(UEL - 2006) Em sua obra Nova Atlntida, Francis Bacon descreve uma instituio imaginria chamada Casa de Salomo, cuja finalidade [...] o conhecimento das causas e dos segredos dos movimentos das coisas e a ampliao dos limites do imprio humano para a realizao de todas as coisas que forem possveis. (BACON, Francis. Nova Atlntida. So Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 245.) Sobre a concepo de cincia em Francis Bacon, correto afirmar:
(Uel 2006) Na Inglaterra do século XVII, puritanismo era o nome dado ao policiamento exercido por uma seita religiosa sobre o comportamento alheio, especialmente em relação à sexualidade. O neopuritanismo, por sua vez, não tem relação com religião [...] sua censura se pauta por uma visão estereotipada e generalizante de bom senso. O neopuritanismo consiste em uma pressão social contemporânea para que o indivíduo seja correto, competente e bem sucedido em todas as esferas da vida. Adaptado de: QUINTANILHA, Leandro. Tudo o que se faz é ilegal, imoral ou engorda. In: Folha de Londrina, Londrina, 27 nov. 2005. Especial, p. 16. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. O neopuritanismo propaga um padrão comportamental que auxilia a reprodução da lógica mercantil capitalista, portanto a reprodução das relações sociais de produção. A ruptura do neopuritanismo com a religião conduziu seus seguidores a combater a censura na sociedade atual. O neopuritanismo, em função de suas origens, tem alimentado os fundamentalismos das seitas religiosas orientais e ocidentais. Uma das diretrizes gerais do neopuritanismo é a constituição de formas de controle social fundadas na instauração de consensos a partir dos valores sociais hegemônicos. Estão corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2006) Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a proporo, o limite e a medida, assim como a presena de questionamentos acerca das causas, dos princpios e do porqu das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaborao dos princpios metafsicos da filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni.Histria da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. So Paulo: Loyola, 1994. p. 19.) Com base no texto e nos conhecimentos acerca das caractersticas que marcaram o nascimento da filosofia na Grcia, considere as afirmativas a seguir. I. A poltica, enquanto forma de disputa oratria, contribuiu para formar um grupo de iguais, os cidados, que buscavam a verdade pela fora da argumentao. II. O palcio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substitudo pela gora, espao pblico onde os problemas da polis eram debatidos. III. A palavra, utilizada na prtica religiosa e nos ditos do rei, perdeu a funo ritualista de frmula justa, passando a ser veculo do debate e da discusso. IV. A expresso filosfica tributria do carter pragmtico dos gregos, que substituram a contemplao desinteressada dos mitos pela tcnica utilitria do pensar racional. Esto corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2006)Desde o final do século XIX, impõe-se cada vez com mais força a outra tendência evolutiva que caracteriza o capitalismo tardio: a cientificação da técnica. No capitalismo sempre se registrou a pressão institucional para intensificar a produtividade do trabalho por meio da introdução de novas técnicas. As inovações dependiam, porém, de inventos esporádicos que, por seu lado, podiam sem dúvida ser induzidos economicamente, mas tinham ainda um caráter natural. Isso modificou-se, na medida em que a evolução técnica é realimentada com o progresso das ciências modernas. Com a investigação industrial de grande estilo, a ciência, a técnica e a revalorização do capital confluem num mesmo sistema. Entretanto, a investigação industrial associa-se a uma investigação nascida dos encargos do Estado, que fomenta em primeiro lugar o progresso científico e técnico no campo militar. Daí as informações refluem para as esferas da produção civil de bens. (HABERMAS, Jürgen.Técnica e ciência como ideologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987. p. 72.