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Questões - UNESP | Gabarito e resoluções

Questão 10
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Leia a cena inicial da comdia O novio, de Martins Pena. AMBRSIO: No mundo a fortuna para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego aquele que no tem inteligncia para v-la e a alcanar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverana e pertincia so poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, no consegue enriquecer-se? Em mim se v o exemplo. H oito anos, era eu pobre e miservel, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como no importa; no bom resultado est o mrito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me- e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Martins Pena. Comdias (1844-1845), 2007.) A fala de Ambrsio contm um elogio

Questão 10
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Examine a tirinha de Andr Dahmer Na tirinha, o personagem que fala ao microfone

Questão 10
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 09 a 11, leia a crnica Elegia do Guandu, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 2 de novembro de 1974. E se reverencissemos neste 2 de novembro os mortos do Guandu, que descem a correnteza, a caminho do mar o mar que eles no alcanam, pois encalham na areia das margens, e os urubus os devoram? Perdoai se apresento matria to feia, em dia de flores consagradas aos mortos queridos. Estes no so amados de ningum, ou o so de mnima gente. Seus corpos, no h quem os reclame, de medo ou seja l pelo que for. Se algum deles tem sorte de derivar pela restinga da Marambaia e ali recolhido por pescadores ah, peixe menos desejado ganha sepultura annima, que a piedade dos humildes providencia. Mas no prudente pescar mortos do Guandu: h sempre a perspectiva de interrogatrios que fazem perder o dia de trabalho, s vezes mais do que isso: a liberdade, que se confisca aos suspeitos e aos que explicam mal suas pescarias macabras. So marginais caados pela polcia ou por outros marginais, so suicidas, so acidentados? Difcil classific-los, se no trazem a marca registrada dos trucidadores ou estes sinais: mos amarradas, amarrado de vrios corpos, pesos amarrados aos ps. Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua, mas os que vm boiando e fluindo, fluindo e boiando, em sonho aqutico deslizante, estes desesperaram da vida, ou a vida lhes faltou de surpresa? Os mortos vo passando, procisso falhada. Eis desce o rio um lote de seis, uns aos outros ligados pela corda fraternizante. espetculo para se ver da janela de moradores de Itagua, assistentes ribeirinhos de novela de espaados captulos. Ver e no contar. Ver e guardar para conversas ntimas: Ontem, na tintura da madrugada, passaram trs garrafinhas. Eu vi, chamei a Teresa pra espiar tambm... Garrafinhas chamam-se eles, os trucidados com chumbo aos ps, e no mais como ficou escrito em livros de cartrio. O garrafinha no 1 no diferente do garrafinha no 2 ou 3. Foram todos nivelados pelo Guandu. Como frascos vazios, de pequeno porte e nenhuma importncia, l vo rio abaixo, Nova Iguau abaixo, rumo do esquecimento das garrafas e dos crimes que cometeram ou no cometeram, ou dos crimes que neles foram cometidos. [...] O Guandu no responde a inquritos nem a reprteres. No distingue, carrega. No comenta, no julga, no reclama se lhe corrompem as guas; transporta. Em sua impessoalidade serve a desgnios vrios, favorece a vida que quer se desembaraar da morte, facilita a morte que quer se libertar da vida. Pela justia sumria, pelo absurdo, pelo desespero. Mas no ao Guandu que cabe dedicar uma elegia, aos mortos do Guandu, nos quais ningum pensa no dia de pensar os e nos mortos. Os criminosos, os no criminosos, os que se destruram, os que resvalaram. Mortos sem sepultura e sem lembrana. Trgicos e apagados deslizantes na correnteza. Passageiros do Guandu, apenas e afinal. (Carlos Drummond de Andrade. Os dias lindos, 2013.) O cronista dirige-se explicitamente a seu leitor no trecho:

Questão 11
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Para responder s questes de 09 a 11, leia a crnica Elegia do Guandu, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 2 de novembro de 1974. E se reverencissemos neste 2 de novembro os mortos do Guandu, que descem a correnteza, a caminho do mar o mar que eles no alcanam, pois encalham na areia das margens, e os urubus os devoram? Perdoai se apresento matria to feia, em dia de flores consagradas aos mortos queridos. Estes no so amados de ningum, ou o so de mnima gente. Seus corpos, no h quem os reclame, de medo ou seja l pelo que for. Se algum deles tem sorte de derivar pela restinga da Marambaia e ali recolhido por pescadores ah, peixe menos desejado ganha sepultura annima, que a piedade dos humildes providencia. Mas no prudente pescar mortos do Guandu: h sempre a perspectiva de interrogatrios que fazem perder o dia de trabalho, s vezes mais do que isso: a liberdade, que se confisca aos suspeitos e aos que explicam mal suas pescarias macabras. So marginais caados pela polcia ou por outros marginais, so suicidas, so acidentados? Difcil classific-los, se no trazem a marca registrada dos trucidadores ou estes sinais: mos amarradas, amarrado de vrios corpos, pesos amarrados aos ps. Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua, mas os que vm boiando e fluindo, fluindo e boiando, em sonho aqutico deslizante, estes desesperaram da vida, ou a vida lhes faltou de surpresa? Os mortos vo passando, procisso falhada. Eis desce o rio um lote de seis, uns aos outros ligados pela corda fraternizante. espetculo para se ver da janela de moradores de Itagua, assistentes ribeirinhos de novela de espaados captulos. Ver e no contar. Ver e guardar para conversas ntimas: Ontem, na tintura da madrugada, passaram trs garrafinhas. Eu vi, chamei a Teresa pra espiar tambm... Garrafinhas chamam-se eles, os trucidados com chumbo aos ps, e no mais como ficou escrito em livros de cartrio. O garrafinha no 1 no diferente do garrafinha no 2 ou 3. Foram todos nivelados pelo Guandu. Como frascos vazios, de pequeno porte e nenhuma importncia, l vo rio abaixo, Nova Iguau abaixo, rumo do esquecimento das garrafas e dos crimes que cometeram ou no cometeram, ou dos crimes que neles foram cometidos. [...] O Guandu no responde a inquritos nem a reprteres. No distingue, carrega. No comenta, no julga, no reclama se lhe corrompem as guas; transporta. Em sua impessoalidade serve a desgnios vrios, favorece a vida que quer se desembaraar da morte, facilita a morte que quer se libertar da vida. Pela justia sumria, pelo absurdo, pelo desespero. Mas no ao Guandu que cabe dedicar uma elegia, aos mortos do Guandu, nos quais ningum pensa no dia de pensar os e nos mortos. Os criminosos, os no criminosos, os que se destruram, os que resvalaram. Mortos sem sepultura e sem lembrana. Trgicos e apagados deslizantes na correnteza. Passageiros do Guandu, apenas e afinal. (Carlos Drummond de Andrade. Os dias lindos, 2013.) O termo sublinhado em Estes ltimos so mortos fceis de catalogar, embora s se lhes vejam as cabeas em rodopio flor dgua (4o pargrafo) pertence mesma classe gramatical do termo sublinhado em:

Questão 11
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 11 a 14, leia o trecho do livro A solido dos moribundos, do socilogo alemo Norbert Elias. No mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplcios na roda. Assistimos ao futebol, e no aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificao com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e lees famintos devorando pessoas vivas pedao a pedao, ou a gladiadores, por astcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diverso para a qual nos prepararamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores queles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras Morituri te salutant (Os que vo morrer te sadam). Alguns dos imperadores sem dvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer). Porm, numa sociedade em que tivesse sido possvel dizer isso, provavelmente no haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores alguns dos quais mesmo hoje tm poder de vida e morte sobre um sem-nmero de seus semelhantes requer uma desmitologizao da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma conscincia muito mais clara de que a espcie humana uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas s podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte especialmente difcil de resolver porque os vivos acham difcil identificar-se com os moribundos. A morte um problema dos vivos. Os mortos no tm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema s para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero; apenas eles podem prever seu prprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precaues especiais como indivduos e como grupos para proteger-se contra a ameaa da aniquilao. (A solido dos moribundos, 2001.) De acordo com o autor,

Questão 11
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Leia a cena inicial da comdia O novio, de Martins Pena. AMBRSIO: No mundo a fortuna para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego aquele que no tem inteligncia para v-la e a alcanar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverana e pertincia so poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, no consegue enriquecer-se? Em mim se v o exemplo. H oito anos, era eu pobre e miservel, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como no importa; no bom resultado est o mrito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me- e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Martins Pena. Comdias (1844-1845), 2007.) O como no importa; no bom resultado est o mrito... O teor dessa fala aproxima-se do contedo da seguinte citao:

Questão 12
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 11 a 14, leia o trecho do livroA solido dos moribundos, do socilogo alemo Norbert Elias. No mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplcios na roda. Assistimos ao futebol, e no aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificao com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e lees famintos devorando pessoas vivas pedao a pedao, ou a gladiadores, por astcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diverso para a qual nos prepararamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores queles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras Morituri te salutant (Os que vo morrer te sadam). Alguns dos imperadores sem dvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer). Porm, numa sociedade em que tivesse sido possvel dizer isso, provavelmente no haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores alguns dos quais mesmo hoje tm poder de vida e morte sobre um sem-nmero de seus semelhantes requer uma desmitologizao da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma conscincia muito mais clara de que a espcie humana uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas s podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte especialmente difcil de resolver porque os vivos acham difcil identificar-se com os moribundos. A morte um problema dos vivos. Os mortos no tm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema s para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero; apenas eles podem prever seu prprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precaues especiais como indivduos e como grupos para proteger-se contra a ameaa da aniquilao. (A solido dos moribundos, 2001.) No primeiro pargrafo, a impessoalidade da linguagem est bem exemplificada no trecho:

Questão 12
2022Português

(UNESP - 2022 - 2 FASE)Sem dvida, o capital no tem ptria, e esta uma das suas vantagens universais que o fazem to ativo e irradiante. Mas o trabalho que ele explora tem me, tem pai, tem mulher e filhos, tem lngua e costumes, tem msica e religio. Tem uma fisionomia humana que dura enquanto pode. E como pode, j que a sua situao de raiz sempre a de falta e dependncia. Narrar a necessidade perfazer a forma do ciclo. Entre a conscincia narradora, que sustm a histria, e a matria narrvel, sertaneja, opera um pensamento desencantado, que figura o cotidiano do pobre em um ritmo pendular: da chuva seca, da folga carncia, do bem-estar depresso, voltando sempre do ltimo estado ao primeiro. a narrao, que se quer objetiva, da modstia dos meios de vida registrada na modstia da vida simblica. (Alfredo Bosi. Cu, inferno: ensaios de crtica literria e ideolgica, 2003. Adaptado.) O comentrio aplica-se com preciso obra

Questão 12
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Leia a cena inicial da comdia O novio, de Martins Pena. AMBRSIO: No mundo a fortuna para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego aquele que no tem inteligncia para v-la e a alcanar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverana e pertincia so poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, no consegue enriquecer-se? Em mim se v o exemplo. H oito anos, era eu pobre e miservel, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como no importa; no bom resultado est o mrito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me- e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Martins Pena. Comdias (1844-1845), 2007.) Um vocbulo tambm pode ser formado quando passa de uma classe gramatical a outra, sem a modificao de sua forma. o que se denomina derivao imprpria. Na fala de Ambrsio, constitui exemplo de derivao imprpria o vocbulo sublinhado em

Questão 13
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 11 a 14, leia o trecho do livroA solido dos moribundos, do socilogo alemo Norbert Elias. No mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplcios na roda. Assistimos ao futebol, e no aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificao com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e lees famintos devorando pessoas vivas pedao a pedao, ou a gladiadores, por astcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diverso para a qual nos prepararamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores queles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras Morituri te salutant (Os que vo morrer te sadam). Alguns dos imperadores sem dvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer). Porm, numa sociedade em que tivesse sido possvel dizer isso, provavelmente no haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores alguns dos quais mesmo hoje tm poder de vida e morte sobre um sem-nmero de seus semelhantes requer uma desmitologizao da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma conscincia muito mais clara de que a espcie humana uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas s podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte especialmente difcil de resolver porque os vivos acham difcil identificar-se com os moribundos. A morte um problema dos vivos. Os mortos no tm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema s para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero; apenas eles podem prever seu prprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precaues especiais como indivduos e como grupos para proteger-se contra a ameaa da aniquilao. (A solido dos moribundos, 2001.) Em Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero (2o pargrafo), o termo sublinhado pode ser substitudo, sem prejuzo para o sentido do texto, por:

Questão 13
2022Inglês

(UNESP - 2022 - 2 FASE) An invigorating reading His grandparents were slaves. His father painted houses. His immigrant mother washed laundry. For a poor, mixed-race boy born in Brazil in 1839, their son had done well to become an apprentice typesetter in Rio de Janeiro. But a priest taught him Latin, and a literary agent spotted the gifted lad at the Imprensa Nacional, the government press, and soon he was contributing to newspapers, writing plays and poems and starting a literary circle. But it was as a novelist that Joaquim Maria Machado de Assis would truly shine. Machado worked as a civil servant and co-founded the Brazilian Academy of Letters; he married happily (although his Portuguese in-laws initially objected to the colour of his skin). Beneath all this outward respectability, his prose was radically ingenious. Ever since The Posthumous Memoirs of Brs Cubas, Machados fifth novel, appeared in 1881 it has astonished readers with its lordly ironies and scorn for convention. The books invigorating style, as much as its backdrop of racial and social injustice, makes it ideal reading for this morbid, insurgent summer Brs Cubas, the fictional memoirist, has just died from pneumonia. As a thwarted corpse who failed in almost everything he tried, he wants to set the record straight about his drifting life as an idle, pleasure-seeking dandy in Rio. Beneath his jaunty veneer, Cubas harbours a melancholy pessimism. He sees a freedman lash a slave he has bought to relieve his own sufferings by passing them on to someone else. Yet the novel floats free of the ambient oppression on currents of mischief and urbanity. Sprinkled with epigrams, dreams, gags and asides, the story teases, dances and delights. Across 160 short chapters (Long chapters suit long-winded readers), Machado mocks every rule of the 19th-century novel. A chapter of dialogue is written entirely in punctuation (!?!). In another, the narrator acknowledges (in a new translation by Margaret Jull Costa and Robin Patterson), I have just written an utterly pointless chapter. Dave Eggers, an American author, recently called this one of the wittiest, most playful, and therefore most alive and ageless books ever written (www.economist.com, 15.08.2020. Adaptado.) The text is mainly about

Questão 13
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Tal movimento deriva quase todos os seus critrios de probabilidade do empirismo das cincias naturais. Baseia seu conceito de verdade psicolgica no princpio de causalidade, o desenvolvimento apropriado da trama na eliminao do acaso e dos milagres, sua descrio do ambiente na ideia de que todo e qualquer fenmeno natural tem lugar numa interminvel cadeia de condies e motivos, sua utilizao de detalhes caractersticos no mtodo de observao cientfica que no despreza circunstncia alguma, por mais insignificante e trivial que seja. (Arnold Hauser. Histria social da arte e da literatura, 1994. Adaptado.) O texto refere-se ao movimento

Questão 14
2022Inglês

(UNESP - 2022 - 2 FASE) An invigorating reading His grandparents were slaves. His father painted houses. His immigrant mother washed laundry. For a poor, mixed-race boy born in Brazil in 1839, their son had done well to become an apprentice typesetter in Rio de Janeiro. But a priest taught him Latin, and a literary agent spotted the gifted lad at the Imprensa Nacional, the government press, and soon he was contributing to newspapers, writing plays and poems and starting a literary circle. But it was as a novelist that Joaquim Maria Machado de Assis would truly shine. Machado worked as a civil servant and co-founded the Brazilian Academy of Letters; he married happily (although his Portuguese in-laws initially objected to the colour of his skin). Beneath all this outward respectability, his prose was radically ingenious. Ever since The Posthumous Memoirs of Brs Cubas, Machados fifth novel, appeared in 1881 it has astonished readers with its lordly ironies and scorn for convention. The books invigorating style, as much as its backdrop of racial and social injustice, makes it ideal reading for this morbid, insurgent summer Brs Cubas, the fictional memoirist, has just died from pneumonia. As a thwarted corpse who failed in almost everything he tried, he wants to set the record straight about his drifting life as an idle, pleasure-seeking dandy in Rio. Beneath his jaunty veneer, Cubas harbours a melancholy pessimism. He sees a freedman lash a slave he has bought to relieve his own sufferings by passing them on to someone else. Yet the novel floats free of the ambient oppression on currents of mischief and urbanity. Sprinkled with epigrams, dreams, gags and asides, the story teases, dances and delights. Across 160 short chapters (Long chapters suit long-winded readers), Machado mocks every rule of the 19th-century novel. A chapter of dialogue is written entirely in punctuation (!?!). In another, the narrator acknowledges (in a new translation by Margaret Jull Costa and Robin Patterson), I have just written an utterly pointless chapter. Dave Eggers, an American author, recently called this one of the wittiest, most playful, and therefore most alive and ageless books ever written (www.economist.com, 15.08.2020. Adaptado.) According to the first paragraph, Machado de Assis started his literary career

Questão 14
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 1) Para responder s questes de 14 a 19, leia o artigo P de pirlimpimpim, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro. Alcanar o aprendizado instantneo um desejo poderoso, pois o crebro sem informao pouco mais que estofo de macela1 . Emlia, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente aps engolir uma plula, adquirindo de supeto todo o vocabulrio dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingesto de uma plula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu no passa de uma simulao chamada Matriz, dentro da qual possvel programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: I know kung fu. Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: Urubu, pra cantar, demora. O aprendizado de comportamentos complexos difcil e demorado, pois requer a alterao massiva de conexes neuronais. H consenso hoje em dia de que o contedo dos nossos pensamentos deriva dos padres de ativao de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisio instantnea de memrias intrincadas. Mas nem sempre foi assim. H meio sculo, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planrias, vermes aquticos passveis de condicionamento clssico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associaes estmulo-resposta por ingesto de um extrato de planrias j condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionrio, sugeria que os substratos materiais da memria so molculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingesto de planrias no condicionadas tambm acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genrico, independente do contedo das memrias presentes nas planrias ingeridas. A ingesto de memrias impossvel porque elas so estados complexos de redes neuronais, no um quantum de significado como a plula da Emlia. Por outro lado, sim possvel acelerar a consolidao das memrias por meio da otimizao de variveis fisiolgicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefcio consolidao de memrias j foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemes publicaram um estudo sobre os efeitos mnemnicos da estimulao cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador eltrico. Os resultados mostraram que a estimulao de baixa frequncia suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilaes lentas do sono so puro p de pirlimpimpim. (Sidarta Ribeiro. Limiar: cincia e vida contempornea, 2020.) 1 macela: planta herbcea cujas flores costumam ser usadas pela populao como estofo de travesseiros. Por se tratar de um artigo de divulgao cientfica (e no um artigo cientfico propriamente), predomina no texto uma linguagem

Questão 14
2022Português

(UNESP - 2022 - 1 fase - DIA 2) Para responder s questes de 11 a 14, leia o trecho do livroA solido dos moribundos, do socilogo alemo Norbert Elias. No mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplcios na roda. Assistimos ao futebol, e no aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificao com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e lees famintos devorando pessoas vivas pedao a pedao, ou a gladiadores, por astcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diverso para a qual nos prepararamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores queles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras Morituri te salutant (Os que vo morrer te sadam). Alguns dos imperadores sem dvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer). Porm, numa sociedade em que tivesse sido possvel dizer isso, provavelmente no haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores alguns dos quais mesmo hoje tm poder de vida e morte sobre um sem-nmero de seus semelhantes requer uma desmitologizao da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma conscincia muito mais clara de que a espcie humana uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas s podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte especialmente difcil de resolver porque os vivos acham difcil identificar-se com os moribundos. A morte um problema dos vivos. Os mortos no tm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema s para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doena, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrero; apenas eles podem prever seu prprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precaues especiais como indivduos e como grupos para proteger-se contra a ameaa da aniquilao. (A solido dos moribundos, 2001.) Em De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem Morituri moriturum salutant (Os que vo morrer sadam aquele que vai morrer) (1o pargrafo), o termo sublinhado pertence mesma classe gramatical do termo sublinhado em