(UFF-RJ-2010) Cacá Diegues desbrava o Brasil como os brasilianistas de outrora e mostra uma população alijada que tenta se manter entre a cultura tradicional – transmitida por seus antepassados – e a modernidade, que como um bandeirante entra nos mais longínquos rincões do Brasil. O eterno retorno e a interminável travessia resgatada, entre outros, por Euclides da Cunha emergem na obra de Diegues. O filme é uma forma contemporânea de denunciar o Brasil que conhecemos pouco.
http://www.facasper.com.br/cultura/site/ensaio. Adaptação.
Texto I
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, no primeiro lance de vista, revela o contrário. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo é o homem permanentemente fatigado. Entretanto, toda essa aparência de cansaço ilude. No revés o homem transfigura-se e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias.”
Euclides da Cunha, Os sertões.
Texto II
a) Caracterize os efeitos de sentido que a intertextualidade do Texto II (aspectos verbais e não verbais) apresenta com o fragmento de Os sertões (Texto I).
b) Observe a diferença de pontuação entre “O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” (Texto I) e “O sertanejo é antes de tudo um agitador!” (Texto II) e comente os aspectos semântico-estilísticos na produção de sentidos nessas duas frases.