes de suas fumaças; os navios aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de grande peito, que escoucinham os trilhos,como enormes cavalos de aço freados por longos tubos, e o voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da multidão entusiasta. (Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.) Em consonância com este preceito do Futurismo estão os seguintes versos, extraídos da produção poética de Fernando Pessoa (1888-1935):

Questão
2016Português

(UNIFESP - 2016) O Simbolismo , antes de tudo, antipositivista, antinaturalista e anticientificista. Com esse movimento, nota-se o despontar de uma poesia nova, que ressuscitava o culto do vago em substituio ao culto da forma e do descritivo. (Massaud Moiss. A literatura portuguesa, 1994. Adaptado.) Considerando esta breve caracterizao, assinale a alternativa em que se verifica o trecho de um poema simbolista.

Questão
2016Português

TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o excerto da crnica Mineirinho de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder (s) questo(es). , suponho que em mim, como um dos representantes de ns, que devo procurar por que est doendo a morte de um 1facnora. E por que que mais me adianta contar os treze tiros que mataram 2Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulso de um conflito, o mal-estar de no entender o que se sente, o de precisar trair sensaes contraditrias por no saber como harmoniz-las. Fatos irredutveis, mas revolta irredutvel tambm, a violenta compaixo da revolta. Sentir-se dividido na prpria perplexidade diante de no poder esquecer que Mineirinho era perigoso e j matara demais; e no entanto ns o queramos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justia que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: O que eu sinto no serve para se dizer. Quem no sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e j entrou no cu. Respondi-lhe que mais do que muita gente que no matou. Por qu? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituveis, a de que no matars. Ela a minha maior garantia: assim no me matam, porque eu no quero morrer, e assim no me deixam matar, porque ter matado ser a escurido para mim. Esta a lei. Mas h alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alvio de segurana, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o stimo e o oitavo eu ouo com o corao batendo de horror, no nono e no dcimo minha boca est trmula, no dcimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no dcimo segundo chamo meu irmo. O dcimo terceiro tiro me assassina porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justia que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Ns, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu no exera a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu no for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa est o terreno, o cho onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. At que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu que ao homem acuado, que a esse no nos matem. Porque sei que ele o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva s vezes apenas o erro, e eu sei que no nos salvaremos enquanto nosso erro no nos for precioso. Meu erro o meu espelho, onde vejo o que em silncio eu fiz de um homem. Meu erro o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. (Clarice Lispector. Para no esquecer, 1999.) 1facnora: diz-se de ou indivduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. 2Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca Jos Miranda Rosa. Acuado pela polcia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado margem da Estrada Graja-Jacarepagu, no Rio de Janeiro. O tom predominante no texto de

Questão
2016Português

(UNIFESP - 2016) Assinale a alternativa na qual se pode detectar nos versos do poeta portugus Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) uma ruptura com a conveno arcdica do locus amoenus (lugar aprazvel).