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o capitalismo tardio, considere as afirmativas a seguir. I. A espontaneidade e naturalidade dos inventos esporádicos bloquearam a produtividade no capitalismo. II. No capitalismo tardio, há uma junção sistêmica entre a técnica, a ciência e a revalorização do capital. III. No interior do capitalismo tardio, a técnica e a ciência são independentes e se desenvolvem em sentidos opostos. IV. A produção civil de bens se apropria das informações geradas pela investigação industrial no campo militar. Estão corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2006)[...] Somente ordenamentos políticos podem ter legitimidade e perdê-la; somente eles têm necessidade de legitimação. [...] dado que o Estado toma a si a tarefa de impedir a desintegração social por meio de decisões obrigatórias, liga-se ao exercício do poder estatal a intenção de conservar a sociedade em sua identidade normativamente determinada em cada oportunidade concreta. De resto, é esse o critério para mensurar a legitimidade do poder estatal, o qual se pretende durar deve ser reconhecido como legítimo. (HABERMAS, Jürgen.Para a reconstrução do Materialismo Histórico. 2. ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 219-221.) Com base no texto, é correto afirmar que a legitimidade do Estado em Habermas:
(UEL 2006)Contardo Calligaris publicou um artigo em que aborda a prtica social brasileira de denominar como doutores os indivduos pertencentes a algumas profisses, dentre eles mdicos, engenheiros e advogados, mesmo na ausncia da titulao acadmica. Segundo o autor, estes mesmos profissionais no se apresentam como doutores no encontro com seus pares, mas apenas diante de indivduos de segmentos sociais considerados subalternos, o que indica uma tentativa de intimidao social, servindo para estabelecer uma distncia social, lembrando a sociedade de castas. A questo levantada por Contardo Calligaris aborda aspectos relacionados estratificao social, estudada, entre outros, pelo socilogo alemo Max Weber. De acordo com as ideias weberianas sobre o tema, correto afirmar:
(UEL-2005) Atualmente, as chuvas cidas esto entre os graves problemas ambientais decorrentes dos processos de industrializao e urbanizao, que so prprios da modernizao das sociedades contemporneas. Sobre as chuvas cidas, considere as afirmativas a seguir. I. A partir da ECO 92, os EUA, ao ratificar o protocolo de Kyoto, reduziram, em prol da qualidade ambiental mundial, a emisso de gases poluentes na atmosfera, diminuindo a incidncia das chuvas cidas na regio da megalpole Boston-Washington. II. O dixido de enxofre, gs invisvel e incolor, est concentrado na atmosfera, em reas altamente industrializadas e urbanizadas, constituindo-se em um dos principais componentes da chuva cida. III. Apesar de sua origem essencialmente urbana, a chuva cida atinge tambm as guas, os solos e as reas agrcolas e de proteo ambiental, pois as nuvens poludas so transportadas pela circulao atmosfrica, por muitos quilmetros de distncia. IV. O Brasil est isento da ocorrncia de chuvas cidas, em razo da regularidade de suas precipitaes, que propiciam a limpeza da atmosfera. Alm disso, as constantes inverses trmicas evitam a concentrao dos gases causadores deste problema. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL 2005) - Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade. (PLATÃO.A república.Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar:
(UEL - 2005) A busca da tica a busca de um fim, a saber, o do homem. E o empreendimento humano como um todo, envolve a busca de um fim: Toda arte e todo mtodo, assim como toda ao e escolha, parece tender para um certo bem; por isto se tem dito, com acerto, que o bem aquilo para que todas as coisas tendem. Nesse passo inicial de a tica a Nicmaco est delineado o pensamento fundamental da tica. Toda atividade possui seu fim, ou em si mesma, ou em outra coisa, e o valor de cada atividade deriva da sua proximidade ou distncia em relao ao seu prprio fim. (PAIXO, Mrcio Petrocelli. O problema da felicidade em Aristteles: a passagem da tica dianotica aristotlica no problema da felicidade. Rio de Janeiro: Ps-Moderno, 2002. p. 33-34.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a tica em Aristteles, considere as afirmativas a seguir. I. O fim ltimo da ao humana consiste na felicidade alcanada mediante a aquisio de honrarias oriundas da vida poltica. II. A tica o estudo relativo excelncia ou virtude prpria do homem, isto , do fim da vida humana. III. Todas as coisas tm uma tendncia para realizar algo, e nessa tendncia encontramos seu valor, sua virtude, que o fim de cada coisa. IV. Uma ao virtuosa aquela que est em acordo com o dever, independentemente dos seus fins. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL 2005) A teoria Um Gene uma Enzima propunha que cada gene era responsvel pela sntese de uma enzima, que expressava uma determinada caracterstica biolgica. Hoje, sabe-se que a partir de um gene produzida uma cadeia polipeptdica. Assinale a alternativa cuja sequncia de eventos resulta na produo de cadeias polipeptdicas.
(UEL - 2005) Tudo na natureza age segundo leis. S um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representao das leis, isto , segundo princpios, ou: s ele tem uma vontade. Como para derivar as aes das leis necessria a razo, a vontade no outra coisa seno razo prtica. Se a razo determina infalivelmente a vontade, as aes de um tal ser, que so conhecidas como objetivamente necessrias, so tambm subjetivamente necessrias, isto , a vontade a faculdade de escolher s aquilo que a razo independentemente da inclinao, reconhece como praticamente necessrio, quer dizer bom. (KANT, Immanuel. Fundamentao da metafsica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. Lisboa: Edies 70, 1995. p. 47.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a liberdade em Kant, considere as afirmativas a seguir. I. A liberdade, no sentido pleno de autonomia, restringe-se independncia que a vontade humana mantm em relao s leis da natureza. II. A liberdade configura-se plenamente quando a vontade humana vincula-se aos preceitos da vontade divina. III. livre aquele que, pela sua vontade, age tanto objetivamente quanto subjetivamente, por princpios que so vlidos para todos os seres racionais. IV. A liberdade a capacidade de o sujeito dar a si a sua prpria lei, independentemente da causalidade natural. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2005) Sobre a passagem do mito filosofia, na Grcia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I.Os poemas homricos, em razo de muitos de seus componentes, j contm caractersticas essenciais da compreenso de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II.O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, j se evidencia na prpria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses so compreendidos como perfeitos. III.A humanizao dos deuses na religio grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalizao da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosfico e cientfico. IV.O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosfico, devido assimilao que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2005) na verdade conforme ao dever que o merceeiro no suba os preos ao comprador inexperiente, e quando o movimento do negcio grande, o comerciante esperto tambm no faz semelhante coisa, mas mantm um preo fixo geral para toda a gente, de forma que uma criana pode comprar em sua casa to bem como qualquer outra pessoa. -se, pois servido honradamente; mas isto ainda no bastante para acreditar que o comerciante tenha assim procedido por dever e princpios de honradez; o seu interesse assim o exigia; mas no de aceitar que ele alm disso tenha tido uma inclinao imediata para os seus fregueses, de maneira a no fazer, por amor deles, preo mais vantajoso a um do que outro. (KANT, Immanuel. Fundamentao da metafsica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. SoPaulo: Abril Cultural, 1980. p. 112.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o conceito de dever em Kant, considere as afirmativas a seguir, sobre a ao do merceeiro. I. uma ao correta, isto , conforme o dever. II. moral, pois revela honestidade na relao com seus clientes. III. No uma ao por dever, pois sua inteno egosta. IV. honesta, mas motivada pela compaixo aos semelhantes. Esto corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2005) O técnico de um laboratório de química preparou 1 L de solução de Ba(OH)2 (solução A). Em seguida, o técnico transferiu 25 mL da solução A para um erlenmeyer e titulou-acom solução de HCl de concentração 0,1 mol/L, verificando que foram consumidos 100 mL dessa solução. O restante da solução foi deixada ao ar durante vários dias, formando um precipitado branco. Esse precipitado foi separado por filtração, obtendo-se uma solução límpida (solução B). O técnico transferiu 25 mL da solução B para um erlenmeyer e titulou-a com solução de HCl de concentração 0,1 mol/L, gastando 75 mL dessa solução.Admitindo-se que, durante a exposição do restante da solução A ao ar, não tenha ocorrido evaporação da água, considere as afirmativas a seguir.Dados - Massas molares (g/mol): H = 1, C = 12, O = 16, Ba = 137. I. A concentração da solução A é 0,20 mol/L.II. A concentração da solução A é 0,40 mol/L.III. A concentração da solução B é 0,15 mol/L.IV. A concentração da solução B é 0,30 mol/L.V. O precipitado formado é BaCO3. Estão corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2005)Cascavel Uma pequena cidade no interior do Paraná está provando que machismo é coisa do passado. Com 15 mil habitantes, conforme o IBGE, Ampére (a 150 quilômetros de Cascavel), no Sudoeste, tem fartura de emprego para as mulheres. Ex-donas de casa partiram para o trabalho fixo, enquanto os homens, desempregados ou não, passaram a assumir os serviços domésticos. Assim, elas estão garantindo mais uma fonte de renda para a família, além de eliminar antigos preconceitos. A situação torna-se ainda mais evidente quando os homens estão desempregados e são as mulheres que pagam as contas básicas da família. Conforme levantamento informal, em Ampére, o número de homens sem vínculo empregatício é maior do que o de mulheres. Para driblar as dificuldades, eles fazem bicos temporários e quando não há serviço, tornam-se donos de casa. O motivo para essa mudança de comportamento é a [...] Industrial Ltda., uma potência no setor de confecções que dá emprego a 1200 pessoas, das quais 80% são mulheres. Com a fábrica, famílias migraram do interior para a cidade. As mulheres abandonaram o posto de donas de casa ou de empregadas domésticas, aprendendo a apostar na capacidade de competição. (Costa, Ilza Costa. Papéis trocados. Gazeta do Povo,Curitiba, 01 out. 1999. p. 14.) O fenômeno da troca de papéis sociais, relatado no texto, ilustra a base da tese usada por Karl Marx (1818-1883) na explicação geral que formula sobre a relação entre a infraestruturae a supraestrutura na sociedade capitalista. Com base no texto e nos conhecimentos sobre essa tese de Karl Marx, é correto afirmar: