(FUVEST - 2013) Oh! Aquela alegria me deu nuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justia em suas mos. Aprovo essa justia, mas poderia no ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuzo aos nossos costumes! Nossos senhores colhero o que semearam. (Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette. Mdia, cultura e revoluo. So Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado.) O texto parte de uma carta enviada por Graco Babeuf sua mulher, no incio da Revoluo Francesa de 1789. O autor
(FUVEST - 2013) A economia das possesses coloniais portuguesas na Amrica foi marcada por mercadorias que, uma vez exportadas para outras regies do mundo, podiam alcanar alto valor e garantir, aos envolvidos em seu comrcio, grandes lucros. Alm do acar, explorado desde meados do sculo XVI, e do ouro, extrado regularmente desde fins do XVII, merecem destaque, como elementos de exportao presentes nessa economia:
(Fuvest 2013) Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por que no extingui, naquele instante, a centelha de vida que voc to desumanamente me concedeu? No sei! O desespero ainda no se apoderara de mim. Meus sentimentos eram de raiva e vingana. Quando a noite caiu, deixei meu abrigo e vagueei pelos bosques. (...) Oh! Que noite miservel passei eu! Sentia um inferno devorar-me, e desejava despedaar as rvores, devastar e assolar tudo o que me cercava, para depois sentar-me e contemplar satisfeito a destruio. Declarei uma guerra sem quartel espcie humana e, acima de tudo, contra aquele que me havia criado e me lanara a esta insuportvel desgraa! (Mary Shelley. Frankenstein. 2 ed. Porto Alegre: LPM, 1985.) O trecho acima, extrado de uma obra literria publicada pela primeira vez em 1818, pode ser lido corretamente como uma
(FUVEST -2013) Fosse com militares ou civis, a frica esteve por vrios anos entregue a ditadores. Em alguns pases, vigorava uma espcie de semidemocracia, com uma oposio consentida e controlada, um regime que era, em ltima anlise, um governo autoritrio. A nica sada para os insatisfeitos e tambm para aqueles que tinham ambies de poder passou a sera luta armada. Alguns pases foram castigados por ferozes guerras civis, que, em certos casos, foram alongadas por interesses extracontinentais. Alberto da Costa e Silva. A frica explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 139. Entre os exemplos do alongamento dos conflitos internos nos pases africanos em funo de interesses extracontinentais, a que se refere o texto, pode-se citar a participao
(FUVEST 2013) O que acontece quando a gente se v duplicado na televiso? (...) Aprendemos no s durante os anos de formao mas tambm na prtica a lidar com ns mesmos com esse eu duplo. E, mais tarde, (...) em 1974, ainda detido para averiguao na penitenciria de Colnia-Ossendorf, quando me foi atendida, sem problemas, a solicitao de um aparelho de televiso na cela, apenas durante o perodo da Copa do Mundo, os acontecimentos na tela me dividiram em vrios sentidos. No quando os poloneses jogaram uma partida fantstica sob uma chuva torrencial, no quando a partida contra a Austrlia foi vitoriosa e houve um empate contra o Chile, aconteceu quando a Alemanha jogou contra a Alemanha. Torcer para quem? Eu ou eu torci para quem? Para que lado vibrar? Qual Alemanha venceu? Gunter Grass. Meu sculo. Rio de Janeiro:Record, 2000, p. 237. Adaptado. O trecho acima, extrado de uma obra literria, alude a um acontecimento diretamente relacionado
(FUVEST - 2013) Quando a guerra mundial de 1914-1918 se iniciou, a cincia mdica tinha feito progressos to grandes que se esperava uma conflagrao sem a interferncia de grandes epidemias. Isso sucedeu na frente ocidental, mas leste o tifo precisou de apenas trs meses para aparecer e se estabelecer como o principal estrategista na regio (...). No momento em que a Segunda Guerra Mundial est acontecendo, em territrios em que o tifo endmico, o espectro de uma grande epidemia constitui ameaa constante. Enquanto estas linhas esto sendo escritas (primavera de 1942) j foram recebidas notificaes de surtos locais, e pequenos, mas a doena parece continuar sob controle e muito provavelmente permanecer assim por algum tempo. Henry E. Sigerist, Civilizao e doena.So Paulo: Hucitec, 2010, p. 130-132. O correto entendimento do texto acima permite afirmar que
(FUVEST 2013) Os momentos histricos em que se desenvolvem os enredos de Viagens na minha terra, Memrias de um sargento de milcias e Memrias pstumas de Brs Cubas (quanto a este ltimo, em particular no que se refere primeira juventude do narrador) so, todos, determinados de modo decisivo por um antecedente histrico comum menos ou mais imediato, conforme o caso. Trata-se da
(FUVEST - 2013) Durante os primeiros tempos de sua existncia, o PCB prosseguiu em seu processo de diferenciao ideolgica com o anarquismo, de onde provinha parte significativa de sua liderana e de sua militncia. Nesse curso, foi necessrio, no que se refere questo parlamentar, tambm proceder a uma homogeneizao de sua prpria militncia. Houve algumas tentativas de participao em eleies e de formulao de propostas a serem apresentadas sociedade que se revelaram infrutferas por questes conjunturais. A primeira vez em que isso ocorreu foi, em 1925, no municpio porturio paulista de Santos, onde os comunistas locais, apresentando-se pela legenda da Coligao Operria, tiveram um resultado pfio. No entanto, como todos os atos pioneiros, essa participao deixou uma importante herana: a presena na cena poltica brasileira dos trabalhadores e suas reivindicaes. Estas, em particular, expressavam um acmulo de anos de lutas do movimento operrio brasileiro. (Dainis Karepovs. A classe operria vai ao Parlamento. So Paulo: Alameda, 2006, p.169.) A partir do texto acima, pode-se afirmar corretamente que
(FUVEST - 2020)(2 FASE) No possvel pr em dvida por mais tempo, ao passar em revista o estado atual dos conhecimentos, ter havido realmente uma guerra de Troia histrica, em que uma coligao de Aqueus ou Micnios, sob um rei cuja suserania era conhecida pelos restantes, combateu o povo de Troia e os seus aliados. A magnitude e durao da luta podem ter sido exageradas pela tradio popular em tempos recentes, e os nmeros dos participantes avaliados muito por cima nos poemas picos. Muitos incidentes, tanto de importncia primria como secundria, foram sem dvida inventados e introduzidos na narrativa durante a sua viagem atravs dos sculos. Mas as provas so suficientes para demonstrar no s que a tradio da expedio contra Troia deve basear-se em fatos histricos, mas ainda que boa parte dos heris individuais mencionados nos poemas foi tirada de personagens reais. Carl W. Blegen. Troia e os troianos. Lisboa, Verbo, 1971. Adaptado. A partir do texto acima, a) identifique ao menos um poema pico inspirado na guerra de Troia e explique seu ttulo; b) explique uma diferena e uma semelhana entre poesia pica e histria para os gregos da Antiguidade.
Nos tempos de So Lus [Lus IX], as hordas que surgiam do leste provocaram terror e angstia no mundo cristo. O medo do estrangeiro oprimia novamente as populaes. No entanto, a Europa soubera digerir e integrar os saqueadores normandos. Essas invases tinham tornado menos claras as fronteiras entre o mundo pago e a cristandade e estimulado o crescimento econmico. A Europa, ento terra juvenil, em plena expanso, estendeu-se aos quatro pontos cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas exteriores. Uma situao muito diferente da de hoje, em que o Velho Continente se entrincheira contra a misria do mundo para preservar suas riquezas. Georges Duby. Ano 1000 ano 2000. Na pista de nossos medos. So Paulo: Unesp, 1998, p. 50-51. Adaptado. a) Justifique a afirmao do autor de que essas invases tinham (...) estimulado o crescimento econmico da Europa crist. b) Cite um caso do atual entrincheiramento europeu e explique, em que sentido, a Europa quer preservar suas riquezas.
(FUVEST - 2012 - 2a FASE) A formao histrica do atual Estado do Rio Grande do Sul est intrinsecamente relacionada questo fronteiria existente entre os domnios das duas coroas Ibricas na Amrica meridional. Desde o sculo XVIII, esta regio foi cenrio de constantes disputas territoriais entre diferentes agentes sociais. Atritos que no estiveram restritos apenas s lutas travadas entre luso-brasileiros e hispano-americanos pelo domnio do Continente do Rio Grande. Eduardo Santos Neumann, A fronteira tripartida, Luiz Alberto Grij (e outros). Captulos de Histria do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, p. 25. Adaptado. a) Caracterize a questo fronteiria, mencionada no texto acima. b) Quais so as principais diferenas e semelhanas entre a organizao socioeconmica do Rio Grande colonial e a de regies aucareiras, como Bahia e Pernambuco, na mesma poca?
(FUVEST - 2020)(2 FASE) Examine estas imagens, que reproduzem, em preto e branco, dois quadros da pintura brasileira. a) Identifique o movimento artstico a que elas pertencem e aponte uma caracterstica de sua proposta esttica. b) Cite e caracterize um evento brasileiro importante relacionado a esse movimento.
(FUVEST - 2020)(2 FASE) Considerando os dois grficos acima, a) defina e explique o significado geral de uma balana comercial favorvel ou desfavorvel para um determinado pas; b) compare os papis poltico-econmicos da Frana e da Inglaterra na competio internacional do sculo XVIII, bem como a importncia desses pases para as regies coloniais americanas da poca.
(FUVEST - 2020)(2 FASE) No parece fcil determinar a poca em que os habitantes da Amrica lusitana, dispersos pela distncia, pela dificuldade de comunicao, pela mtua ignorncia, pela diversidade, no raro, de interesses locais, comeam a sentir-se unidos por vnculos mais fortes do que todos os contrastes ou indiferenas que os separam, e a querer associar esse sentimento ao desejo de emancipao poltica. No Brasil, as duas aspiraes a da independncia e a da unidade no nascem juntas e, por longo tempo ainda, no caminham de mos dadas. Srgio Buarque de Holanda, A herana colonial sua desagregao. Histria geral da civilizao brasileira, tomo II, volume 1, 2 ed., So Paulo: DIFEL, 1965, p. 9. a) Explique qual a diferena entre as aspiraes de independncia e de unidade a que o autor se refere. b) Indique e caracterize ao menos um acontecimento histrico relacionado a cada uma das aspiraes mencionadas no item a).
(Fuvest 2012) Leia este texto, que se refere à dominação europeia sobre povos e terras africanas. Desde o século XVI, os portugueses e, trezentos anos mais tarde, os franceses, britânicos e alemães souberam usar os povos [africanos] mais fracos contra os mais fortes que desejavam submeter. Aliaram-se àqueles e somaram os seus grandes números aos contingentes, em geral pequenos, de militares europeus. Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 98. a) Diferencie a presença europeia na África nos dois períodos aos quais o texto se refere. b) Indique uma decorrência, para o continente africano, dessa política colonial de estimular conflitos internos.