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Questões - AFA | Gabarito e resoluções

Questão
2017Física

(AFA - 2017) Uma partcula de massa m,presa na extremidade de uma corda ideal, descreve um movimento circular acelerado, de raio R,contido em um plano vertical, conforme figura a seguir. Quando essa partcula atinge determinado valor de velocidade, a corda tambm atinge um valor mximo de tenso e se rompe. Nesse momento, a partcula lanada horizontalmente, de uma altura 2R,indo atingir uma distncia horizontal igual a 4R.Considerando a acelerao da gravidade no local igual a g,a tenso mxima experimentada pela corda foi de

Questão
2017Física

(AFA - 2017) Dois pequenos corpos A e Bso ligados a uma haste rgida atravs de fios ideais de comprimentos lAe lB,respectivamente, conforme figura a seguir. A e Bgiram em sincronia com a haste, com velocidades escalares constantes VAe VBe fazem com a direo horizontal nguloserespectivamente. Considerando lA= 4lB,a razo ,em funo de e igual a

Questão
2017Inglês

(AFA - 2017) Howard Gardner: Multiple intelligences are not learning styles by Valerie Strauss The fields of psychology and education were revolutionized30 years ago when we now world renowned psychologist Howard Gardner published his 1983 book Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences, which detailed a new model of human intelligence that went beyond the traditional view that1there was a single kind that could be measured by standardized tests. Gardners theory initially listed seven intelligences which work together: linguistic, logical-mathematical, musical, bodily-kinesthetic, interpersonal and intrapersonal; he later added an eighth, naturalist intelligence and says there may be a few more. The theory became highly popular with2K-12 educators around the world seeking ways to reach students who did not respond to traditional approaches, but over time, multiple intelligences somehow became synonymous with the concept of learning styles. In this important post, Gardner explains3why the former is not the latter. 4Its been 30 years since I developed the notion of multiple intelligences. I have been gratified by the interest shown in this idea and the ways its been used in schools, museums, and business around the world. But5one unanticipated consequence has driven me to distraction and thats the tendency of many people, including persons whom I cherish, to credit me with the notion of learning styles or to collapse multiple intelligences with learning styles.6Its high time to relieve my pain and to set the record straight. First a word about MI theory. On the basis of research in several disciplines, including the study of how7human capacities are represented in the brain, I developed the idea that each of us has a number of relatively independent mental faculties, which can be termed our multiple intelligences. The basic idea is simplicity itself. A belief in a single intelligence assumes that we have one central, all-purpose computer, and it determines how well we perform in every sector of life. In contrast, a belief in multiple intelligences assumes that human beings have 7to 10distinct intelligences. Even before I spoke and wrote about MI, the term learning styles was being bandied about in educational circles. The idea, reasonable enough on the surface, is that all children (indeed all of us) have distinctive minds and personalities. Accordingly, it makes sense to find out about learners and to teach and nurture them in ways that are appropriate, that they value, and above all, are effective. Two problems: first, the notion of learning styles is itself not coherent. Those who use this term do not define the criteria for a style, nor where styles come from, how they are recognized/assessed/exploited. Say that Johnny is said to have a learning style that is impulsive. Does that mean that Johnny is impulsive about everything? How do we know this? What does this imply about teaching? Should we teach impulsively, or should we compensate by teaching reflectively? What of learning style is right-brained or visual or tactile? Same issues apply. Problem #2: when8researchers have tried to identify learning styles, teach consistently with those styles, and examine outcomes, there is not persuasive evidence that the learning style analysis produces more effective outcomes than a9one size fits all approach. Of course, the learning style analysis might have been inadequate. Or even if it is on the mark, the fact that one intervention did not work does not mean that the concept of learning styles is fatally imperfect; another intervention might have proved effective. Absence of evidence does not prove non-existence of a10phenomenon; it signals to educational researchers:11back to the drawing boards. Heres my considered judgment about the best way to analyze this lexical terrain: Intelligence: We all have the multiple intelligences. But we signed out, as a strong intelligence, an area where the person has considerable computational power. Style or learning style: A hypothesis of how an individual approaches the range of materials. If an individual has a reflective style, he/she is hypothesized to be reflective about the full range of materials. We cannot assume that reflectiveness in writing necessarily signals reflectiveness in ones interaction with the others. Senses: Sometimes people speak about a visual learner or an auditory learner. The implication is that some people learn through their eyes, others through their ears. This notion is incoherent. Both spatial information and reading occur with the eyes, but they make use of entirely different cognitive faculties. What matters is the power of the mental computer, the intelligence that acts upon that sensory information once picked up. 12These distinctions are consequential. If people want to talk about an impulsive style or a visual learner, thats their prerogative. But they should recognize that these labels may be unhelpful, at best, and ill-conceived at worst. In contrast, there is strong evidence that human beings have a range of intelligences and that strength (or weakness) in one intelligence does not predict strength (or weakness) in any other intelligences. All of us exhibit jagged profiles of intelligences. There are common sense ways of assessing our own intelligences, and even if it seems appropriate, we can take a more formal test battery. And then, as teachers, parents, or self-assessors, we can decide how best to make use of this information. (Adapted from https://www.washingtonpost.com/news/answer-sheet) Glossary: 2K-12 educators defend the adoption of an interdisciplinary curriculum and methods for teaching with objects. In the fourth paragraph (lines 30 to 40), its said that