Questão
2016Redação

TexTo 1 Pela primeira vez em mais de 150 anos, brasileiros foram mortos por terem sido condenados à pena capital. A execução de Marco Archer, em janeiro, e a de Rodrigo Gularte, em abril, ambas na Indonésia, foram as primeiras de brasileiros no exterior. Já no Brasil, a última execução de um homem livre condenado à morte pela Justiça Civil aconteceu em 1861. A pena de morte foi abolida no Brasil com a proclamação da República, em 1889. Desde então, ela vigorou como exceção em alguns momentos da história do país, como na ditadura militar, e atualmente é prevista apenas em situações de guerra. (País executou último homem livre em 1861. www.folha.uol.com.br, 03.05.2015. Adaptado.) TexTo 2 A ideia da pena de morte foi reintroduzida nos debates públicos no final dos anos 80 durante o processo de redemocratização quando o medo do crime, o crime violento e a violência policial começaram a aumentar. A pena de morte é frequentemente proposta como punição para os chamados crimes hediondos: latrocínio (roubo seguido de morte), estupro seguido de morte, sequestro seguido de morte e crimes envolvendo crueldade. Um dos argumentos mais frequentes a favor da pena capital é que ela refletiria o sentimento popular. Esse argumento é substanciado com citações de pesquisas de opinião pública indicando que cerca de 70% da população é a favor da pena de morte1. Alguns políticos argumentam que, no contexto de proliferação da violência e do fracasso do sistema judiciário, apenas uma medida extrema como a pena de morte poderia ser uma solução. Eles pensam na pena de morte mais em termos de vingança do que em termos da lei ou de eficiência para reduzir a criminalidade. Eles não dizem que a pena capital iria resolver o problema da violência em geral, e apenas uma minoria argumenta que ela impediria outros de cometer crimes semelhantes. No entanto, insistem que, como as pessoas que cometem crimes violentos são dominadas pelo mal e irredimíveis, executá-las significa evitar que cometam futuros crimes e, para citar sua própria retórica, salvar vidas inocentes. (Teresa Caldeira. Cidade de muros, 2000. Adaptado.) 1 Esta era a porcentagem dos brasileiros que apoiavam a pena de morte no final da década de 1990, época da publicação do livro. Pesquisas recentes indicam que 43% dos brasileiros ainda apoiam a adoção da pena capital. TexTo 3 É importante examinar alguns dados de outros países sobre a pena de morte, um grande mito da discussão sobre controle da criminalidade no Brasil, frequentemente apresentado, de forma irresponsável, como panaceia1 para os nossos problemas criminais: Nos Estados Unidos, país que desde 1976 reintroduziu a pena de morte para crimes letais, a taxa de homicídios por cem mil habitantes é duas a quatro vezes superior à registrada em países da Europa Ocidental, que não adotam essa pena; Os estados norteamericanos sem pena de morte têm taxas de homicídios mais baixas que os estados onde é aplicada a punição capital; O Canadá registrou uma taxa de 3,09 homicídios por cem mil habitantes em 1975, um ano antes da abolição da pena de morte naquele país. Em 1993 a mesma taxa foi de 2,19, ou seja, 27% menor que em 1975. Só quem acredita em soluções mágicas e demagógicas pode enxergar na punição capital um instrumento na luta contra a criminalidade e a violência. (Julita Lemgruber. Controle da criminalidade: mitos e fatos. www.observatoriodeseguranca.org. Adaptado.) 1 panaceia: remédio contra todos os males. Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A ADOÇÃO DA PENA DE MORTE PODE CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DO NÚMERO DE CRIMES HEDIONDOS NO BRASIL?

Questão
2016Português

(UNIFESP -2016) Mineirinho de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962 , suponho que em mim, como um dos representantes de ns, que devo procurar por que est doendo a morte de um 1facnora. E por que que mais me adianta contar os treze tiros que mataram 2Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulso de um conflito, o mal-estar de no entender o que se sente, o de precisar trair sensaes contraditrias por no saber como harmoniz-las. Fatos irredutveis, mas revolta irredutvel tambm, a violenta compaixo da revolta. Sentir-se dividido na prpria perplexidade diante de no poder esquecer que Mineirinho era perigoso e j matara demais; e no entanto ns o queramos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justia que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: O que eu sinto no serve para se dizer. Quem no sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e j entrou no cu. Respondi-lhe que mais do que muita gente que no matou. Por qu? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituveis, a de que no matars. Ela a minha maior garantia: assim no me matam, porque eu no quero morrer, e assim no me deixam matar, porque ter matado ser a escurido para mim. Esta a lei. Mas h alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alvio de segurana, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o stimo e o oitavo eu ouo com o corao batendo de horror, no nono e no dcimo minha boca est trmula, no dcimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no dcimo segundo chamo meu irmo. O dcimo terceiro tiro me assassina porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justia que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Ns, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu no exera a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu no for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa est o terreno, o cho onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. At que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu que ao homem acuado, que a esse no nos matem. Porque sei que ele o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva s vezes apenas o erro, e eu sei que no nos salvaremos enquanto nosso erro no nos for precioso. Meu erro o meu espelho, onde vejo o que em silncio eu fiz de um homem. Meu erro o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver. (Clarice Lispector. Para no esquecer, 1999.) 1facnora: diz-se de ou indivduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. 2Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca Jos Miranda Rosa. Acuado pela polcia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado margem da Estrada Graja- Jacarepagu, no Rio de Janeiro. Em Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto (1 pargrafo), o termo em destaque constitui