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VestibularEdição do vestibular
Disciplina

(UEPA - 2012) Me PenitenteOuve-me, pois!... Eu fui

(UEPA - 2012)  

Mãe Penitente

Ouve-me, pois!... Eu fui uma perdida;
Foi este o meu destino, a minha sorte...
Por esse crime é que hoje perco a vida,
Mas dele em breve há de salvar-me a morte!

E minh'alma, bem vês, que não se irrita,
Antes bendiz estes mandões ferozes.
Eu seria talvez por ti maldita,
Filho! sem o batismo dos algozes!

Porque eu pequei... e do pecado escuro
Tu foste o fruto cândido, inocente,
— Borboleta, que sai do — lodo impuro...
— Rosa, que sai de — pútrida semente!

Filho! Bem vês... fiz o maior dos crimes
— Criei um ente para a dor e a fome!
Do teu berço escrevi nos brancos vimes
O nome de bastardo — impuro nome.

Por isso agora tua mãe te implora
E a teus pés de joelhos se debruça.
Perdoa à triste — que de angústia chora,
Perdoa à mártir — que de dor soluça!

[...]

(www.dominiopublico.gov.br. Acessado em 07/10/2011)

A fala do sujeito poético exprime uma das formas da violência simbólica denunciada por Castro Alves. No poema, mais do que os maus tratos sofridos fisicamente, é denunciada a consequência: 
 

A

da humilhação imposta pelos algozes que torturam a mulher chicoteando-a.

B

da subordinação da mulher negra que serve aos desejos sexuais do senhor de engenho.

C

do erotismo livre que leva a mulher a realizar seus desejos sem pensar em consequências.

D

do excesso de religiosidade que leva a mulher negra a uma confissão de culpa.

E

da tortura psicológica que obriga a mãe a abandonar o filho.