Questão
2017Física

(AFA - 2017) Um sistema termodinmico constitudo de n molsde um gs perfeito monoatmico desenvolve uma transformao cclica ABCDA representada no diagrama a seguir. De acordo com o apresentado pode-se afirmar que

Questão
2017Física

(AFA - 2017) Considere uma lente esfrica delgada, S, de bordas finas, feita de material de ndice de refrao n maior do que o ndice de refrao do ar. Com esta lente podem-se realizar dois experimentos. No primeiro, a lente imersa em um meio ideal, de ndice de refrao n1 e o seu comportamento ptico, quando um feixe de luz paralela passa por ela, o mesmo de uma lente cncavo-convexa de ndice de refrao n imersa no ar. No segundo, a lente S imersa em outro meio ideal, de ndice de refrao n2 e o seu comportamento ptico o mesmo de uma lente convexo-cncava de ndice de refrao n imersa no ar. Nessas condies, so feitas as seguintes afirmativas: I. n2 n n1 II. a lente S, quando imersa no ar, pode ser uma lente plano-cncava. III. a razo entre as vergncias da lente S nos dois experimentos no pode ser 1. IV. as distncias focais da lente S, nos dois experimentos, so sempre as mesmas. So corretas, apenas

Questão 1
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) O ttulo do livro Quarto de Despejo pode sugerir algumas inferncias. Assinale aquela que NO pode ser comprovada pelo relato.

Questão 2
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Dirio um gnero textual no qual so registrados acontecimentos cotidianos com base em uma perspectiva pessoal. A partir dessa definio correto afirmar que, no texto,

Questão 3
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Por meio do discurso de Carolina Maria de Jesus, percebemos marcas de preconceitos existentes na poca em que ela escreveu seu texto. Assinale a opo que ilustra explicitamente essa marca.

Questão 4
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Pode-se afirmar que um recorrente problema encontrado no texto, no que se refere ao uso da lngua padro, est relacionado acentuao grfica. Assinale a alternativa em que esse fato NO ocorre.

Questão 5
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIO de 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.) Assinale a opo cuja reescrita ficou totalmente de acordo com as regras gramaticais da Lngua Portuguesa

Questão 6
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Assinale a alternativa abaixo em que os perodos NO apresentam relao de causa e consequncia entre si.

Questão 7
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Quanto ao uso da crase, percebe-se pela escrita de Carolina Maria de Jesus, que, nos trechos destacados abaixo, ela no foi utilizada, infringindo, dessa forma, a regra gramatical. Assinale a opo em que a crase NO deveria ocorrer obrigatoriamente.

Questão 8
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Quanto ao uso dos pronomes, assinale a opo que traz uma INFRAO norma padro da lngua.

Questão 9
2016Português

(AFA - 2016) ATENO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRO, NELE PRESENTES, SERO OBJETOS DE ANLISE DESTA PROVA. TEXTO I Quarto de Despejo O grito da favela que tocou a conscincia do mundo inteiro 2 de MAIOde 1958. Eu no sou indolente. H tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que no tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheo com mais ateno. Quero enviar sorriso amavel as crianas e aos operarios. ...Recebi intimao para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus ps doiam tanto que eu no podia andar. Comeou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o Jos Carlos. A intimao era para ele. O Jos Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu no tenho gordura. Os meninos esto nervosos por no ter o que comer. 6 de MAIO. De manh no fui buscar agua. Mandei o Joo carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimao. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12 Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a poltica, que o povo no tolera a fome. preciso conhecer a fome para saber descrev-la. Esto construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, mas no gosto. Ento eu penso: Faz de conta que estou sonhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era to amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimao. (...) O Tenente interessou-se pela educao dos meus filhos. Disse-me que a favela um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao pas. Pensei: se ele sabe disso, porque no faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. No posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que j passou fome. A fome tambem professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianas. 11 de MAIO. Dia das mes. O cu est azul e branco. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje no vai chover. Hoje o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar po amanh, porque eu s tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabea de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos esto sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles no so exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas esto ocultas. O barraco est cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. um dia simpatico para mim. o dia da Abolio. Dia que comemoramos a libertao dos escravos. Nas prises os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora so mais cultos. E no nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho s feijo e sal. A chuva est forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo at passar a chuva para mim ir l no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguia. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho d dos meus filhos. Quando eles v as coisas de comer eles brada: Viva a mame!. A manifestao agrada-me. Mas eu j perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o Joo pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peo-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e no pude catar papel. Agradeo. Carolina (...) Choveu, esfriou. o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera comeou a pedir comida. E eu no tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome! (DE JESUS, Carolina Maria.Quarto de Despejo.) Atente para o excerto abaixo e para as afirmativas que a ele se referem. Parece que at a natureza quer homenagear as mes que atualmente se sentem infeliz por no realizar os desejos de seus filhos. I) De acordo com a experincia de vida de Carolina, todas as mes se sentem infelizes, pois no tm meios de realizar os desejos de seus filhos. II) A mudana de posio do vocbulo at [Parece at que a natureza quer homenagear...] no provoca mudana semntica e sinttica no enunciado. III) O verbo realizar, para atender norma padro da lngua, dever ser flexionado, tendo em vista que o seu sujeito est claro na orao. Est(o) correta(s) a(s) afirmao(es) feita(s) em:

Questão 10
2016Português

(AFA - 2016) TEXTO II FAVELRIO NACIONAL Carlos Drummond de Andrade Quem sou eu para te cantar, favela, Que cantas em mim e para ningum a noite inteira de sexta-feira e a noite inteira de sbado E nos desconheces, como igualmente no te conhecemos? Sei apenas do teu mau cheiro: Baixou em mim na virao, direto, rpido, telegrama nasal anunciando morte... melhor, tua vida. ... Aqui s vive gente, bicho nenhum tem essa coragem. ... Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, Medo s de te sentir, encravada Favela, erisipela, mal-do-monte Na coxa flava do Rio de Janeiro. Medo: no de tua lmina nem de teu revlver nem de tua manha nem de teu olhar. Medo de que sintas como sou culpado e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. Custa ser irmo, custa abandonar nossos privilgios e traar a planta da justa igualdade. Somos desiguais e queremos ser sempre desiguais. E queremos ser bonzinhos benvolos comedidamente sociologicamente mui bem comportados. Mas, favela, ciao, que este nosso papo est ficando to desagradvel. vs que perdi o tom e a empfia do comeo? ... (ANDRADE, Carlos Drummond de,Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984) Os versos que resumem o real motivo do sentimento do eu-lrico em relao favela so: